LOUVEIRA: Coluna de João Batista – ‘Louveirando’

Aquele Livro que eu te sei…

Eu posso ler, sei ler, então porque não leio o quanto poderia ou deveria, ou pior ainda, simplesmente não leio? Posso ler em LOUVEIRA-SP, em PORTO FELIZ-SP, em EXTREMA-MG, em CATUNDA-CE, em MANAUS-AM, em BAURU-SP juntamente com o meu amigo Paulo Balderramas, no Projeto Tio Conta Contos, ah posso ler até em MARRAKECH, ou bem para lá; dê-me um livro então e, eu lerei, prometo. Por esses dias, mais precisamente no dia dezesseis passado, deste mesmo mês, estive em SÃO PAULO, a convite, para o lançamento do Livro Antologia de Verão, Perfil Editorial, Alessandra Anselmi, recheado de contos, crônicas e poesias, as sim como ficou o meu coração ao estar junto de tão nobres escritores, e por constatar de forma presencial que existem letras e leitores, pois a Livraria Martins Fontes, na Avenida Paulista, me ratificou o que eu ansiava. Meu muito obrigado a você Alessandra Anselmi, pela acolhida tão gentil e pelo lindo sorriso.
Seguindo o Livro, com prefácio de José Ildon Gonçalves da Cruz, no qual meu amigo Carlos Tiokal externa sua escrita em três obras, a partir da página vinte e cinco, precedido por Adalgisa Borsat, Ana Paula Abrão, e sucedido por Gabriela Amaral, Leila Abrão Campos, Martinha Luciana, Ngunza Domingos Alberto, Rafael Amaral, Rosa Carneiro, Val Saab, e Werley Souza. A música, executada pelo Duo Bambaré embalava suavemente o momento, mas meu cérebro desviou do som por um instante e gritou com doçura: “e viva a Rosa, a Rosa…”, pois houve um encantamento, ou um momento encantado em que a escritora Rosa Carneiro, rodeada de estrelas, teve seu brilho exaltado por um lapso de tempo, no segundo exato em que o “livreiro” entregava em mãos um Livro por ela adquirido, após um garimpo entre tantas obras brilhantes.
De LOUVEIRA para o mundo. Ouso afirmar que LOUVEIRA, a nossa, essa querida cidade, marcou presença com talento, como o da palavra escrita em versos tão bem compostos, nos quais cada palavra contém os pensares e os pulsares da alma do poeta. No local, na livraria, havia pessoas de várias cidades do nosso país e, como a obra viva traduz pensamentos, houve, com certeza, uma junção, quase um complô para que todos se encontrassem naquele dia e local, naquela ilha repleta de gente cercada de livros por todos os lados.
Para muitos uma ilha perdida, mas para outros, por não ser uma ilha perdida, os meios para quem quisesse ou quem a chuva obrigasse a entrar, acho que foram poucos os que a chuva obrigou, e, independente de como entrassem, todos eram bem-vindos para juntos descobrirem ou se alicerçarem, num equilíbrio prefeito entre o olhar e o sentir; olhar com os olhos e sentir com as mãos. Posso citar como exemplo o filho que cheio de afazeres reclamou por tempo ao pai, e o pai, que lê muito segundo me informou, disse ao filho “até no banheiro, se pode ler algumas páginas”, não tive dúvida e, num olhar cúmplice aprovei com um meio sorriso. Como o tempo voa quando estamos entre pessoas agradáveis, e eu agradeço a todos pelo convite! As três horas que estivemos ali foram maravilhosas e regadas pela gentileza de um sorriso, uma taça de espumante, uma água, um refrigerante, uns petiscos, muitos autógrafos, tudo perfeito.  Porém não posso deixar de ressaltar que tudo isso foi ornamentado por muita prosa, risos, prateleiras cheias de livros, pessoas lendo, comprando ou somente apreciando ao som daquela música suave executada com maestria pelo Duo Bambaré, sob o perfume dos livros. Livros têm cheiro, se duvidas, perguntes à Clarice Lispector.


Trilha Sonora / Cais / Milton Nascimento

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