LOUVEIRA: Coluna de João Batista – ‘Louveirando’

Água, sabão, bom senso… e muita música

“Deixou, deixou, deixou; Deixou cair a máscara da face. Mostrou, mostrou, mostrou; Mostrou por sí, que nunca teve classe.” (K. Caldas e A. CavalcantI) “Agora que a terra é redonda. E o centro do universo é outro lugar. É hora de rever os planos. O mundo não é plano, não para de girar.” (H. Gessinger) “Na mesma máscara negra. Que esconde o teu rosto. Eu quero matar a saudade.” “Mais de mil palhaços…”  (Zé Ketie P. Matos) . São trechos de músicas que me vieram à cabeça enquanto eu caminhava pelas ruas do Quebra – Santo Antonio – Bairro aqui de LOUVEIRA. Eu usei uma máscara, branca por acaso, confeccionada pela minha amiga querida Helenice, costureira renomada aqui do bairro.

Há sim uma recomendação para que fiquemos em casa em isolamento social, não se trata propriamente de uma quarentena, que seria muito mais rigorosa. Então pode-se perguntar o que eu estaria fazendo na rua em plena tarde de um dia com bastante sol. A resposta é simples, não existe a proibição de sair à rua, existe a orientação para que em alguns casos, tomadas as devidas precauções, sair às ruas é permitido. Me encaixei e saí, simples né? Não considero tão simples assim, pois a máscara, bem como o distanciamento causam um certo desconforto, a máscara acredito que pela falta de hábito de uso e também parece que vai cair a toda hora, além de dar num primeiro momento a impressão de falta de ar, o distanciamento por sermos acostumados a pouca distância um do outro. Mas como é por pouco tempo ao sair, não é um bicho de sete cabeças. LOUVEIRA está dividida entre orientações médicas e políticas. Muitas máscaras caíram ou cairão? 

As mariposa quando chega o frio. Fica dando vortaem vorta da lâmpida pra si isquentá. Elas roda, roda, roda e dispois se senta. Em cima do prato da lâmpida pra descansá,(A. Barbosa) outro trecho de música que mostra de certa forma que o que nos aquece pode também nos matar, pois as mariposas, muitas vezes morrem com o calor quando assentam no prato da lâmpada, também quando se aproximam muito da lâmpada e queimam as asas e não conseguindo voar, morrem aos poucos como que aguardando um socorro que não chegará. Assim pode acontecer com a gente, pois nos atraímos pelobrilho de alguns políticos que contariam as regras e saem por aí despreparados. Eles, no entanto terão um tratamento preferencial se forem acometidos por uma doença e, as pessoas que se sentiram atraídas por ele e até apertaram as suas mãos, podem não ter o mesmo tratamento e serem preteridas em favor de outros num caso extremo. E LOUVEIRA como anda?

Quando vamos ao médico, após a consulta, não vamos, via de regra, até um político para que ele avalie se a receita que o médico prescreveu estava correta. Então por que em nossa teimosia quereríamos seguir as orientações de um político que não é médico em detrimento de orientações médicas e científicas? É difícil ser democrático, mas estou conhecendo pessoas assim, que apesar de discordarem de certos posicionamentos, conseguem dialogar, e até voltarem atrás se for o caso. Vivendo e aprendendo. Bem para terminar há uma outra música que diz “Daquilo que eu sei. Nem tudo me deu clareza. Nem tudo foi permitido. Nem tudo me deu certeza. Nem tudo foi proibido. Nem tudo me foi possível. Nem tudo foi concebido. Só não lavei as mãos. E é por isso que eu me sinto. Cada vez mais limpo!” (I. Lins). É de suma importância que entendamos o “lavar as mãos”, que ora quer dizer uma coisa e ora que dizer outra. Ah! Pilatos lavou as mãos para determinada situação, e a história, todos conhecemos.

Trilha Sonora / Daquilo Que Eu Sei / Ivan Lins

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