Coluna Louveirando – Olhar ao redor

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Numa manhã dessas de fevereiro com chuva, numa estrada de terra ali pelos lados do Alexandre Jesus, onde tem o forró aos sábados, um caminhão encalhou num pequeno buraco, e, por mais que o motorista tentasse, o caminhão patinava, mas não saía do lugar. Esse incidente bloqueou a minha passagem.

Já havia notado que as estradas em LOUVEIRA estão bem esburacadas, deve ser a chuva. Por hábito, não perco a paciência em tais situações, desci do carro e olhei ao redor, disse bom dia para alguns e comecei a observar o lugar, puxa vida, que flores lindas eu avistei. Fazia tempo que não via flores iguais a essas, parecidas com copo de leite – saia branca – virado para baixo, leite derramado. Observei também os parreirais, de onde vinha aquele cheiro tão gostoso de uva madura, que apesar de toda a chuva se mantinham inteiras, coisa incomum diante de tanta chuva e calor, acho que até as uvas estão se adaptando, e nós, ainda não.

Acredito que em LOUVEIRA, qualquer cor possa ser de paz, na verdade senti paz naquele lugar, diante do branco dos copos de leite, do verde das folhas, do rosado dos cachos de uva, do vermelho do barro da estrada, do portão amarelo da casa, objeto da minha visita. As vozes das pessoas e o barulho do motor do caminhão misturado ao som dos pneus me chamaram a atenção, mas não me incomodaram.

Os sorrisos se ampliaram com o desencalhe do caminhão, pois todos ali fizeram a sua parte, ou cavando, ou jogando entulho ou mesmo torcendo, e a recompensa foi imediata, na verdade vinte e três minutos se passaram. Subi no carro, liguei o motor e passei com cuidado pelo mesmo local em que o caminhão encalhara. Segui meu caminho ouvindo ‘Saco de Estopa’ com Tonico e Tinoco, música que lembra minha amiga Nadir Teixeira. Ri de mim e segui feliz sob a garoa. Se você olhar ao redor perceberá de que LOUVEIRA eu falo.

Trilha Sonora / A Paz / Zizi Possi

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