GERAL: Intenção das famílias em contrair dívidas se mantém estável e revela menor disposição a financiamentos nas compras de Natal
Segundo a FecomercioSP, Índice de Intenção de Financiamento dos consumidores paulistanos atingiu 15,7 pontos, o menor valor desde 2012
Após registrar queda acentuada em outubro, mês em que os consumidores já começam a planejar as compras de Natal, a intenção de financiamento dos paulistanos se manteve praticamente estável em novembro. A proporção de consumidores que pretendem contrair empréstimos nos próximos três meses atingiu 7,6% – ante 7,5% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o valor era de 10,6%.
Os dados são da Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), apurada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Com isso, o Índice de Intenção de Financiamento dos consumidores paulistanos atingiu 15,7 pontos, o menor valor da série histórica, iniciada em junho de 2012. Em relação a outubro, a queda foi de 0,1%, enquanto no comparativo anual a retração foi de 29,8%.
Para a assessoria econômica da FecomercioSP, as famílias permanecem cautelosas e, com isso, a estabilidade do indicador sinaliza para vendas fracas no varejo no fim do ano, especialmente no setor de bens duráveis, que são mais dependentes de financiamentos.
Índices
Na comparação com o mesmo mês de 2014, o Índice de Segurança de Crédito caiu 11% e atingiu 80,1 pontos em novembro. Contudo, em relação a outubro, o indicador avançou 1,1%.
Já o indicador de não endividados subiu 3,1% e passou de 97,1 pontos em outubro para 100,1 pontos em novembro. No mesmo mês do ano passado, o índice era de 105,4 pontos. Entre os endividados, o índice de segurança de crédito recuou de 62,3 pontos em outubro para 58,1 pontos em novembro – queda de 6,8%. Em igual período de 2014, o indicador havia registrado 70,5 pontos.
De acordo com a FecomercioSP, os dados sugerem que os consumidores estejam sacando recursos de suas aplicações financeiras e contraindo dívidas para tentar equilibrar o orçamento. A utilização da poupança e do 13º salário devem avançar como alternativa para que as famílias não se tornem inadimplentes. Apesar disso, a Federação alerta que deverá haver aumento de inadimplência em 2016, acompanhando o crescimento do desemprego.
Aplicações
A poupança continua sendo a aplicação preferida dos paulistanos: em novembro, ela era o principal investimento de 67,8% dos entrevistados. Mas a tendência é transferir recursos para outras aplicações, como renda fixa – que está em segundo lugar na preferência dos consumidores, com 17,8% – ou até usar esses recursos para quitação de dívidas e complemento do orçamento doméstico. A proporção de investidores cuja principal aplicação era a poupança caiu de 74,9% em novembro de 2014 para 67,8%, o menor valor da série histórica.
Para a FecomercioSP, é natural que a migração da poupança ocorra por causa dos juros básicos elevados, que alavancam retornos de aplicações em renda fixa (CDBs, CDIs e outras). A proporção dos paulistanos cuja principal aplicação era a renda fixa passou de 13,9%, em novembro de 2014, para 17,8%, no mesmo mês de 2015.
Além da poupança e da renda fixa, as principais aplicações dos entrevistados são: previdência privada (8,2%); outras (4,5%); e ações (1,8%).
Sobre a PRIE
A Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE) – apurada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) – tem o objetivo de acompanhar o interesse dos paulistanos em contrair crédito e a evolução da proporção de famílias endividadas na capital paulista que possuam aplicações financeiras, o que gera um índice de risco inerente a essas operações. Os dados que compõem a PRIE são coletados em 2,2 mil entrevistas mensais realizadas na cidade de São Paulo.
Sobre a FecomercioSP
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 157 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A Entidade representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por 11% do PIB paulista – aproximadamente 4% do PIB brasileiro – e gera 5 milhões de empregos.