GERAL: Anima Mundi chega à 23ª edição com 450 filmes

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23º ANIMA MUNDI – FESTIVAL INTERNACIONAL DE ANIMAÇÃO DO BRASIL

Em mais de duas décadas de existência, o Anima Mundi cumpriu importante papel no desenvolvimento da animação brasileira e apresentou importantes produções, técnicas e renomados profissionais da área. Os cerca de cem mil espectadores que comparecem anualmente contribuíram para o evento se tornar o segundo maior festival de animação do mundo. É com esta responsabilidade de “gente grande” – e com o gás e a ousadia de quem está apenas começando – que a 23ª edição do Anima Mundi chega a São Paulo, até o dia 22 de julho,  na Cinemateca Brasileira, que concentrará as sessões e oficinas. O Caixa Belas Artes (SP), o Odeon, o Oi Futuro de Ipanema, o Auditório do BNDES e o Ponto Cine(RJ) também vão abrigar algumas sessões.

A edição deste ano comemora ainda os dez anos de Anima Forum, o importante polo de discussões sobre o mercado de animação, que reúne animadores, executivos e representantes governamentais para debater o futuro do setor, apresentar novidades e fechar parcerias nacionais e internacionais. Pela primeira vez, o Fórum será realizado nas duas cidades do festival, em mesas-redondas, MasterClasses (para o público profissional) e encontros no Rio de Janeiro (Cidade das Artes) e São Paulo (Caixa Belas Artes).

Volta ao mundo em 450 filmes, 40 países e pré-estreias especiais

Assim como nos últimos anos, o Brasil – que viu sua produção crescer exponencialmente – será bem representado na mostra de filmes, a grande vitrine que o Anima Mundi apresenta a partir de uma seleção de 1600 produções inscritas de todos os cantos do planeta. Entre os 450 filmes selecionados, o Brasil sai na frente com 108 trabalhos, vindo em seguidaFrança (42), Estados Unidos (30), Alemanha (26), Reino Unido (26), Bélgica (20), Canadá (14) e Dinamarca (12). As sessões incluem ainda trabalhos de países como Austrália, China, Colômbia, Coreia do Sul, Croácia, Eslováquia, Estônia, Hungria, Índia, Irã, Israel, Itália, Jamaica, Letônia, Moldávia, Romênia, Rússia, Suíça, Taiwan, Ucrânia e Uruguai.

A mostra de longas-metragens está recheada de pré-estreias especiais e será marcada pela première nacional de ‘O Pequeno Príncipe’, produção francesa bastante elogiada em sua passagem pelo último Festival de Cannes. O diretorMark Osborne virá ao 23º Anima Mundi apresentar o trabalho e falar sobre esta primeira adaptação animada do célebre livro de Antoine de Saint-Exupéry, que conta ainda com as vozes de Jeff Bridges, James Franco, Marion Cotillard e Benicio Del Toro.

Já o inglês Will Becher virá mostrar o longa ‘Shaun, the Sheep’ e falar sobre o trabalho na produtora Aardman, referência em stop-motion (técnica de animação com o uso de bonecos e objetos). Como representante nacional na categoria longa-metragem, ‘Nautilus – A Primeira Aventura de Colombo’, de Rodrigo Gava, terá a sua primeira exibição no festival com a presença do diretor.

A lista inclui também o espanhol ‘Poseso’, de Sam Orti, o americano ‘Rocks In My Pockets’, que será exibido na Galeria Animada, destinada a filmes com viés experimental, e o belga ‘Song of the Sea’, de Tomm Moore, indicado ao Oscar de Melhor Longa-Metragem de Animação.

Encontros animados: Jorge Gutierrez, Steve Hickner, Bastien Dubois e Birdo

Duas reexibições completam a seleção de longas: ‘Festa no Céu’ (‘The Book of Life’), do mexicano Jorge Gutierrez, e ‘O Príncipe do Egito’, de Steve Hickner. Não por acaso, os dois realizadores são convidados do Papo Animado, tradicional sessão do Anima Mundi em que os diretores falam sobre o seu processo criativo, mostram alguns trabalhos e respondem perguntas da plateia.

