LOUVEIRA: Coluna de João Batista – ‘Louveirando’
Troféu Abacaxi
No meu quintal, aqui nessa casa que moro há décadas, bem no centro do bairro do Quebra, para mim sempre será Quebra, embora oficialmente seja Santo Antonio, no município de LOUVEIRA, existe terra firme, algumas plantas, alguns animais e muito agradecimento às pessoas que proporcionam isso, sem me esquecer de Deus, lógico. Sempre me sinto feliz no meu quintal, pois é o lugar onde percebo e recebo o sol e a chuva nas costas, onde penso em Deus e faço minhas orações pela humanidade no geral e em particular para os mais necessitados, que muitas vezes sou eu mesmo.
Por ser na maioria do tempo um lugar calmo, mas cheio de vida, me sinto vivo neste local abençoado, local aliás, que eu preferia nunca limpar, carpir, explicando: queria que a relva crescesse a vontade, que os lagartos que já existem e comem o resto de comida, que os pássaros que comem a quirera, e, me agradecem cantando livres, num voo de ir e vir se multiplicassem e desafiassem dona Bilu, a gata dominadora do lugar que, por se sentir dona de tudo, ataca todos os outros animais que por ali aparecem. Mas não tem jeito, por não morar sozinho e ser democrático, acato o aparecimento de um amigo que de vez em quando faz toda a limpeza e confesso, que fica bonito.
LOUVEIRA, essa cidade mágica, pelo menos para mim que ando “pra caramba”, me traz mais alegrias, bem mais alegrias do que tristezas, mas as tristezas existem sim e, que tal interpretarmos essas tristezas como um fato necessário em nossas vidas? Partindo desta primícia compreenderemos que não estamos imunes as circunstâncias impostas a nós pela vida, que com a devida paciência, virtude dificílima se der colocada em prática nos dias atuais, entendendo por dias atuais o presente, aí sim daremos graças pelas alegrias que tornam os nossos dias menos pesados. Por vezes nós mesmos somos o nosso fardo, ou então, buscamos nos outros o peso e, mesmo nos metendo a sabichões, carregamos o fardo na medida certa, como promete nosso irmão Jesus, o Cristo.
O que me levou a escrever sobre esse assunto foi justamente uma foto panorâmica dos anos 70 que meu amigo Robertinho Mazzali postou, na qual minha casa aparece toda branquinha no local em que moro até hoje, a casa já mudou de forma e cores algumas vezes, mas o aconchego que ela me proporciona, não muda jamais. As lembranças e a quase presença dos que moraram lá e que já não moram mais, independe da presença física, estão presentes na vida da gente. Isso é bom. Devo agradecer ao Robertinho por uma pessoa que divide a história com todos os moradores de LOUVEIRA e torço para que continue compartilhando suas ideias e suas histórias, através dos registros fotográficos ou das narrativas em suas postagens. Obrigado!
Igualmente torço para que cada cidadão de LOUVEIRA e das demais localidades, consiga perceber o seu quintal como uma extensão da sua casa e, mesmo os que moram em locais que não possuam quintais, pelo menos abram suas janelas de vez em quando e agradeçam por enxergarem, por terem uma visão com a capacidade de captar o lado bom de toda e qualquer paisagem, podendo muitas vezes serem os olhos dos que já não enxergam. Eu estou tentando, e talvez por isso, recebi da natureza esse abacaxi, que além de muito saboroso, pode significar um troféu, como ofertava o Chacrinha – o maior comunicador brasileiro – em sua Discoteca, aos que tinham a coragem de tentar. Para mim, que adoro abacaxi, está ótimo, e pra Terezinha também, tenho certeza, mesmo que tudo esteja um pouco confuso no momento.
Trilha Sonora / Nuvem Passageira / Hermes Aquino