LOUVEIRA: Coluna de João Batista – ‘Louveirando’

Cinquenta, cinquentinha, cinquentona.

Mais uma louveirense, mais uma da família Gurgel, nascida Patrícia, e nascida livre para difundir a felicidade através do seu riso e sorriso contagiantes, que,  por serem sinceros desfazem como álcool em gel, qualquer vírus que seja nocivo à nossa felicidade. Me lembro dela desde que o mundo é mundo e, especialmente quando me sentava com ela numa pracinha ali na Vila do Sapo, bairro do Quebra (Santo Antonio) aqui em LOUVEIRA, próxima à Escola Melissa Sicalhone, que existe até hoje. Não há uma única vez que não passe ali, que não me lembre dela.

Dali, muitas vezes, aos domingos, seguíamos em direção ao Clube Nova Estrela para fazermos parte das domingueiras dançantes, primeiramente eu ia como frequentador e depois, como trabalhador, caixa, eu e Nair Assempção. Noites felizes. Mas ao término das domingueiras, ficávamos todos na rua até altas horas. Neste ponto específico me lembro das gargalhadas da Patrícia, que era como um localizador de felicidade e de alegria. Todos se dirigiam para aquele ponto feliz.

LOUVEIRA é assim, com suas figurinhas carimbadas e raras, aquelas que todos querem para o álbum, e Patrícia é uma delas. Coloco no plural, mas deixando claro que mais de uma já constitui plural, isso não quer dizer que existam tantas aqui na nossa cidade. Mas as que existem, são preciosíssimas. Não têm preço, embora esteja, falo aqui da Patrícia, à vista de todos, todos sabem que é uma raridade que não se permite enclausurar, por achar que seria egoísmo pertencer somente a um grupo de privilegiados; por isso, privilegia a todos com a sua presença.

Da minha parte e de todos com quem conversei a respeito dela, há somente elogios, mas com certeza também há críticas, que de fato nunca mudaram o jeito dela ser e de se comportar. Gostaria de conhecer pelo menos um defeito dela, agora estou rindo ao escrever isso. Claro que seu eu perguntar, ela me dirá alguns, mas por estar contente com o que conheço dela, feliz mesmo, não perguntarei. Mas se ela insistir algum dia em me dizer alguns, e me dizer indo daquele seu jeito, não sei se acreditarei. 

Não me lembro dos nomes dos pais dela, mas me lembro da irmã que se chama Verônica e do irmão que se chama João, o nome que considero o mais bonito de todos. Por que será, hein??? Essa minha amiga é quase anarquista em alguns momentos, explico: anarquista da alegria, do sorriso, da amizade inviolável, de guardiã da vida plena, como tenho visto e testemunhado precisamente aqui nesta cidade, também linda, que combina perfeitamente com ela, a nossa Gurgel, a Patrícia. Todos aqui sabem que estou falando de LOUVEIRA, que estou falando de amizade, de beleza, de alegria plena, de abraços e encontros regados por uma trilha sonora perfeita que foi lançada há cinquenta anos, desde o nascimento dessa estrela, e é sucesso absoluto até hoje.

Trilha Sonora / Onde a dor não tem razão / Paulinho da Viola

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