Coluna Louveirando – Do que e com quem falava a moça?

louveirando@gmail.com

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Do que e com quem falava a moça?

A Estação Ferroviária de LOUVEIRA traz em si a história majestosa de uma época dourada, a época dos trens de passageiros. Tempo em que se tomava o trem para vários destinos, era assim. Dessa época ainda se guarda a lembrança de que vivemos uma temporada glamourosa, com crianças e pais de crianças num burburinho típico das aglomerações felizes. Vivi o final deste tempo, e também eu fiz algumas viagens de trem, saudades da ‘Liturina’.

O calor da noite proporciona a quem sai para um passeio noturno, para quem tem a disposição de dar os passos rumo a história da sua cidade, entendendo por história também, todos e quaisquer monumentos que vararam o tempo e mantiveram o glamour dos tempos idos. Que a Estação Ferroviária de LOUVEIRA restaurada é bonita e bela, não há dúvidas, mas quem vai até lá e a observa, quem se senta neste local sob as suas luzes e ferragens? A moça, essa da foto, vai e se senta, aparentemente feliz e conversa com alguém, ri alto, gesticula para enfatizar a conversa, às vezes fica calada e ouve seu interlocutor, ou seria interlocutora? Eu sei, mas não direi, quem quiser saber, que vá até a Estação e se tiver sorte, verá com quem a moça conversa. Isso é importante? Pode ser, e pode não ser. O que definirá isso, será o grau de interesse que se tem pelas pessoas e pelo lugar onde se mora.

Concordo que sair a noite é um tanto quanto assustador nos dias de hoje, nas noites então, brrrr… Mas voltemos à moça. Podemos dizer que ela é corajosa? Que ela gosta de um bom papo? Que ela se sentiu protegida junto à pessoa que a acompanhava? Será que ela percebeu minha presença interesseira? Penso eu que, pelos sorrisos e gestos, ela estava apenas feliz, mesmo sem tomar sorvete na Sorveteria bem em frente. Eu tomei um sorvete de limão, palito. Bom! É claro que LOUVEIRA é acolhedora e que se a população louveirense tomasse os espaços a ela destinados, a chance de uma cidade mais pacífica aumentaria muito, pois diante da paz, do encontro, da conversa proveitosa, as chances de um convívio feliz se tornam mais abrangentes.

A moça, bem a moça, é apenas um símbolo positivo do viver em sociedade, da procura pela paz sob holofotes amigos que insistem em permanecer acessos. Ela, a moça, merece! E LOUVEIRA, merece o que de nós que bradamos a nossa cidadania aos quatro cantos? Que cobramos, sempre dos outros, as ações que deveríamos por em prática no nosso dia a dia? Não, não estou bravo, estou apenas refletindo sobre o que ouço e sobre o que falo no meu cotidiano como louveirense. Neste devaneio, percebo a moça entrando num carro, um carrão mesmo, onde ela se senta no banco do motorista, liga o carro, manobra e vai embora. Confesso, não sei para onde. Acredito que ela voltará qualquer noite dessas, e, se eu também estiver lá, me armarei de coragem e pedirei licença para tirar outra foto dela. Olá, boa noite, meu nome é João, tudo bem? Agora, o que me deixa curioso realmente é saber o que a minha querida amiga Diacuí Pagotti falaria à moça, pois sempre me lembro dela muito talentosa e comunicativa, especialmente cantando para o seu filho Paulo, criança ainda, num dia de preparação para um jantar dançante no E. C. Nova Estrela nos anos 90. Pena eu não ter registrado esse momento em foto, daria um Louveirando sensacional.

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Trilha Sonora / Naquela Estação / Adriana Calcanhotto

 

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