LOUVEIRA: Coluna de João Batista – ‘Louveirando’
Me encantei
Eu tenho sabedoria e beleza para repartir e, vou repartir com vocês e com todos que prestarem atenção em mim, foi pensando nisso que observei pela primeira vez essas flores. O que de fato ouvi, foi a frase “eu tenho sabedoria para repartir”, em um seriado meio pastelão que estou acompanhando. Na verdade, acrescentei a palavra beleza que, se associada a sabedoria torna-se uma virtude inabalável. E então, dentro de uma visão mais poética, colocarei essas flores como o limite entre os municípios de LOUVEIRA e VINHEDO, sem poder cravar que elas, as flores, realmente estão no limite cartográfico que demarcam essas lindas cidades.
Mas a mente da gente, se bem arejada, pode nos levar a traçar novos limites para tudo que vivemos e, quando nos dedicamos a ver beleza nas coisas, a beleza nos atrai como um imã, pois a nossa sintonia com o mundo é que atrairá coisas boas ou não. Passeio muito entre as cidades da região, e, em cada cidade se percebo uma beleza peculiar ao lugar, mas por outro lado, conheço pessoas que, de cada lugar que visita, seja próximo, médio ou distante traz somente as mazelas, e a meu ver, essas pessoas ainda não têm a capacidade de perceber outras coisas, ou se percebem, as mazelas prevalecem, e cada história contada se torna chata e triste.
Claro que todos nós devemos ter senso da realidade do local em que vivemos ou passamos, mas se pretendemos um mundo melhor, como quase todos pregam, façamos do melhor o destaque, sem deixar de citar as mazelas como um fato real, fazendo sempre a nossa parte para que essas mazelas se diluam um pouco. Limite, divisa, fronteira, são palavras que destacam as linhas imaginárias que passamos quando adentramos uma outra terra, assim como todos os que chegam ou saem da nossa querida LOUVEIRA, esta cidade acolhedora, que lá pelo mês de setembro promoverá a Tradicional Festa Nordestina, um nome carinhoso para receber a todos.
A beleza está por aí e cada pessoa tem o seu parâmetro para dimensionar o que seja beleza aos seus olhos. Para mim, essas flores são um símbolo de beleza à beira da estrada, tanto que enquanto eu fotografava, registrava o momento, “meia dúzia’ de pessoas passaram por ali e puxaram assunto, num balançar de cabeça, com sorriso aberto, numa buzinada de carro ou simplesmente parando e perguntando quem era eu. Quem mais conversou foi o mendigo, este sim, sem pressa, me mostrou um caderninho, no qual, segundo ele, anotava as coisas interessantes que percebia durante o seu caminhar infinito. Até me disse que a vida é muito linda, mas que as flores superavam qualquer beleza. Pensei nisso e segui desarmado rumo à LOUVEIRA.
Trila Sonora / Eu vejo Flores em Você / Ira