LOUVEIRA: Coluna de João Batista – ‘Louveirando’
Instantes em rosa e azul
Acredito que, diante de tantos desencontros, a rosa, ou as rosas, de todas as cores sejam um ponto de convergência entre as pessoas, não quero dizer com isso que seja uma unanimidade, o que a meu ver é bom, por acreditar também que as unanimidades não gerem crescimento. Em LOUVEIRA há muitas roseiras espalhadas pela cidade, passe a observá-las a fotografá-las até, deixe o seu facebook ou instagram mais bonito, é uma ordem. Brincadeira, é uma ordem sim, mas quem não obedecer não será punido, pelo menos não por mim.
Nossa, mas com tanto assunto sério, você vai falar de rosas? Alguém poderia perguntar. Eu respondo de antemão: “sim”. Aqui vai a minha explicação, se plausível ou não, não sei bem, mas vá lá. Um rosa para florescer precisa que alguém a plante, cuide dela em todas as etapas até que ela produza a flor propriamente dita, que se chama rosa e esta, além de se chamar rosa, também é cor de rosa. Após florescer ela também precisa ser cuidada, para que suas pétalas perfeitas, permaneçam pelo maior tempo possível, perfeitas.
Vou confessar uma coisa, não gosto de flores em ramalhetes, em vasos já colhidas, gosto delas plantadas na terra, mas concordo que os ramalhetes são muito bonitos, mas dá um dó ver as flores murchando, minguando. Não quero entrar em conflito com as floriculturas, é apenas uma opinião, respeitosa opinião e tem mais, as floriculturas quando bem cuidadas, são lindas. Em LOUVEIRA há várias floriculturas, todas, ou pelo menos as que eu conheço, são bem cuidadas.
Para registrar essa rosa que mora no Jardim Juliana, nesta cidade, eu tive que me locomover pela cidade, observar muito as nuances urbanas, ouvir vozes, latidos de cachorros, gritos de crianças, ronco de motores em vários tons e alturas, parar atrás de um carro de auto escola, não ter pressa e nem apressar o condutor aprendiz. Foi justamente aí que eu avistei esta rosa, entre outras rosas e entre outras flores, mas esta rosa cor de rosa foi a que mais me chamou a atenção e, como numa prece, o silêncio se fez e eu não ouvi mais nada, pois todos os meus sentidos se voltaram para a flor. Ao me despertar, ouvi o miado de um gato e senti que ele apreciaria uma conversa, eu disse olá, e ele “ronronron” partindo em seguida.
Foi um instante mágico e a flor se contrastou com o céu azul tão límpido daquela manhã de agosto, uma manhã fria, mas com muito sol, fatores que proporcionaram a este fotógrafo amador fazer esta foto. Cada um poderá ter a sua opinião sobre a foto e é justo que seja assim, o que não muda a cor da rosa, espero. Tudo com o tempo parece uma repetição e fica parecendo que eu escrevo a mesma coisa sempre, o que pode ser verdade também, mas escrever sobre LOUVEIRA é tão gratificante que eu continuarei. Saibam vocês que cada pessoa tem a sua própria percepção sobre cada palavra ou frase escritas, então me permitam dizer que cada coluna escrita, embora fale de LOUVEIRA, já há uns cinco anos, uma vez por semana, a cada vez, é um João diferente que escreve. Ler é preciso, gostar não é preciso.
Trilha Sonora / A Rosa / Marisa Monte