LOUVEIRA: Coluna de João Batista – ‘Louveirando’
Uma árvore a mais, por favor.
Uma árvore, que faz parte deste mundo, está sujeita a todas as leis, assim como cada um de nós, mas as leis dos homens, que nem sempre é ajuizada de forma justa, respeita as leis da natureza, haja vista tanta destruição no mundo, principalmente destruição do que chamamos de natureza. Para que haja justiça, uma lei deveria ser imparcial, o que não acontece com os humanos, ainda, a meu ver, num estágio muito precário de desenvolvimento. Já as leis na natureza, leis naturais pontando, agem de forma justa em relação a tudo, pois por não ser vingativa, apenas aplica a lei pura, sem os resquícios da vingança, que nós humanos muitas vezes confundimos com lei.
Mas falemos e observemos esta árvore, aqui em LOUVEIRA, que existe desde sempre, pelo menos se nos atentarmos ao nosso período de vida aqui nesta terra. Árvore localizada, fica estranho falar que uma árvore está localizada em algum lugar, mas a título de curiosidade usarei este verbo, somente para dizer que ela, a árvore, existe ali, próxima à Estação Ferroviária de LOUVEIRA, e que talvez por estar sempre ali, como acontece com as árvores que vivem muitos anos, muita gente passe por ela sem a perceber, fato que não acontece comigo pois sempre a percebo e fotografo, e, até já “subi” nela algumas poucas vezes, pois a idade, falo da minha agora, não me permite mais certas estrepolias.
Por pura ignorância minha, não sei a que espécie ela pertence, coisa que nunca liguei muito na verdade, pois para mim, o mais importante é a sua existência e prevalência vivas. Cada pessoa que por ventura a observar, terá, acredito eu, um pensamento a respeito, podendo pensar sobre a espécie, a idade, a localização e até, se um cachorro já fez xixi nela, coisa que eu pessoalmente acredito que já tenha acontecido. Esta árvore faz sombra a quem quer que tenha um momento para ficar sob os seus galhos e folhas, cada veículo que alguém estacione ali, ou cada animal, pois já vi, até um cavalo amarrado nela, coisa que desaprovo, e embora neste caso a sombra o protegeu, em muitos outras os animais ficam muito tempo amarrados ou deixados ao relento enquanto seus “”donos” se divertem.
Aqui em LOUVEIRA ainda temos muitas árvores, graças a Deus, e torço eu, para que sejam conservadas, observadas, cuidadas e por que não, aplaudidas? A bondade, rótulo que colocamos nos bons, muitas vezes não colocamos nas árvores, por não compreendermos o que seja bom de fato. Cortamos, serramos, matamos com produtos químicos e elas, bem elas, continuam dando sombra, flores, frutos e oxigênio para todos indistintamente e, outra vez, diferente de nós, não faz assepsia de pessoas ou animais. Fortes resistem aos temporais, acolhem os pássaros e seguem vivendo, e alguns que são privilegiados, como o meu amigo Otácilo Fiqueiredo, o nosso ‘Pim’, têm a sensibilidade de perceber esta e outas lindas árvores aqui em nossa LOUVEIRA. Façam como ele, percebam nossas coisas lindas.
Trilha Sonora / As Árvores / Arnaldo Antunes