LOUVEIRA: Coluna Louveirando

Abraçando a Vida

Um abraço, se há amor, é para sempre, registrado ou não, ele sempre existirá e seus frutos, por serem verdadeiros, acompanharão a todos que de alguma forma o receberam também. Já abracei muita gente, de LOUVEIRA ou de outros lugares, e posso afirmar que os abraços amorosos são iguais em todos os lugares. No momento exato do abraço, nosso coração sente o amor embutido nesse gesto que de tão grandioso, como já disse, se faz eterno. Num período exato de tempo, digo exato por acreditar que Deus em seu amor infinito, coloca as pessoas na vida da gente e a gente na vida das pessoas, para que o amor e a justiça se concretizem. Agora falarei do abraço da foto, deste registro feito pela Vandinha Estabile, pessoa tão querida entre nós louveirenses, que com o seu olhar clínico captou o exato momento de um ato amoroso. Nesta foto estamos eu e dona Cida, no final dos anos oitenta, num tempo em que visitávamos muito mais uns aos outros, falo da visita física, daquela em que o abraço não era um ‘emogi”. Sei que era o final dos anos oitenta, pois a música Balada de Madame Frigidaire do Belchior acabara de ser lançada, e, a Vandinha, com a sua sutileza “me fez” ouvir e imediatamente me apaixonar por essa música. A razão da coluna é a dona Cida, mãe da Vandinha, da Bene, Efigênia e Quim, dona Cida que morava numa casa na Vila Pasti, bairro tradicional aqui em LOUVEIRA, com o Célio, genro e Hector, neto, além da filha psicóloga e fotógrafa que ainda moram no local. Dona Cida é aquela pessoa doce e firme, sincera e gentil, que gosta da vida e de viver bem, que toma a sua cerveja e ri o seu riso lindo, aquele riso que somente as almas boas têm. Falo dela no presente por acreditar que ela esteja presente em nossas vidas, que sua bondade, pelo poder que tem a bondade, nos ampara sempre, mesmo quando choramos a sua ausência física. Parece incoerente dizer que choramos, que sentimos saudades, ao mesmo tempo que digo que ela está presente, mas não é não, pois estar presente independe da presença física, fator que não nos permite esse abraço, pelo menos por agora. Dona Cida, cuja religião sempre foi o amor, desencarnou há mais ou menos dois meses e, posso afirmar que onde quer que ela esteja, muitos estão recebendo o seu sorriso e o seu abraço.

Trilha Sonora / Nossa Senhora / Roberto Carlos

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