LOUVEIRA: Coluna de João Batista – ‘Louveirando’
“Vem cá Luiza”
Considero sempre muito delicado escrever sobre alguém ou algumas pessoas que fazem parte da minha vida, umas mais amiúde outras nem tanto. Mesmo tendo essas pessoas, cada uma a sua história, mas todas interligadas, cada um é um indivíduo daqui de LOUVEIRA, e, tendo nascido aqui ou não, fazem parte da história da cidade. Se a personagem principal é uma criança, fica mais delicado ainda. Pelo grau de conhecimento e amizade que tenho com os pais desta criança, acredito que não haverá problema, escreverei sobre fatos por mim testemunhados de forma presencial ou em forma de ouvinte.
Luiza, a menina do título, após o nascimento teve algumas complicações na saúde, a princípio não parecendo algo muito sério, quando levada ao médico pela primeira vez, aqui mesmo em LOUVEIRA, pois todos sabemos que crianças, uma vez ou outra serão levadas ao médico, preferencialmente pediatra, e, por não saberem falar ainda o que sentem, suas atitudes demonstram e, pais atentos logo percebem que algo não anda bem. Foi assim com Luiza.
A Santa Casa daqui encaminhou Luiza para a Unicamp e ela foi diagnosticada com uma doença grave no fígado, que após todos os exames serem realizados, os médicos concluíram que haveria a necessidade de um transplante de fígado. A mãe Giseli e o pai Diogo se sentiram muito apreensivos, tristes mesmo, bem como o irmão da Luiza, o Luca, que embora sendo criança ainda, também se sentiu triste com a situação, por sempre testemunhar as idas e vindas da família ao hospital, pois Luiza estava ótima em um momento e no momento seguinte, tinha uma crise.
Eu também testemunhei muitas vezes esses fatos, bem como muitas pessoas ao redor, e, todos de alguma maneira procuraram amenizar, na medida do possível, a tristeza desses momentos vividos pela família. Com a certeza de que haveria necessidade de um transplante, alguns dos amigos da família se ofereceram para doar o fígado, neste caso, uma parte do fígado, este órgão que tem uma capacidade enorme de regeneração. Aqui destaco os amigos da família, Erica Mazzali e Raul Falavinha, que se prontificaram sem pestanejar, num gesto de amor e empatia, a doarem o fígado, desde que fossem compatíveis, claro.
Pela própria organização do hospital, quem acabou doando foi o pai da Luiza, o Diogo, e, tudo correu bem diante da gravidade da situação, transplante este realizado em São Paulo, no Hospital Sírio Libanês. Nas visitas que fiz ao Hospital, antes e depois do transplante, encontrei Giseli, a mãe, sempre confiante e não vi uma vez sequer ela reclamar das acomodações ou do tempo que passou ao lado da filha Luiza, bem como o pai, Diogo, durante o período de convalescença, pois o mesmo também se submeteu a uma cirurgia.
Quem esteve ao seu lado no hospital por seguidos dias, nas palavras do próprio Diogo, foi o seu fiel escudeiro, Raul Falavinha. Sempre que nos encontramos e olhamos para uma Luiza tão esperta, tão cheia de vida, agradecemos a Deus pela vida da Luiza.
Luiza e família não moram aqui em LOUVEIRA no momento; se mudaram pra São Caetano há um mês. Que sorte de São Caetano!
Trilha Sonora / Minha Aldeia (Bonjour) / A Bela e a Fera
