LOUVEIRA: Coluna de João Batista – Louveirando

Não existe um domingo qualquer

No domingo passado, aqui em LOUVEIRA, por volta das 16h, ainda sem gasolina no meu carro, decidi sair por aí de ônibus, cheguei até o ponto ali na Rua Antonio Chicalione, próximo à Igreja Universal e me sentei, fazia um friozinho que, para mim que não gosto de frio, era um friozão. Em LOUVEIRA faz frio! Na minha cabeça os pensamentos ainda estavam voltados para as decisões das pessoas em relação à maneira delas viverem, mais expressivamente sobre as pessoas com quem convivo e, por isso, tenho a impressão de conhecer melhor. Pensei nos comentários que elas fazem ao vivo ou não, sobre os mais variados assuntos e, notadamente, a emoção, o desconhecimento ou a soberba falam mais alto do que a razão, o crivo do juízo. História, como conhecimento mesmo, faz falta. Há uma mistura de ódio, raiva, desencontro no ar, mudemos isso, tenhamos coragem de perceber que as vezes estamos errados, que a história nos desmentirá, aplico isso a mim também, e considero reconhecer o erro uma das mais difíceis atitudes do ser humano. Voltando… então, já no banco do ponto de ônibus, decidi que tomaria o segundo ônibus que passasse, fosse ele para onde fosse, feito! No intervalo de espera uma senhora chegou, disse boa tarde e também, prolongando o assunto, complementou que morava no Vassoural, bairro aqui de LOUVEIRA, e se apresentou como “dona Ilda”. Ela continuou falando e eu ouvindo, dando ênfase ao neto que é usuário de drogas, e, que mesmo sendo inteligente e capacitado a droga o domina, que ele é violento com a mãe na maioria das vezes que está sob o efeito das drogas, mas que é muito amoroso e demonstra isso quando está lúcido. Senti tristeza na narrativa dessa senhora, que ainda tem esperança de que o neto saia dessa dependência química. Torci por ela e fiz uma prece pelos dependentes químicos da nossa cidade, torcendo para que haja uma política pública de acolhimento a todos que necessitem de amparo e, principalmente para que aprendamos enquanto sociedade, ver o próximo com mais tolerância. Hoje estamos aqui, amanhã não mais…pensando nisso o ônibus chegou, falei “enté” para a dona Ilda, entrei, paguei quatro reais e setenta centavos pela passagem e segui rumo a JUNDIAI, cidade onde nasci e onde, quando criança, comia pastel ao lado do meu pai…segui viagem entre os poucos passageiros, rindo o riso das pessoas contentes com a vida.

Trilha Sonora / Trem Bala / Ana Vilela

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