LOUVEIRA: Coluna de João Batista – ‘Louveirando’

Destino: ser feliz…

Ver alguém carregando malas de viagem sempre me aguçou os sentidos, me fazendo questionar qual o destino das malas e consequentemente do dono das malas, que, pode não ser o dono verdadeiro, mas sim alguém que emprestou as malas para fazer uma viagem. Sob o céu azul e um sol forte daqui de LOUVEIRA, observei aquele senhor puxando as duas malas à beira da Rodovia Anhanguera, sentido São Paulo capital, mais precisamente no km 72, em frente ao Restaurante Frango Assado, que fica do outro lado da rodovia.

Justamente neste local, fica um ponto de ônibus e, neste ponto de ônibus já havia mais pessoas, não sei precisar com exatidão o número dessas pessoas, pois o homem, aquele das malas, continuava a chamar a minha atenção dali da Avenida Paulo Prado, no bairro do Quebra – Santo Antonio – de onde eu observava a cena. Fiquei bem uns dez minutos parado para ver que condução o homem tomaria, se todos que estavam ali também tomariam a mesma condução ou se ainda eles conversariam entre si, neste último ponto deu pra perceber que eles estavam conversando, agora, não posso afirmar que já se conheciam, pois muitos de nós puxam assunto apenas para passar o tempo.

Por ter outros afazeres, ir à academia por exemplo, continuei a minha caminhada pensando para onde ele, o homem das malas, iria, viajaria. Pelo tanto de bagagem, me pareceu que ele iria para longe, para um lugar distante, talvez para a casa de familiares, para um velório em Alagoas, ou ainda, não se pode descartar, encontrar uma namorada para que juntos fizessem uma viagem de avião, saindo de GUARULHOS, o primeiro da vida dela. Seria legal se fosse uma viagem assim.

LOUVEIRA, que ainda preserva os ares de interior, nos permite andar despreocupados por suas ruas, principalmente aos que nasceram aqui, por não terem a malícia, ou medo mesmo, de qualquer transeunte que cruze seus caminhos. É lógico e sabido que mesmo nossa cidade, outrora tão pacata, já assiste a muitos casos de violência como todo o resto do Brasil, mas mesmo assim, se é possível andar despreocupado, observando as pessoas, as cores da vegetação, o Salim Rizzatto, sentado na cadeira dentro da sua loja de móveis, bem em frente à passarela que cruza a rodovia. Gosto muito do Salim e da sua família (né Neide Rizzatto? – amiga tão querida), sem me esquecer do Kleber e do Kaká, um abraço e um beijo no coração de cada um.

Já agora, enquanto escrevo este texto, o homem das malas já deve estar bem longe e, também ele, onde quer que esteja, se não pensa, vive essa mesma viagem.  Acredito eu que a chance de eu saber onde ele se encontra agora é quase nula, mas se um dia eu o vir novamente, perguntarei, mas enquanto não pergunto, desejo que ele esteja feliz em sua jornada. Como gosto muito de viajar e fotografar, também espero que ele, se não fotografar com um aparelho eletrônico, guarde, registre na memória essa viagem. Que Deus o abençoe!

Trilha Sonora / Voyage Voyage / Desireless

468 ad