LOUVEIRA: Coluna de João Batista – ‘Louveirando’
As aves pousaram
Um momento no tempo, sempre será um momento que o tempo guardará, hoje em dia poderia ser nas nuvens, assim como fazemos com os nossos arquivos mais preciosos, mas como o tempo é infinito, acredito que ele, o tempo, guarde todos os arquivos, e que, em sua generosidade, pensa sempre em nós e os guarda para que nós um dia possamos recuperá-los ou simplesmente recordá-los. Nossa memória, parece ser muito menosprecisa que o arquivo do tempo, pois as vezes as lembranças voltam um tanto quanto embaçadas, meio misturadas, sem muita exatidão.
Pensei nisso ao ver e ler as postagens do meu amigo Ricardo Oliveira, músico por excelência, baterista virtuoso, aqui de LOUVEIRA, que está na China divulgando a nossa cultura, e, melhor ainda, conhecendo a cultura de outros lugares, e, mesmo percebendo as diferenças e os gostares, tem a sensatez da compreensão, da empatia e da alegria de estar vivo e vivendo. Outro fato que me fez pensar nisso foram os pássaro, ou aves, deste registro aqui na represa da Rua Miguel Bossi, ao estarem pousados e tão quietos, a meu ver, curtindo a imensidão do mundo e, mesmo podendo voar, escolheram uma parada em meio àquela água, que faz do ponto em que eles pousaram, uma ilha.
No momento em que que fiz o registro havia um outro rapaz no mesmo local, uma moto estacionada com o capacete no banco da moto, acredito que ele tenha se aproximado bem devagar para não espantar os bichos. Conversamos um pouco sobre LOUVEIRA, sobre a represa, sobre os sons ao redor e principalmente sobre o que estariam “pensando” aquelas criaturas de Deus tão quietamente absortas. Passados uns minutos ele se despediu com um “até logo pro senhor, até uma próxima e esperemos, que a nossa cidade preserve as áreas naturais para apreciarmos mais momentos assim…”. Concordei de pronto com ele e fiquei contente por encontrar um jovem interessado nestes tipos de assuntos.
O meu momento foi este, o do rapaz que não me lembro o nome também, os do Ricardo estão sendo aqueles em “白金漢爵大酒店” na China, e, o dos pássaros foi aquele que não sei quando se encerrou, pois saí também e eles continuaram ali. Já indo embora, pensei na vida e que, com certeza, haverá outros momentos para todos nós, seja em LOUVEIRA ou em “白金漢爵大酒店”, na China. Agora em casa concluo que cada criatura voa de acordo com o seus sonhos e pousa onde possa ser feliz, quando tem a possibilidade de fazer do sonho de voar uma realidade. Esbanje reações ao sonhar e, sempre que possível, voe, assim como um outro querido amigo o fez, falo do grande Reinaldo Mendes, cabeleireiro aqui de LOUVEIRA que está na Europa, neste momento.
Trilha Sonora / Sonho de Ícaro / Byafra