LOUVEIRA: Cidade rica, saúde pobre. Louveirense morre com sintomas de H1N1. Doença avança

Santa casa Lou Cred. JCAT. (3)A paciente louveirense Silvia Andrea Veronezi morreu no Hospital São Vicente de Paulo, em Jundiaí, depois de dar entrada com sintomas da gripe H1N1. Silvia morreu às 23h30 de quarta-feira, 30, depois de ter sido transferida da Santa Casa de LOUVEIRA dois dias antes. Este pode ser o primeiro caso de morte de louveirense em decorrência da gripe Influenza. O laudo do Hospital São Vicente (HSV) declarou apenas que a morte foi em função de uma ‘crise torácica’. Segundo a assessoria do HSV, somente os exames que seriam realizados pelo Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) de Jundiaí poderiam confirmar a causa. Procurada, a administração da Santa Casa de Misericórdia de LOUVEIRA não retornou aos  questionamentos feitos pela reportagem. Outras fontes, no entanto, relataram que a Santa Casa louveirense teria atendido, até a quinta-feira, 16 casos com pacientes com suspeita de gripe pelo vírus H1N1. Quem precisou ir ao hospital durante a semana se deparou com médicos, auxiliares de enfermagem e enfermeiros usando máscaras – fato que assustou muita gente. Um dos funcionários da Santa Casa explicou que “era uma prevenção, pois haviam muitos casos de suspeitas da gripe H1N1 em LOUVEIRA”. Se confi rmada, esta será a 39ª morte em decorrência do vírus H1N1 no Estado – a primeira entre as cidades que integram o Aglomerado Urbano de Jundiaí. Outro caso, o do secretário adjunto de Educação de Americana, Welington Zigarti, que morreu na segunda-feira, 28, também com suspeita de gripe H1N1, ainda aguarda confi rmação. Até o momento, 38 pessoas morreram no estado este ano. Segundo o Ministério da Saúde, até 19 de março haviam sido registrados 46 óbitos por H1N1 em todo o país – 10 mortes a mais do que no ano passado inteiro. Na região, VINHEDO tem três casos suspeitos de gripe H1N1 (mas nenhuma confirmação).  VALINHOS não registra nenhum caso de suspeita da doença. A Prefeitura de Itatiba não respondeu às perguntas formuladas pela FOLHA.

CIDADE RICA, ATENDIMENTO PÉSSIMO

Uma das maiores preocupações da população louveirense diz respeito às condições de atendimento da Rede Pública de Saúde do município – e da própria Santa Casa. Embora a administração do hospital não tenha confirmado, o caso da paciente Silvia mostra bem a falta de infraestrutura para esse tipo de atendimento. Silvia já teria dado entrada na Santa Casa em estado grave. Por se tratar de uma doença que requer isolamento – a Santa Casa não tem -, e tratamento adequado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – de novo: a Santa Casa não tem -, quando as condições de saúde da paciente se agravaram não houve outro recurso a não ser buscar uma transferência, finalmente conseguida com a cessão de uma vaga pelo Hospital São Vicente. Os problemas de saúde do município começam ainda nas Unidades Básicas de Saúde – que carecem de estrutura de atendimento profissional. Faltam médicos especialistas; exames e consultas demoram meses para serem solicitados – e outros tantos meses para serem marcados. A Rede de Saúde não tem a agilidade necessária sequer para tratar de casos corriqueiros – menos ainda para lidar com um vírus como o que causa a gripe Influenza.

OUTRA QUESTÃO PREOCUPA: CHIKUNGUNYA

A Secretaria de Saúde de LOUVEIRA informa que, de oito casos suspeitos de chikungunya, seis foram confirmados pela Pasta. Há ainda outros 84 casos suspeitos de dengue – dos quais 15 já foram confirmados e os outros seguem aguardando resultados de exames. Para a Prefeitura de LOUVEIRA, o trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti (que reúne cerca de 20 agentes a cada sábado, em diversos bairros da cidade) parece bastar num momento em que a população está alarmada e não tem a quem recorrer.

LOUVEIRA ESPERA VACINAS DA UNIÃO: CADÊ O DINHEIRO?

Numa cidade como LOUVEIRA, conhecida por sua arrecadação milionária e cujo orçamento para 2016 é de mais de R$ 500 milhões, é de se lamentar, ainda, que a população tenha que esperar pela campanha nacional de vacinação contra Influenza para obter a imunização. No Estado de São Paulo, a partir da próxima semana, receberão a vacina 532,4 mil profissionais de saúde de hospitais públicos e privados da capital e Região Metropolitana (RMC). Até 8 de abril, todos os hospitais desses municípios receberão as doses para a realização de campanhas internas. A partir do dia 11 de abril, a vacinação será ampliada para as crianças maiores de seis meses e menores de cinco anos (982,8 mil), para as gestantes (179 mil) e para
os idosos (1,83 milhão) – também da capital e Grande São Paulo. Para as demais cidades do estado e demais públicos-alvo (doentes crônicos, puérperas, indígenas, funcionários do sistema prisional e a população privada de liberdade), a campanha de vacinação contra a gripe deve seguir o calendário do Ministério da Saúde, com início previsto para 30 de abril.

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