LOUVEIRA: Coluna de João Batista – ‘Louveirando’
Paradinha
Por LOUVEIRA afora existem muitos pontos em que se pode dar uma paradinha, dependendo do motivo, essa paradinha pode ser lícita ou ilícita, engraçada ou tristonha, falante ou calada, observadora ou alheia ao que acontece ao redor. Aqui nesta praça no Parque Brasil, pedaço, no sentido carinhoso, do Bairro do Quebra, me sentei para observar, pois sempre a vejo quando passo nas ruas próximas e, embora me chame a atenção, nunca antes havia tomado a atitude de parar.
Ao parar e observar tudo ao redor, percebi que a praça não é muito grande em extensão, mas é bem localizada, arborizada com um parquinho onde as crianças podem brincar. Nesse momento uns meninos passaram com uma bola nas mãos, correndo em direção a uma quadra cercada onde já havia algumas pessoas jogando futebol de salão, e, deste espaço particularmente, a quadra, um som de alegria misturado as exclamações típicas de um jogo de futebol de salão, como “passa pra mim”, “aqui”, “olha sua esquerda”, “chuta, chuta”, “passou perto” e finalmente o som mais esperado “gooool”.
À minha frente uma senhora brincava com a neta no parquinho, foi ela, a senhora que tirou a foto, antes que eu pedisse, como sempre faço, ela se ofereceu gentilmente para tirar a foto, gostei.LOUVEIRA é assim gentil muitas vezes, somente pelo fato de ser gentil. A senhora travou numa “discussão” com a neta em relação ao horário, pois a neta queria continuar brincando e a vó, segundo ouvi, estava no horário de fazer janta, como acontece em muitos lares em que as vós fazem aquela comida deliciosa. Neste ponto me lembrei da dona Chica Bregion, lá no bairro da Reforma Agrária em VALINHOS, local onde morei por oito anos, que fazia uma polenta deliciosa e um macarrão feito em casa, na qual eu sempre jantava.
Fico feliz por nossa LOUVEIRA proporcionar as pessoas de maneira geral ilhas de sossego locais em que, se não para praticar algum esporte, pelo menos sentar para uma paradinha, onde vovós possam levar suas netinhas para algumas horas de alegria em segurança, como a que estava bem à minha frente, onde a preocupação maior, se é que podemos chamar de preocupação, era em relação ao horário para fazer a janta. Nos dias atuais, tempo em que muitos reclamam de calor e da pressa, do tempo que passa rápido demais, acredito que uma paradinha faria um bem danado para qualquer uma dessas pessoas. Eu sempre que posso faço isso e, para mim funciona como uma terapia, sem medicamento com tarja preta, como poderia ser na vida de muitos de nós. Na dúvida, dê uma paradinha.
Trilha Sonora / O que é, o Que é? / Gonzaguinha