Editorial – A Câmara lenta de LOUVEIRA!

Véspera das eleições de 2016: uma revista do PTB, partido do candidato à reeleição, Júnior Finamore, tendo como conteúdo as principais ‘obras’ da atual administração em quatro anos de mandato. Dá até para entender a razão da revista, já que praticamente ninguém sabe de alguma obra do prefeito, era preciso mostrar para a população incrédula com o que via na revista que foi distribuída de porta em porta por toda LOUVEIRA. Uma equipe de moças e rapazes foi contratada para o serviço. A FOLHA NOTÍCIAS entrevista as pessoas que confirmam terem sido contratadas pelo comitê de Júnior Finamore, fotografa a distribuição da revista, publica matéria denunciando o abuso e a Câmara Municipal não diz uma só palavra. Silêncio brutal.

O prefeito Finamore utiliza o site da Prefeitura também para fazer propaganda, enganosa, ao meu ver, do seu governo. O mesmo acontece com o Diário Oficial do Município, transformado em ‘house organ’ (publicação oficial) do prefeito. Portanto, uma série de irregularidades que já serviriam para cassar o registro da candidatura de Júnior Finamore e Neusa Orestes. Mas ninguém disse nada, sessões se seguiram, e apenas a voz solitária de um ou outro vereador, timidamente, registrando o fato, mas sem tomar nenhuma atitude diante desses crimes cometidos pelo prefeito de LOUVEIRA.

A própria Câmara se recusou a utilizar a sua prerrogativa de fiscalizar os atos criminosos do poder Executivo, o seu dever de ofício de defender o povo das falcatruas cometidas por eventuais governantes. Mesmo os candidatos concorrentes de Júnior Finamore foram coniventes com essas e outras irregularidades cometidas pelo abuso de poder do atual prefeito. Mas entre os candidatos, apenas um se recusou a ser cúmplice das ações criminosas cometidas por Júnior Finamore, o jornalista e empresário Julliano Gasparini que, através do eminente advogado Ricardo Barbosa, entrou com uma ação na justiça, em nome da sua coligação ‘Muda LOUVEIRA’, mesmo sendo advertido de que isso não levaria a nada tal o poder financeiro do prefeito de LOUVEIRA, considerada a cidade mais rica do Brasil.

Pois bem, passada a eleição com a ‘vitória’ de Júnior Finamore, que se reelegeu no cargo junto com a vice Neusa Orestes, eis que o juiz eleitoral Juan Paulo Haye Biazevic, de VINHEDO, declarou a inelegibilidade de Nicolau Finamore Júnior e Neusa Antonia Orestes de Oliveira “para o pleito atual e para as eleições que se realizarem nos oito anos subsequentes a esta”, e cassou o registro de candidatura tanto do prefeito como de sua vice.

Mas a lentidão da Câmara Municipal se equipara à de uma lesma sem pressa. Mesmo com última sessão apinhada de gente esperando uma atitude imediata, rápida, ligeira, com toda a presteza que a população merece e exige, mesmo com as manifestações do povo para que a Câmara protagonizasse o pedido de afastamento do prefeito e de sua vice, agora na condição de réus, e como tal, tanto pela Lei Federal como pela Lei Orgânica Municipal, não podem mais ocupar cargo eletivo, a Casa de Leis mais uma vez deu mostras de que seu interesse está bem distante do interesse do povo louveirense.

Precisou que dois populares, Renata Santos e Clóvis de Almeida, exigissem do presidente da Câmara, vereador Nilson Cruz, o uso do microfone para anunciar que iriam protocolar no dia seguinte um documento com abaixo-assinado pedindo o afastamento imediato do prefeito Júnior Finamore e sua vice para que seja cumprida a Lei Orgânica Municipal com a Câmara colocando o mais rápido possível (chega de lentidão!) em votação o pedido de afastamento dos réus, já que se mostrou incapaz de fazê-lo por conta própria.

Imaginem, caros leitores, a lentidão da Câmara para tomar uma decisão que, a priori, a própria Câmara não queria tomar porque ainda “não tinha recebido a notificação oficial da Justiça”. Ora, a decisão do juiz estava na internet acessível a todos, menos a Câmara. Muita desfaçatez da Câmara se valer de um mero trâmite burocrático para não fazer o que é de sua alçada. A intervenção oficial dos populares serviu para que a vergonha da Câmara ficasse um pouco encoberta pela coragem e determinação de alguns poucos munícipes louveirenses. Segundo o seu presidente, hábil em atacar a imprensa, mas lento em acatar a vontade do povo que o elegeu, a Câmara não poderia adotar alguma medida que a colocasse em confronto com o poder Executivo, mesmo quando a medida a ser adotada tivesse origem na insatisfação popular, clara, explícita, em altos brados, exigindo a pleno pulmões: “FORA JÚNIOR”.

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