LOUVEIRA: Coluna de João Batista – ‘Louveirando’
Das boas bagunças da vida
A alegria dos dias que já se foram ficou em nós para sempre, quando claro, foi uma alegria verdadeira. Por “nós” entenda-se, neste caso específico, as pessoas que até hoje conversam sobre os carnavais memoráveis aqui de LOUVEIRA. Entre os blocos, havia o Kebragunça, o imbatível, aqui do bairro do Quebra, o nosso Santo Antonio. Era tudo alegria, festa mesmo, desde a composição do enredo em forma de samba, até a confecção das fantasias e dos carros alegóricos. Lá pelos lados do Dito dos Santos, que já foi prefeito, mais precisamente no barracão da família Santos, tradicional aqui de LOUVEIRA.
Como era bom! Todos se envolviam para que o nosso bloco fizesse um ótimo desfile na avenida, e sempre fazíamos, e, ao final sempre éramos recompensados e aplaudidos, mas a maior recompensa sempre foi o trabalho realizado e o desfile concluído, objetivando o adorável público. E o apogeu era o Clube Bandeirantes, onde todos os blocos após o desfile, “invadiam” numa verdadeira apoteose. E havia troféus, quantos troféus! Né Chico Nécchio?! Né Nair Assempção?! Né povo querido do Kebragunça?!
De lembrança e de memória, com a ajuda do meu querido amigo, Arilton de Moraes, que gentilmente cedeu a foto, os blocos participantes eram, salvo engano, os seguintes: Vila Pasti, Chiuaua, Espaia, Kebragunça e, me parece, o Opus Seis. Deixando claro aqui que não fiz nenhuma pesquisa histórica, somente apelei para a minha memória e do meu amigo, por isso, se houver algum equívoco, peço desculpas e aceito as correções. Mas o que conta mesmo é a alegria geral noite adentro e pelos dias infindáveis na preparação do carnaval, tudo era mágico.
Todo mundo queria e ia ver os desfiles numa época mais voltada para o lado humano das coisas, na qual se valorizava cada lantejoula colocada, dando o devido valor aos artesãos. Havia rivalidade sim entre o Quebra e LOUVEIRA, como se não fosse tudo a mesma coisa, mas era muito divertido. “Somos do Quebra”, dizíamos nós; “somos de LOUVEIRA”, diziam os outros, mas ao final terminávamos todos juntos sentados nas calçadas com um copo de cerveja na mão, e já nos preparando para o próximo “embate”.
Toda época é boa para quem, assim como nós a vivemos intensamente, usufruindo de cada momento da nossa passagem por aqueles anos 80´, cuja foto específica que retrata alguns de nós, segundo o autor do registro, é do ano de 1986. Hoje, pode parecer até um saudosismo brega elogiar com ênfase uma determinada época, mas na verdade é uma recordação eterna, aliás, excelente recordação que ficará para sempre em nossos corações, que ao reviverem aqueles momentos batem como o som da bateria, cada um, claro lembrando o seu bloco carnavalesco, mas todos, com certeza, lembrando do Kebragunça.
Trila Sonora / Quando O Carnaval Chegar / Engenheiros do Hawaii
(Da Redação FOLHANOTICIAS)