LOUVEIRA: Coluna de João Batista – ‘Louveirando’

Sente-se ao meu lado

Depois de sair da academia de ginástica aqui no Bairro do Quebra (Bairro Santo Antônio), em LOUVEIRA, me sentei em uma das esquinas próximas da Academia. Não estava cansado em excesso, mas sim, fiz uma coisa que houvera feito durante toda a vida adulta, ou seja, me sentar em uma rua ou uma esquina e assim observar, encontrar e conversar com os transeuntes ou então ouvir um “fala Jão”, “oi Jão” ou um “fala João”, com acentuação na entonação. Foi assim na segunda-feira passada, quando eu me senti especialmente feliz por encontrar um amigo que não via há algum tempo, falamos muito.

Sentado ali fiquei observando os que passavam e imaginando onde cada um morava, como seria a casa, a cozinha, se tinha um quintal ou animais. Me lembrei que muitas vezes quando voltava de um jogo do Corinthians em SÃO PAULO, com esse amigo, em sua Brasília azul, ao passar por um prédio mais alto, vendo uma luz acesa em algum andar, imaginávamos quem moraria lá, para que time essa pessoa torceria, se é que torcia por algum time. Qual a religião dessa pessoa, se era velha ou nova, gorda ou magra, homem ou mulher e com isso o tempo passava e ríamos muito de nós mesmos, e principalmente quando o Corinthians perdia o jogo, era uma forma de recuperar o bom humor, desde que derrota não fosse para o Palmeiras, por que se fosse, aí não tinha bom humor de jeito nenhum.

Mas voltando à esquina em que me sentei, aqui em LOUVEIRA, durante todo o tempo, por ser próxima ao Posto de Saúde, me lembrei de quanto fiquei bem doente e minha mãe me levou ao Dr Reinado, cardiologista, não sei bem porque, pois meu problema era pneumonia. Mas como toda mãe é assertiva e todo médico, pelo que penso, tem alguma noção de Clínica Geral, ele me consultou, solicitou exames e ao final acertou o diagnóstico e me internou na Santa Casa de VINHEDO, local onde fui muito bem tratado, fator decisivo para a minha total recuperação. O engraçado é que ele foi o cardiologista da minha mãe, Dona Belmira, por muitos anos. Excelente médico!

É incrível como os fragmentos de uma história, dos acontecimentos, voltam à memória quando nosso subconsciente reconhece um local onde tivemos emoções muito fortes. Por isso, cada um de nós tem um local ou locais onde as emoções, independente da nossa vontade, voltam a fazer parte da nossa vida presente, como um presente de Deus e, mais ainda, como uma forma de provar que a vida é vivida e revivida para nos fazer refletir sobre o que vale a pena. Assim é LOUVEIRA e assim somos nós, frutos de um determinado tempo que por ser infinito, tem a capacidade de nos balançar pracá e pra lá, como eu fui balançado neste breve tempo em que estive nesta esquina.

Trilha Sonora / Emoções / Roberto Carlos

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