LOUVEIRA: Atrasos das Casas Populares e TV Câmara dominam os debates na Câmara
A 12ª sessão ordinária que abriu os debates públicos na Câmara de LOUVEIRA deu mostra que, apesar do frio reinante, o clima entre oposição e situação vai ser cada vez mais quente. Os temas ainda são quase os mesmos, como as caríssimas desapropriações, as ‘eternas’ casas populares que em cinco anos o prefeito Finamore não entregou uma sequer, a inauguração da TV Câmara, o Edifício Garagem e o desperdício de dinheiro público.
CASAS POPULARES
Coube ao presidente da Câmara, Marquinhos do Leite (PTB), iniciar o debate com a cobrança ao prefeito da entrega das Casas Populares que em cinco anos , gastando mais de R$ 20 milhões de reais, não podem ser entregues porque falta acabamento, não tem data de entrega e nem critérios para que sejam sorteadas junto à população inscrita na Fundação Municipal de Habitação (FUNMHAB). Para se ter uma idéia do mau uso do dinheiro público, os vereadores fizeram uma conta para ajudar o prefeito à administrar o dinheiro: R$ 20 milhões divididos por 191 casas, chega-se ao valor de R$ 104 mil. “Eu nunca vi uma Casa Popular custar tão caro assim. Deve ter ouro deibaixo destas casas. Uma casa popular costuma custar aos cofres públicos cerca de R$ 40 mil à R$ 60 mil. Um absurdo! Em se tratando de casas populares, estão um pouco caras, não acham? Mas não satisfeito, o prefeito Junior pediu mais R$ 1 milhão e meio para complementar o serviço das obras casas populares, de modo que finalmente (um dia), possam ser entregues. Essas vão ser as casas populares mais demoradas para ser entregues, e as mais caras do Estado de São Paulo. É uma enrolação com o povo carente!”, desabafou o presidente da Câmara, vereador Marquinhos.
O vereador Nilson Cruz (PSD) bradou contra o que chama de “brincadeira com o sentimento do povo”, haja vista que em cinco anos nenhuma casa foi entregue. “E isso foi promessa de campanha do prefeito que eu ajudei a eleger. Só que eram mil casas populares. E até agora nem uma sequer 191. São incompetentes! E o povo angustiado, sofrendo com essa demora injustificada”. Nilson atribui o descaso da Prefeitura de LOUVEIRA com a população ao troca troca de secretários, mostrando que o governo não sabe o que quer. Por isso os vereadores apresentaram um requerimento assinado por todos, convocando o superintendente da FUNMHAB, Nelson Ormeneze, para prestar esclarecimentos sobre o problema das casas populares, sendo que o requerimento foi aprovado por unanimidade.
TV CÂMARA
Mas os vereadores do prefeito, não perderam tempo, e no ‘chumbo trocado’, atacaram a TV Câmara, recém inaugurada depois de ter contratado, via edital, uma empresa para tocar o trabalho da nova emissora de legislativo que vem somar às já existentes em diversas cidades vizinhas. O vereador Clodoaldo Martins disse que não vê necessidade no momento de uma TV Câmara, que o custo é muito alto, que vai encher a Câmara de funcionários terceirizados. Na verdade, são seis funcionários contratados pela própria empresa e quatro disponibilizados pela Câmara para dar suporte ao trabalho da TV Legislativa de LOUVEIRA, um marco histórico graças à visão dos presidentes Nilson Cruz e Marquinhos do Leite.
EDIFÍCIO GARAGEM
Um alvo muito fácil, muito pelo tamanho, o Edifício Garagem e espaço administrativo da Câmara Municipal de LOUVEIRA, constrído ao custo de R$ 18 milhões pelo vereador Nilson Cruz, presidente na época, foi mais uma vez combatido pelo vereador Clodoaldo Martins, que para seus colegas de oposição, depois que passou a fazer parte da base política do prefeito Júnior Finamore tem se esmerado em atacar a Câmara Municipal de toda maneira, o que mereceu um apelo do vereador Nilson Cruz para que o colega se lembrasse do seu tempo de oposição ao falecido prefeito Malerba. E comentando algumas matérias publicadas por jornais ligados ao prefeito denunciou que “o prefeito quer jogar a população contra os vereadores, mas não ve o que ele tem gastado na Prefeitura”.
MANDADO DE SEGURANÇA
Já o vereador Rodrigão (PSD) mostrou um documento, que era ‘apenas’ um Mandado de Segurança’ de autoria do prefeito Junior Finamore, para que a Justiça suspendesse os trabalhos da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que está investigando cerca de 51 desapropriações supostamente milionárias feitas pelo prefeito, muitas para beneficiar, em tese, amigos, parentes e cabos eleitorais. “Um absurdo isso que o prefeito está fazendo. Se intrometendo no funcionamento da Câmara. A CEI (CPI) é nossa prerrogativa, não creio que algum juiz vá concordar com tamanho disparate, Quem não deve não teme. Vamos continuar a investigar o prefeito sim. Se ele errou, tem que pagar”, enfatizou Rodrigão.
ESCLARECIMENTOS
Em defesa da ‘CEI das Desapropriações’ saiu também o vereador Luiz Rosa que se mostrou frustrado com a não entrega das casas populares com o dinheiro garantido no orçamento, e reforçou que os trabalhos da CEI das Desapropriações ocorrerão na maior lisura. “Esse Mandado de Segurança do prefeito, tentando barrar as investigações, não procede ao dizer que as desapropriações investigadas são em terras privadas. “Não é verdade, só queremos esclarecimentos, não sou fiscal de loteamentos, mas quero saber como se processou a implantação dos mesmos. Quanto à TV Câmara, eu parabenizo os funcionários, seis contratados pela empresa, e quatro que vão dar suporte ao trabalho da terceirizada”, acredita Luiz Rosa.
FILA NA SAÚDE
Outro tema que suscitou debate foi o ‘eterno’ problema da saúde em LOUVEIRA. Nilson Cruz escancarou: “Criaram um aplicativo para enviar resultado de exame, mas não falaram que para marcar um exame demora de quatro a cinco meses. Existem hoje cerca de três mil pessoas na fila para um exame com o oftalmologista, duas mil pessoas na fila da odontologia. E pra fazer um exame de ultrassom tem que ir para o hospital Galileo em VALINHOS.
QUEIMADAS
O vereador Leandro Lourençon (PSDB) denunciou o caso de uma criança com um grave problema na perna que precisava ser transportada, mas não tinha motorista para a ambulância. Ele também abordou a questão das queimadas, principalmente nos bairros de Monterrey e Abadia, que por causa disso tem recebido muitas reclamações. “Quanto às casas populares, será que o prefeito vai esperar as próximas eleições para entregar?”, questionou, em tom de brincadeira.
SEGURANÇA
Por seu lado, o vereador Caetano (PTB) faz uma rara aparição no microfone da Câmara para defender o mandado de segurança porque a ‘CEI das Desapropriações’ está pedindo coisas que não são da função dos vereadores. Ele rebateu as críticas à segurança na cidade afirmando que “criticam a segurança, mas foi tirado dinheiro da segurança para investir na Câmara”. Por fim, foi aprovado por unanimidade o Projeto de Resolução que modifica o logotipo da TV Câmara. Nilson Cruz também indicou ao prefeito que faça gestões junto à secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo visando a imediata reforma e manutenção do prédio da Delegacia de Polícia de LOUVEIRA