LOUVEIRA: Coluna de João Batista – ‘Louveirando’

Puxando assunto

Eu aqui sentado na Estação Ferroviária de LOUVEIRA, reflito: Quando o Natal passar poderemos divagar sobre. Divaguemos então. Você foi convidado ou não? Se foi, gostou, ou não gostou do convite? E se foi convidado e compareceu, gostou ou não de ter comparecido? E se não foi, porque será que não foi, não compareceu? E se forçou o convite, valeu a pena? São perguntas que a gente ao envelhecer faz, pelo menos eu estou fazendo nas minhas reflexões sobre os natais passados. Ouço muita gente comentando sobre o Natal deste ano, e, dentre estes comentários, há um pouco de tudo e muito pouco sobre o sentido do Natal, pelo menos o sentido que a maioria prega. Prega esta maioria que o Natal deve ser um momento de encontro com Jesus, com o amor, cuja forma mais cobiçada é a de se estar com quem se ama, com a família.
Também já ouvi e já participei de festas e de confraternizações, nas quais eu me senti muito bem, a vontade mesmo, e, em outras, nas quais eu não me senti tão à vontade assim, tudo é uma questão de momento, penso eu. Querer estar de verdade em determinado lugar e com determinadas pessoas é o que faz a diferença. Claro que nem sempre poderemos estar com as pessoas que queremos, e este ano, a meu ver, está mais difícil ainda; existe uma pandemia no ar.

Acredito também que esta pandemia servirá de argumento para os que já não queriam estar em algum lugar ou com alguma pessoa, não se fazerem presentes. Cada um é cada um, e usa ou vê a pandemia à sua maneira, não nos esquecendo que a pandemia é coletiva e, por ser transmissível, contagiosa, devemos considerar todas as possibilidades, baseados no bom senso, quando houver bom senso, lógico.

Estando numa festa, qualquer um de nós, já passamos pela sai justa de ter que puxar assunto? De ouvir as músicas que não gostamos? De elogiar uma comida que nem comemos? De ser abraçado por um “bebum” que diz coisas sobre as quais ele pensa totalmente o contrário? Bem, acredito que todos já passamos por isso e que já, em alguns casos, fomos até os protagonistas. Agora, é lógico que a Festa de Natal é algo maravilhoso, um local em que devemos ser generosos, amigáveis, alegres e gentis. Então diante disso, todas as intempéries advindas dos presentes, devem ser também relevadas, pois devemos na verdade agradecer por sermos convidados. Por podermos compartilhar com pessoas, muitas vezes, bem diferentes de nós, o aprendizado da tolerância, da humildade, do bem querer e da própria convivência democrática, pensando sempre que as vezes os inconvenientes somos nós.

Penso eu que, se estamos todos no mesmo mundo, é porque somos todos muito parecidos, com as mesmas qualidades e defeitos que, justamente na convivência, essas qualidades e esses defeitos extravasam. LOUVEIRA que te ama, te convida em todos os natais para dar uma volta pelos seus enfeites, permite que você fotografe quantas vezes quiser sem cobrar direitos autorais, amor é assim, é gostar de te receber, e você é o presente mais importante diante de tanta beleza. Vacine-se então contra a ingratidão, o egoísmo e o orgulho e para o próximo Natal, verá a beleza que está ao seu redor; essa beleza generosa em quantidade e qualidade que a nossa cidade, esta linda cidade, proporciona democraticamente a todos. Comecemos hoje as boas práticas para um Ano Novo mais feliz!

Trilha Sonora / Verdade Chinesa / Emílio Santiago

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