LOUVEIRA: Coluna de João Batista – ‘Louveirando’
Eu sei que é (a)gosto
Era quinta de inverno, era sim, é agosto, o local é lindo e eu estava lá, pronto para absorver todo o sentimento que um lugar possa despertar em quem esteja atento para perceber todos os sinais que as coisas visíveis e algumas risíveis possam oferecer aos olhos e mentes sãos. Me sentei, banco frio sob a sombra das árvores, após caminhar e já me sentir aquecido num frio cortante. Cortante para mim, mas aparentemente não para os trabalhadores que cuidavam do local em mangas de camisas, embora compridas, as mangas, eram camisas. Notei que eles trabalhavam felizes, bem como, também notei que o “recepcionista”, funcionário que atende na portaria, era educado, sorridente e ao que parece, feliz com o que faz.
Me permiti ficar ali sentado, até gelar, aí sim, saí para um lugar ao sol, e escolhi um que me acolheu muito bem, dentre os muitos que haviam. Já ao sol, percebi as demais pessoas que por ali circulavam. Ao que me pareceu, as primeiras a serem notadas, seriam três, uma moça mais velha, uma menina e um menino, todos muito alegres, sorridentes simpáticos e com uma bola de vôlei nas mãos, da moça mais velha. Correram um pouco, andaram por aqui e por ali e pararam numa clareira, linda por sinal, para baterem bola. Ao longe eu ouvia os gritos felizes de quem não se importava muito com a precisão dos toques na bola, mas sim com a precisão do momento puro em família. Ah, antes a moça, a mais velha, tirou uma foto minha a meu pedido. Toda sorridente clicou o momento, e eu também agradeci todo sorridente. Gostei da foto.
Já em outro momento, chegaram mais quatro pessoas, e, pela aparência de idade, me pareceu uma avó, uma mãe e dois filhos, todos “serelepes”, num ir e vir algazarrento. Os meninos subiam os morrinhos e a mãe os incentivava, enquanto a vó, aplaudia aquela subida íngreme. Bonito de ver: gosto de gente. Os meninos, pisaram em alguns abacates caídos já meio apodrecidos que esverdeavam os tênis, numa farra gostosa, própria das crianças saudáveis. Numa outra cena, um dos meninos, o menorzinho, achou um galho que parecia uma forquilha e logo procurou, orientado pela mãe, uma cabeça para que a forquilha parecesse um homem. Assim foi feito e o homem andou ao lado dos meninos, que o segurava pelas mãos, num momento, que eu quero e torço, para que se eternize na mente dessas crianças.
LOUVEIRA tem dessas coisas, e aqui, falo especificamente da Fazenda Santo Antonio que está sendo muito bem aproveitada pelas pessoas, mesmo numa tarde de inverno, dia muito frio, aliás. Não quero aqui falar da parte mais técnica que envolve uma restauração, a manutenção, mas posso afirmar que tudo está muito bonito. Então existe sim mais um local, um lindo local em LOUVEIRA, onde quem quiser ter bons momentos ao ar livre e envolto pela história da cidade, possa se sentar, caminhar ou correr e desfrutar do bom astral que lugares como este oferecem graciosamente. Após umas boas horas de encher os olhos e com o espírito em paz, fui embora feliz, mas voltarei. Se ainda não foi, vá; e se já foi, volte. Vale muito a pena!
Trilha Sonora / Vamos Fugir / Gilberto Gil