LOUVEIRA: Coluna de João Batista – Louveirando
Do outro lado
Não, não pulei o muro, somente ergui a câmera e fotografei, depois vi o que foi registrado aqui no Bairro do Quebra (Santo Antônio). Tenho andado por LOUVEIRA, essa terra fértil em todos os sentidos e, tenho observado e ouvido o que as pessoas dizem e como elas agem em determinadas situações. Posso afirmar que não houve surpresas em minhas constatações. Ouvi pessoas falando sobre coisas que aparentemente entendem ou que aparentemente não entendem, usando uma ou mais palavras tiradas de um contexto e formando um novo texto, no qual se julgam sábias, é uma maneira de viver e, tem gente que aplaude. Vi pessoas andando de um lado para o outro, me parecendo sem rumo, outras ainda pisando firme no chão, não sei se é uma firmeza real ou apenas uma fuga, também me perguntei o que eu tenho com isso. Na verdade, acredito que todos tenhamos alguma coisa a ver com isso, pois vivemos no mesmo mundo de alguma maneira, e, embora cada pessoa seja um mundo particular, o coletivo sempre conta, façamos as contas. LOUVEIRA tem espaços maravilhosos e esse é um deles, um pedaço de terra que já produziu de maneira gloriosa trabalho e produtos, bem como crescimento profissional para muitas pessoas, considerando que o fruto do trabalho é sempre precioso. Porém o tempo, esse amigo implacável, vai mostrando as transformações que um espaço, pedaço de terra sofre durante o passar dos anos e aqui, não foi diferente.Diante disso, cada pessoa, dependendo da sua capacidade de ver as coisas, vai emitir uma opinião sobre a história vivida em relação a esse quinhão de terra e, cada um terá a sua razão. Sou uma pessoa otimista em relação aos acontecimentos, pois já não sendo tão jovem, vivi muitas histórias, e, sendo elas agradáveis ou não, alegres ou tristes, me sinto feliz por colher de cada uma o fruto produzido, as vezes amargos, as vezes doces e outras vezes sem gosto, neste caso, os sem gosto, foram os piores. Não sei a quem pertence esse pedaço de terra, tão centralizado e tão valorizado, diria eu que abençoado mesmo, pois o pão nosso de cada dia foi produzido ali por muito tempo e poderá, com certeza, ser produzido ainda. Eu acredito no poder da terra de se reciclar, bem como no poder das pessoas de se reciclarem também, por isso sempre presto atenção enquanto caminho pela nossa LOUVEIRA. Agradeço sempre a Deus pela nossa terra tão produtiva e pela fartura de frutos, e também acho que o trabalho, em seu sentido amplo, seja a única forma de progresso.
Trilha Sonora / O Sal da Terra / Beto Guedes e Ronaldo Bastos