Coluna Amlac – Golpe de Mestre
GOLPE DE MESTRE
por Wladimir Novaes Martinez
No meio dos 2 gigantes do xadrez, um Desafidovisky contente, lado a lado com Anatoly Karpov e Garry Kasparov. Esses famosos enxadristas russos sorriram. Ambos devem ser pensado:
– Velhinho sem vergonha, foi um espertinh0! Tudo bem; merece os aplausos.
Desafiadovisky, um velhinho calvo, não perdera para os 2 maiores enxadristas da atualidade, tiverem de cumprir o avençado: anunciar que não o venceram.
Algumas milhas marítimas atrás, instalado em um belo camarote próximo da popa do transatlântico, Karpov fora procurado por Desafiadovisky. Este lhe mostrou um cheque administrativo de $ 500 mil e propôs jogar uma partida de xadrez contra ele, o empate seria dele. Em contrapartida, caso Karpov perdesse, apenas deveria declarar à imprensa esse desenlace inesperado.
Bem, não havia o que perder, o velhinho simpático era totalmente ignorado no mundo do xadrez. Karpov estranhou um pouco o fato de igual proposta fora feita a Kasparov, ele viajava no mesmo barco, instalado perto da proa.
Velhinho muito confiante: simultaneamente, iria enfrentar os dois maiores enxadristas da história.
Ele exigiu duas minúsculas vantagens: assim que um dos adversários movesse uma pedra, ele iria enfrentar o outro adversário; logo retornaria e faria a sua jogada. Todos assistiriam a dupla disputa sabiam que só com a ajuda direta de direta de Deus ele empataria ou venceria qualquer um deles.
Para aqueles dois campeões russos aquele hominho em hipótese alguma os venceria; eles não tinham nada a perder. Seria divertido passar o tempo dentro do barco com enorme possibilidade de embolsar aquela pequena fortuna.
Seriam respeitadas as regras da Associação Soviética de Xadrez, nenhuma delas seria desrespeitada. Aí, a segunda exigência; a cada jogada, eles inverteriam a posição do tabuleiro: quem estava com as brancas ficava com as pretas e assim alternadamente.
A primeira partida começou. Karpov com as brancas. Seu lance predileto: a famosa abertura Boris Spassky. Assim que moveu a peça inicial, o desafiante foi até onde Kasparov o esperava e repetiu essa jogada. Kasparov conhecia aquela clássica abertura e para ela, tinha solução fácil.
Na altura da terceira jogada, Karpov e Kasparov se deram conta de que não estavam jogando contra o desafiante, mas um contra o outro! Ele repetia a mesma jogada que acabara de constatar no tabuleiro do outro jogador e assim sucessivamente. Os dois concluiram, tudo bem, disputariam entre si, como já tinham feito mais de 25 vezes em sucessivos campeonatos mundiais.
Karpov pensava: eu venço esse comunistoide desgraçado. Igual ajuizava Kasparov: não gosto desse americanófilo sujo.
Karpov abriu com o cavalo da rainha, o velhinho deixou o tabuleiro, foi até Kasparov e repetiu a jogada. Kasparov defendeu-se avançando o peão e o desafiante voltou a Karpov e refez o lance.
Como a alternância da posição do tabuleiro, Karpov percebeu que não deveria armar contra o adversário; na jogada seguinte, a armação voltava-se contra ele e, da mesma forma, Kasparov pensou. Carecia transpensar as jogadas e se, fosse o caso, deixar sua rainha meio desprotegida, porque em seguida, nessas condições, ele a capturaria!
Os dois não tinham prática de atuar desse jeito e chegaram a um final somente com dois peões no tabuleiro; o velhinho empatou a partida.
Agora, abraçados, o cheque de volta ao bolso do desafiante, todos os três sorriam quando eram fotografados. A União Soviética estremeceria de saber do estranho resultado.