LOUVEIRA: Coluna de João Batista – ‘Louveirando’

O abraço que eu nunca esqueci

Eu quero abraçar a Kuka, que descobri há pouco tempo, se chama Antonia. Gostei. Ela, a Kuka, está em minha vida desde sempre, pelo que me lembro e, participou de muitos acontecimentos, aliás, participamos de muitos acontecimentos juntos. Ela e eu. Aqui em LOUVEIRA a Kuka é muito conhecida, respeitada e até temida, pois ela, além de forte fisicamente, também é inteligente e rápida nas respostas, quando necessárias, e até, ouso dizer, com um pouco de medo, que as vezes ela exagera. Como eu também exagero as vezes, acredito que estejamos quase empatados, pois ninguém alcança a Kuka em alguns quesitos.

Ela também é amiga de verdade, artista circense, mãe zelosa, irmã querida e filha amada. Ela, de alguma maneira também se tornou uma personagem folclórica aqui do Quebra, o bairro em que moramos, oficialmente chamado de Santo Antonio. Para alguns ela é muito brava, muito briguenta, muito espontânea, sendo que, para outros, ela é tudo isso, mas também é amorosa, sincera, valente e luta pelos seus direitos. Enfim, a Kuka é a Kuka, um ser maravilhoso que não cabe a meu juízo, uma definição exata, pois ela é aquela criatura da música do Raul, aquela da Metamorfose Ambulante. O que é ótimo e, rótulo que não cabe a todos, mas que fica perfeito nela. A gente ama a Kuka.

LOUVEIRA, mais do que eu, com certeza já testemunhou as ações deste ser iluminado, por onde ela anda, passa ou mesmo quando dorme e, poderia contar com mais detalhes, picantes até, a vida dela em verso e prosa. Aliás, a Kuka é de muita prosa, boas e ruidosas prosas. Já a vi chorar, rir, brigar, gritar, dançar, pedir uma carona no carnaval, após beber algumas cervejas e também já a vi com aquele olhar amoroso em relação ao nosso bairro, nossa cidade. Me lembro muito deste dia em que estávamos sentados num bar em frente à Praça da Igreja, Nossa Senhora Mãe dos Homens e ela me disse: “Meu amigo, eu amo este lugar, lutaria pela sua conservação com todas as minhas forças, e algumas cervejas”. Rimos. Isso foi nos anos 80.

Por tudo isso, e muito mais, é que não corro quando ouço “olha a Kuka tá vindo.” Pelo que sei, quase ninguém corre dela, ou quando corre, é ao encontro dela, coisa linda de ver. Ela se destaca, pois é alta, grande e delicada ao mesmo tempo, e tem uma presença marcante, acho que já disse isso, mas não custa repetir. Então, o que me cabe dizer para finalizar, por ora, é que um abraço da Antonia, a nossa Kuka, nunca foi tão bem-vindo quanto agora, tempos difíceis de pandemia. Eu quero abraçar a Kuka de novo. Espero que, logo, logo. Posto um mantra todos os dias no meu facebook: “Sim, estamos atentos e fortes para os próximos abraços felizes. Com fé em Deus e esperança no amanhã, esse dia há de vir, eu creio.”

Trilha Sonora / Andança / Beth Carvalho

468 ad