Pintor e roteirista, Jorge Gutierrez desenvolveu dezenas de filmes para produtoras como Disney, Warner Bros e Sony Pictures, como a webserie ‘El Macho’ (2001). Sua estreia em longas (‘Festa no Céu’) traz uma homenagem ao país onde nasceu, através da celebração do ‘Dia dos Mortos’, importante celebração da cultura mexicana.

Já Steve Hickner falará sobre as quase quatro décadas de carreira no mundo da animação, quando trabalhou em produtoras como DreamWorks, Disney, Amblimation, Aardman, Hanna-Barbera e Filmation. Ele esteve na equipe de filmes emblemáticos, como ‘Uma Cilada para Roger Rabbit’ (1988), ‘A Pequena Sereia’ (1989), ‘Madagascar’ (2005) e dirigiu ‘O Príncipe do Egito’ (1998) e ‘Bee Movie: A História de uma Abelha’ (2007). O animador ainda participou de clássicos para a TV como ‘He-Man and the Masters of the Universe’ e ‘Fat Albert and the Cosby Kids’.

Pela primeira vez, uma produtora brasileira será tema de um Papo Animado especial. Criado pelos animadores Luciana Eguti e Paulo Muppet, o estúdio paulistano Birdo completou dez anos de atividade com um surpreendente volume de produção, em trabalhos que incluem comerciais premiados (FIAT, Google, Unilever), séries para emissoras de TV do mundo inteiro e webseries sob encomenda de renomadas produtoras internacionais. O Papo Animado falará ainda do ponto alto na trajetória da dupla de animadores: a vitória no concurso para criar e desenvolver Tom e Vinicius, as mascotes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.

Fora do ambiente dos estúdios, o francês Bastien Dubois contará a sua inusitada experiência como animador de diários de viagem. Diretor do bem-sucedido curta ‘Madagascar, Carnet de Voyage’ (2011), indicado ao Oscar, ele produziu uma série de episódios para a TV alemã sobre diferentes países, incluindo o Brasil. Seu último trabalho é o curta ‘Cargo Cult’, fábula antropológica situada na Nova Guiné na Segunda Guerra.

FRANÇA

Terceiro maior produtor mundial de animação, a França é hoje o país que mais realiza filmes animados na Europa, entre curtas, longas e séries de animação para a TV que são exportadas para todo o mundo. Nos últimos dez anos, 18 longas franceses foram lançados no Brasil e tiveram público superior a 1,1 milhão de espectadores.

Para celebrar o país, o Anima Mundi, em parceria com a Embaixada da França no Brasil, idealizou uma programação especial com três mostras especiais de curtas, três longas, um Papo Animado (Bastien Dubois) e a participação de representantes no Anima Forum e no Anima Business, abrindo caminho para coproduções para cinema e TV entre Brasil e França.

 

As sessões especiais de curtas vão homenagear as famosas escolas Supinfocom e Gobelins – referências mundiais – e ainda contará com a mostra Autour de Minuit, reconhecida produtora e distribuidora de filmes com temas adultos. Os três longas (‘Planeta Selvagem’, ‘As Bicicletas de Belleville’ e ‘O Rei e o Pássaro’) serão exibidos na Maison de France (Cinemaison), no Rio, e na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, ao ar livre e com entrada franca.

Novidades animadas

A edição de 2015 traz uma grande novidade: pela primeira vez, o festival terá uma premiação totalmente voltada para o mercado publicitário, em uma iniciativa inédita em todo o mundo. O Prêmio Publicidade Animada terá um júri composto por animadores e publicitários para escolher os melhores filmes publicitários que fizeram uso de técnicas de animação. Antes do resultado – que será anunciado dia 20 de julho em São Paulo –, os selecionados serão exibidos em uma sessão especial.

As outras premiações seguem normalmente, em votações com o público (Voto Popular), com especialistas e no Prêmio da Direção, com o curta escolhido pelos quatro criadores/curadores do Anima Mundi, Aída Queiroz, Cesar Coelho, Lea Zagury e Marcos Magalhães. Prova do prestígio do festival no mercado cinematográfico internacional, o Anima Mundiserá, pelo quarto ano, autorizado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas americana a qualificar um filme para o Oscar© de Melhor Curta-Metragem de Animação. Ou seja, o curta premiado como Melhor Filme poderá ser elegível a concorrer ao mais celebrado prêmio do Cinema Mundial.

 

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