LOUVEIRA: Administração Júnior gasta mais R$ 72 Mil em Estação de R$ 5 Milhões
A Estação Ferroviária de LOUVEIRA ficou bela após uma reforma, que deveria ter sido uma restauração, porém custou uma fortuna aos cofres públicos. No meio das obras, na época consideradas eleitoreiras, muita polêmica passou por esses trilhos. Por mais boa vontade que o povo de LOUVEIRA tenha em ver a Estação brilhar como símbolo da cidade, muito se discutiu sobre a sua serventia à comunidade, afinal, uma pequena reforma, com uma pintura de restauração, e troca de iluminação, resolveria a questão de conservação do patrimônio com um custo abaixo de R$ 900 mil. O restante dos quase R$ 4 milhões engolidos pela reforma, poderiam ser destinados aos bairros populares, para acabar com a falta de água, comprar remédios de alto custo e até construir casas populares. Mas o prefeito Junior Finamore insistiu no contrato de R$ 5 milhões, e por fim conseguiu ‘matar’ sua vontade de inaugurar a Estação Ferroviária mais cara do Estado, ficando atrás apenas da grandiosa Estação da Luz, na Capital São Paulo.
Nesta semana, a Estação de Trem voltou a ser tema nas rodas de conversa dos louveirenses. Cercada de tapumes novamente, a Prefeitura de LOUVEIRA começou novo quebra-quebra e anunciou uma ‘outra’ reforma: a adequação da Estação para o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), ao custo de R$ 72 mil. Sim, leitores, mais R$ 72 mil numa obra que custou R$ 5 milhões e apresenta muitas falhas.
NOVOS GASTOS
Fica então a pergunta: Quem vai arcar com os gastos extras por causa dessa falha de projeto? Acontece que o projeto completo não permite falhas em se tratando de uma obra específica em contrato como ‘restauração’ e não de reforma, o que é proibido por se tratar de imóvel tombado pela Secretaria do Patrimônio da União do Ministério do Planejamento e que foi cedido à Prefeitura Municipal de LOUVEIRA pela Superintendência do Patrimônio da União em São Paulo, ficando a Administração Municipal responsável pela manutenção, conservação e restauração da estrutura existente no Pátio Ferroviário de LOUVEIRA por tempo indeterminado.
EMPRESA SUSPEITA
Vale lembrar que as falhas cometidas pela Administração Junior Finamore vão desde a contratação da empresa responsável para restaurar, e não reformar, a estação, a Concrejato Serviços Técnicos de Engenharia S/A, vencedora da licitação pública , a mesma que construiu a ciclovia ‘assassina’ no Rio de Janeiro responsável por duas vítimas fatais, e ao pouco trabalho de utilização da Estação como espaço cultural e social, transformada apenas em palco para algumas programações oficiais da Prefeitura.
Talvez por isso o tal ‘restauro’ da estação não contemplou a preservação de todos os detalhes originais da época da inauguração do prédio, construído em 1915. Em vez disso a estação ganhou um forro de PVC, ao contrário do que era, de madeira nobre. Canaletas de plástico estão à vista com a fiação para lâmpadas bem modernas, e não da primeira década do século passado. Corrimões de madeira fina foram substituídos por material em inox, material não existente em 1915, o que deixa a obra muito mais com cara de reforma do que de restauro. As portas utilizadas nos banheiros públicos podem ser compradas por R$ 250 em qualquer loja de material de construção. E os milhões, foram parar onde?
Porque mesmo antes da reinauguração já existiam paredes e tetos com infiltração, rachaduras, ferrugem, e um ranger do teto que continua assustando quem passa pelas plataformas. Resumindo: trata-se, portanto, de uma obra mal planejada, sem qualquer fiscalização pelo Poder Público. Que a tragédia do Rio de Janeiro não se repita em LOUVEIRA por conta de uma Administração desastrada. E que o alvará dos Bombeiros, enfim requisitado, passe a dar um pouco mais de segurança à população temerosa diante da notória forma irresponsável da atual Gestão em administrar o dinheiro público.