LOUVEIRA: Coluna de João Batista – ‘Louveirando’
Vestígios de um passeio
Lá ia eu mais uma vez, sem ser a última, espero, cantarolando, ou melhor, parodiando o grande compositor Paulinho da Viola, cuja obra prima Sei lá Mangueira, se inicia com “LOUVEIRA” seu cenário é uma beleza”, quando olhei de soslaio para a obra de restauração que está sendo realizada bem ali, do meu lado direito em frente ao Estádio Municipal sentido Estação Ferroviária. Falo aqui da a primeira Subestação de Energia Elétrica da América Latina, a Subestação Engenheiro Francisco de Monlevade situada no Centro de LOUVEIRA, que com certeza, após a restauração, esse espaço histórico, com centenário, estará apto para receber a população louveirense e a todos que admiram e respeitam a história.
Nesse ínterim me vi cercado por todos os lados por belas obras, umas já acabadas, outras em pleno vapor e outras ainda que vislumbrei em desenho, no papel, mas que quando se tornarem parte da cidade, fisicamente falando, também encherão os meus olhos, como tem sido até aqui, cada dia com a sua obra. LOUVEIRA é uma cidade que além de linda, é conduzida com competência, embora eu já tenha ouvido dizerem que é ela que conduz, e, por ser gentil, finge que é conduzida.
Depois de concluída a obra em toda a sua extensão, fica a torcida e quiçá a cobrança para que haja um plano continuo de conservação, e também há de se cobrar da população um comportamento adequado e condizente nesse encontro com a história. Ir, vir, apreciar, permanecer são opções inerentes a cada um, e melhor ainda, que cada um valorize a obra realizada, custeada com dinheiro público e também por isso, para o público. Não confundir “público” com “sem dono”, pois essa confusão pode acarretar prejuízo a todos, o que de maneira nenhuma é o objetivo quando se lida de forma responsável com a cultura, com a história e com o dinheiro público.
O entendimento, a compreensão, a empatia e a beleza educam as pessoas, aqui falo da beleza dos lugares que se espalham por esta localidade, que está no olhar de cada um, no coração de cada gente como a gente, que sente amor por esta cidade com todas as suas cores, desde os morros até as vargens, com todos os seus odores, como os das indústrias, dos comércios, das casas e das plantações. Não, não me esqueci do cheiro do pastel da feira rodeado pelos mais variados sotaques, que aos domingos não ouvem o apito do meio dia da antiga e histórica Fábrica de Louças Nerina, que toca, salvo engano, somente em dias úteis.
Falar de uma cidade, pelo menos para mim, neste momento é isso. A gente começa de uma forma, andando em um local específico e a mente, agora falo da minha, vai me trazendo os outros itens gravados em meu cérebro, que por serem memórias, não adquirem, para mim, uma linearidade lógica. A intenção é justamente essa, deixar a mente me levar, como num passeio por uma cidade chamada LOUVEIRA, que sempre me encanta, e mesmo que eu xingue as vezes, é da boca pra fora, e mesmo assim, sabendo que é da boca pra fora, o meu coração me repreende.

Trilha Sonora / Retrovisor / Fagner