LOUVEIRA: Coluna de João Batista – ‘Louveirando’

Uma rosa com amor

Nesta sexta-feira, ao passar pelo Bairro do Burch (com CH), me deparei com uns roseirais bem cuidados, com rosas lindas em tons avermelhados; os tons de vermelho me remeteram, nem sei bem o porquê, ao sangue das pessoas, mais especificamente ao sangue dos louveirenses, ou dos moradores aqui de LOUVEIRA, sejam nativos ou não. Todo sangue é vermelho, embora possam ter várias tonalidades, ou seja, mais escuro, mais claro, mais vermelho vivo, mais vermelho opaco e assim por diante.

Passamos por um momento crítico aqui na nossa cidade, embora, pelo que ouço e vejo, nem todos entendam a gravidade da situação. Até eu as vezes, por cansaço, por negligência, por ignorância culposa ou até por ser um tolo mesmo, não cumpro de maneira rigorosa os protocolos emitidos pelas autoridades sanitárias. Falo para mim mesmo “Não João, a conta não é só sua se algo acontecer, pois na verdade todos pagarão, e eu sei o preço de uma UTI e todo o seu aparato para que funcione de acordo.” Respondi então para mim mesmo “Sei o preço psicológico dos profissionais da saúde, todos eles, e dos familiares e dos amigos que perdem os seus amados.”

Ainda sei, e parece que seja negligenciado, o preço das sequelas que os que tiveram a doença carregam e carregarão, muitos deles, para o resto da vida. Conheço pessoas que embora tenham alta, ainda, cinco meses depois sofrem dessas sequelas. Essa rosa com amor, o nome é plágio de uma novela da Globo, vai para todos os profissionais da saúde, para os sanitaristas, para os que seguem os protocolos orientados pelos que estão na linha de frente no combate à Pandemia.

Vai também e especialmente para o nosso SUS, que carrega nas costas, na cacunda, toda a carga que chega, não fazendo discriminação. Nosso SUS, sustentado com o dinheiro dos nossos impostos, está aí, as vezes tão desprezado, outras tão abusado e outras, em quantidade muito menor, elogiado. Sempre fui atendido pelo SUS, pois não tenho plano de saúde privado e, aqui em LOUVEIRA, pelo que me lembre, fui sempre muito bem atendido. Uma vez não fui atendido, tenho a ficha até hoje em casa, mas isso para mim se tornou um fator folclórico, que cito as vezes, não como crítica, mas sim como folclórico mesmo. Claro que não morri por isso, mas passei algumas dores.
Recapitulando: Aos profissionais da saúde, da linha de frente ou da retaguarda, aos sanitaristas e aos apoiadores da ciência, ofereço sempre as minhas preces, invisíveis a olho nu, e, ofereço essa rosa, como já disse antes, com amor. Sei que o amor é um encanamento de mão dupla, então, pensando assim, fico muito tranquilo por saber que todo amor que oferto voltará para mim, ou que, todo amor que já me ofertaram, esteja voltando para os que ofertaram. Claro que há vários tamanhos, larguras de encanamento, então, chegará a mim justamente a quantia que eu bombear pela espessura do encanamento que uso. Deus abençoe aos que se dedicam ao próximo.

Trilha Sonora / The Sound of Silence / Simon & Garfunkel

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