LOUVEIRA: CIELO completa 20 anos de excelência no atendimento do deficiente intelectual
A Clínica Interdisciplinar Educacional de LOUVEIRA (CIELO), situada na Rua Alberto Mazzali, 311, no Bairro Santo Antonio, em LOUVEIRA, iniciou suas atividades em 15 de agosto de 1997, a partir das demandas de um grupo de pais de deficientes atendidos pelo dr. Eugênio Grohmann, médico da Rede Pública do Município que começou a viabilizar as solicitações desse grupo de pais até que foi criada a CIELO. A FOLHA NOTÍCIAS esteve conversando com o atual presidente da entidade, Ademir Ananias Sampaio (o popular Mazza) e com a coordenadora técnica Nádia Altieri. Mazza informou que a CIELO é uma entidade sem fins lucrativos para atender pessoas com deficiência intelectual e múltiplas disponibilizando serviço terapêutico gratuito, na área da habilitação e reabilitação de pessoas com deficiência Intelectual através da neuropediatria, psicologia, pedagogia, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, educação física e serviço social.
EXCELÊNCIA
Já Nádia Altieri garantiu que a CIELO tem buscado ser reconhecida pela excelência no atendimento, em termos de Habilitação/Reabilitação da pessoa com deficiência intelectual, como também promover seu bem estar físico e mental, bem como a inclusão social. “A CIELO atende integralmente seus usuários, e extensivamente, suas famílias, enquanto realiza serviço de apoio e assessorias escolares, atendimentos a estagiários e visitas domiciliares. Os atendimentos da CIELO são realizados de acordo com a necessidade apresentada pelo usuário, e podem ocorrer de uma, três e a cinco vezes na semana. Também são realizadas avaliações de novos casos encaminhados à CIELO pelo órgão de Saúde do município, As avaliações ficam a cargo da equipe multidisciplinar”, garante Nádia.
O presidente da Cielo, o popular Mazza, e a coordenadora técnica Nádia Altieri
EQUIPE
A coordenadora técnica, Nádia Altieri, explica que a CIELO mantém à disposição da comunidade atendimento de neuropediatra para avaliação e triagem, consulta periódica, emissão de receitas e laudos e encaminhamento para terapias ou tratamentos específicos em outros setores, a exemplo do autismo, que é atendido no LarCab em VINHEDO, através de convênio mantido com a Secretaria da Saúde de LOUVEIRA. Sobre as pessoas que fazem a CIELO funcionar, Mazza contabiliza 31 funcionários contratados pela CLT e 22 membros voluntários da diretoria. Esse pessoal atende 120 pessoas deficientes, mas com uma capacidade para 130 atendimentos. “Estamos sempre no nosso limite, mas falta espaço, e a demanda é muito grande, desde bebês prematuros, gestação de risco, e diversas outras desordens cognitivas existentes em cada pessoa que passa pela equipe multidisciplinar”, avalia.
ACOLHER FAMÍLIA
Mas, segundo Nádia, o primeiro trabalho mesmo é acolher a família, trabalho para a psicóloga e a assistente social. E dependendo do quadro de patologias, cada pessoa é atendida individualmente em sessões de 30 minutos com cada técnico. O Funcionamento da CIELO começa às 7h, mas o atendimento, com duas equipes com a mesma composição, vai das 7h30 às 18h, isso para crianças e adolescentes. Para atender aos adultos é disponibilizada uma outra composição de técnicos. “Para o atendimento nós adotamos o conceito de não institucionalizar a pessoa deficiente. Então ela passa pelos atendentes e vai para casa. A última fase do atendimento é o acolhimento, só depois desta é que se faz uso dos procedimentos técnicos”, esclarece Nádia.
“Desse modo esta pessoa especial segue sua vida normalmente enquanto faz terapia. Mas nosso serviço é linkado com outras secretárias afins e outras entidades em rede, muito no sentido de garantir os direitos das pessoas com deficiência. Recebemos deficientes vindos do CRAS, CREAS, Conselho Tutelar, Fórum, e escolas, de onde vem a demanda maior. Mas as vagas existentes são coordenadas pela UAC (Unidade de Avaliação e Controle) da secretaria municipal da Saúde de LOUVEIRA”, revela Nádia.
O Método TheraSuit vem se destacando como um recurso na reabilitação de crianças e adultos com desordens neuromotoras
NÃO É DOENÇA
Para a coordenadora técnica da CIELO, “deficiência não é doença, e tem vários graus de deficiência, e dependendo desses graus é que se realiza o trabalho com os deficientes, e o maior ou menor grau é que define o tipo de tratamento para determinada pessoa. Nós olhamos para o potencial da pessoa e investimos nesse aspecto até que seja demonstrado o nível do desenvolvimento dessa pessoa. Desse modo, o trabalho é feito de modo que a pessoa não perca o que já possui”.
LUTO
Nádia comentou sobre a dificuldade que as famílias ainda sentem para aceitar a pessoa deficiente. “Praticamente as mães vivem um espécie de ‘luto’ junto com a família. “Tem sido muito difícil para as mães aceitarem a realidade daquela criança que não é a ‘criança perfeita’ tão esperada. Muitas mães demoram em aceitar. Mas tem casos de mães que abraçam e sentem o maior orgulho da criança deferente. Não é muito simples. Mas na medida em que as técnicas aplicadas vão funcionando, aí a aceitação fica mais fácil por parte das famílias, e nós fazemos com que o carinho e o amor prevaleçam”, acredita.
RECURSOS
Quanto aos recursos para manter a CIELO funcionando a todo vapor, o presidente Ademir ‘Mazza’ assegura que cerca de 70% vem de convênio firmado com a Secretaria Municipal da Saúde de LOUVEIRA, que compra os serviços da CIELO, e os valores são corrigidos anualmente. “Tem também os recursos vindos do Telemarketing que representa 16% dos recursos, juntando-se o Bazar, , a venda sazonal de pizzas, realização de almoços, jantares, , participação na Festa da Uva com as nossas massas, na Festa de Santo Antonio, com as pastas (massas), na Festa da Primavera, na Festa das Tradições Nordestinas, sempre com venda de massas e pizzas, além de doações diversas vindas de pessoas que valorizam e apostam em nosso trabalho“, salienta Mazza.
THERASUIT
“Por isso estamos sempre investindo na capacitação e atualização do nosso corpo técnico, inclusive acabamos de trazer o método do TheraSuit que é baseado numa veste criada por pesquisadores russos para contrapor os efeitos negativos vividos pelos astronautas (atrofia muscular, osteoporose) devido à falta de ação da gravidade em suas viagens espaciais. Acontece que todos somos deficientes, e o outro com sua deficiência diferente da nossa é tão precioso como qualquer um. O grande desafio é aceitar e respeitar as diferenças de deficiências”, entende Nadia Altieri.
Equipamentos de ‘TheraSuit’ que é baseado numa veste criada por pesquisadores russos
