#LOUVEIRA: Aprovado projeto que dá o nome de José Antônio Cavalli ao Centro de Apoio ao Produtor Rural da cidade
Os vereadores de Louveira aprovaram na noite de terça-feira (2), durante a 7ª sessão ordinária da Câmara Municipal, o projeto 13/2023, de autoria do parlamentar Fábio Borriero (PDT), que dá o nome de José Antônio Cavalli (o conhecido “Zé Cavalli”) ao Centro de Apoio ao Produtor Rural da cidade, situado na Estrada das Maritacas, no Bairro Barreiro.
“Falo do Zé Cavalli com muita honra. Esta homenagem é mais do que merecida. Ele foi um grande homem, que só deixou lembranças boas”, destacou Borriero, logo depois da exibição no telão do plenário de fotos do homenageado com familiares e amigos. “O exemplo dele ficará para todos os seus filhos, assim como aquilo que fazemos de bom será um legado para as gerações futuras”, emendou o vereador Nilson Cruz (PSD).
“Temos que ter orgulho de uma pessoa como o José Cavalli. Ele vai deixar um belo legado”, disse Leandro Lourenção (PSDB). “Queríamos homenageá-lo em vida, mas a legislação não permite. De qualquer forma, trata-se de um grande cidadão louveirense”, completou o presidente da Câmara, Nildo Redenção (PSC).
Nascido em 14 de maio de 1953, José Antônio era filho de um dos primeiros e mais tradicionais produtores rurais do Bairro Santo Antônio, Frederico Cavalli, que era casado com Helena Andretta Cavalli. Além do próprio Zé, o casal teve, ainda, as filhas Maria Conceição e Linda Dorotéia.
O homenageado da noite casou-se com a louveirense Vera Maria Oliveira Cavalli em 4 de junho de 1977, com quem teve três filhas: Adriana, Beatriz e Mariana. Ele foi avô de duas lindas netas – Angella e Luísa. José Antônio Cavalli faleceu três dias antes de completar 66 anos, em 11 de maio de 2019.
O texto da propositura aprovada nesta terça pelos vereadores conta mais da vida de Zé Cavalli. Desde os seis anos, ele ajudava a família no trabalho na terra. Com oito anos, vendia frutas produzidas em LOUVEIRA à beira da Rodovia Anhanguera. Aos 13, já trabalhava em expediente dobrado: ajudava o pai e os empregados no Sítio São Pedro, durante a semana, e aos sábados e domingos trabalhava no Restaurante Lago Azul como garçom, para completar a renda familiar.
Aos 17 anos, com o falecimento de seu pai, Zé assumiu os negócios da família, tornando-se o líder da casa e dos negócios da família. O nome dele caminha lado a lado com a própria história e o desenvolvimento das frutas que se destacam na “Terra da Videira”, como a uva Niágara e o caqui. Era um verdadeiro “doutor” quando o assunto era uva. Numa rápida olhada nos parreirais, fazia uma leitura das videiras e analisava se estavam boas ou precisavam de técnicas para se desenvolverem melhor. Era reconhecido e querido pelos amigos, que sempre buscavam seus conselhos para realizar negócios, principalmente relacionados às plantações de uva.
Muitos lembram da solução que deu quando da primeira grande geada que apareceu pelo caminho. Ele chamou os agricultores na época e disse que já sabia o que fazer. Estes plantaram abobrinha nos corredores das uvas para substituir a renda dos que perderam tudo.
AMOR PELO QUE FAZIA
Zé Cavalli amava tanto o que fazia que participava de todas as etapas da produção, desde a preparação da terra, o plantio, a colheita… Encaixotava a fruta com os funcionários e podia ser visto no caminhão, levando as frutas para o Ceasa, função que desempenhava com muita dedicação. Cuidava do transporte das uvas para que chegassem ao Ceasa com a qualidade já conhecida.
José Antônio também era um grande colaborador altruísta. Como morava perto da igreja, no Santo Antônio, participava ativamente da comunidade católica. Sempre ajudou com enorme carinho nas Festas de Santo Antônio, uma das maiores tradições de LOUVEIRA. Por muitos anos foi membro da comissão organizadora, comprava o que fosse preciso, fazia doação para os leilões, caixas e caixas de frutas, ajudava na venda de rifa, dava atenção a cada detalhe, sempre para ajudar a comunidade. Nos últimos anos, era um dos louveirenses assíduos do leilão da festa, comprando frutas, doando e alegrando a festa, que é até hoje um grande encontro de amigos.
O homenageado da noite também gostava de cultura e arte. Chegou a atuar em peças teatrais na década de 1970, em um grupo que ensaiava no Centro de Convivência do Restaurante Lago Azul. Grupo esse que tinha como diretor o renomado professor, escritor e pedagogo José Ademir Tasso, o “Zé Ademir”.
O legado de José Cavalli ficará sempre na história da “Terra da Videira”, como um homem trabalhador, bom, justo, honesto e que apreciava as coisas simples da vida.
(PAULO BEHR FERRO/Da Redação FOLHANOTICIAS)