Coluna Louveirando – De costas pra vida
De costas pra vida
“Tu, pessoa nefasta, vê se afasta teu mal, teu astral que se arrasta tão baixo no chão, tu, pessoa nefasta, tens a aura da besta, essa alma bissexta, essa cara de cão”. Gilberto Gil é perfeito nessa letra e, essas corujas que habitam LOUVEIRA, e não são nem pessoas e nem nefastas, têm mais capacidade que eu para perceber pessoas que não existem de verdade. Aquelas que se acham acima da lei, que acreditam que tudo gira em torno delas, que são parasitas dos que as odeiam, ou melhor, dos que não as percebem. Elas, me disseram as corujas, vivem num mundo de terror constante, num pesadelo circulado por horrores dos afazeres inúteis, das baixas ofensas baseadas no vácuo da não existência.
Ainda segundo as corujas, em LOUVEIRA existem pessoas assim, oremos por elas, dediquemos um pouco do nosso tempo para que elas de alguma forma alcancem alguma luz, claro que essas pessoas tentam igualar toda e qualquer alma as suas maneiras improdutivas. Elas, as pessoas que não existem, por parecerem sombras, pesadelos, as vezes penetram nossa mente chamando a nossa atenção quando dormimos no ponto. As corujas não têm esse problema, pois são perspicazes o suficiente para perceberem que essas sombras, assim como a noite, são passageiras; as sombras passageiras da agonia e as noites, passageiras naturais da lei do universo. Os pagamentos, aqueles que de alguma forma são devidos, devem também cumprir as leis que os regram, devem ser o sustento dos que os merecem, devem ser pagos e recebidos de acordo com o contrato que os legalizaram.
Essas corujas de LOUVEIRA não temem a luz do sol, não temem o caminhar das pessoas com seus passos rumo a uma vida melhor, mas com certeza voariam sobre as pessoas vampiras e as atacariam com seus bicos e garras afiados. Acredito no ser humano, até nos invisíveis para mim, pois o defeito pode/deve estar em mim por ser um aprendiz no lidar com as sombras que insistem em habitar esse mundo. Pensarei nisso e, quem sabe até crie coragem e pergunte as corujas qual a melhor maneira de conviver com elas.
Trilha Sonora / Uma Canção Desnaturada / Marlene