LOUVEIRA: Comércio abandona cartão alimentação de Júnior Finamore
Altas taxas de administração, prazos muito longos para receber e complicações na hora do recebimento são os principais problemas apontados pelos comerciantes que, aos poucos estão deixando de aceitar o pagamento com o cartão alimentação da empresa Ecopag, vencedora do ‘Pregão’ (licitação) que escolheu quem forneceria o serviço aos funcionários públicos da Prefeitura LOUVEIRA.
Desde o dia 15 de agosto os servidores recebem R$ 200 de crédito num cartão que pode ser usado em estabelecimentos comerciais da cidade que possuam a máquina de crédito da Ecopag. Como para efetuar o pagamento pela empresa é necessário um terminal específico, assim que venceu a licitação a administradora saiu ‘caçando’ estabelecimentos que topassem entrar nessa aparente ‘furada’ criada pela equipe do prefeito Junior Finamore. Alguns mercados e padarias de LOUVEIRA aceitaram, mas em menos de três meses já dão sinais de que vão desistir da idéia.
Os funcionários beneficiados com o cartão também têm reclamações a fazer. Várias pessoas ligaram para a FOLHA NOTÍCIAS dizendo que o número de estabelecimentos que aceitavam o cartão diminuiu desde que o benefício foi lançado. “Todos querem gastar com alimentação, mas onde a gente vai o cartão é recusado”, confessou uma servidora que pediu para não se identificar com medo de represálias.
A reportagem da FOLHA ligou para alguns estabelecimentos que confirmaram que evitam usar a máquina do cartão Ecopag da Prefeitura. As justificativas ficam em torno das taxas altas e 45 dias para receber o valor da venda. Na maioria dos casos, o comerciante admite que as vendas cresceram, mas, ao mesmo tempo, seu capital de giro ficou menor. Em contato com um representante da Casa de Carnes Santo Antônio, um dos açougues associados, ele admitiu que não vende mais pelo cartão Ecopag. “Esse cartão está fazendo muita gente quebrar. Prejudica o comerciante e o funcionário da Prefeitura. Quem precisa receber seu dinheiro antes dos 45 dias tem que fazer um pedido e esperar três dias para ver se a Ecopag aprova. Está muito desfavorável trabalhar com esse cartão”, reclamou. Outros lojistas também relataram o mesmo problema, e abandoram o ‘cartão do prefeito Jr’.
Para o comerciante, somente os maiores mercados da cidade conseguirão manter-se com o serviço, pois têm mais recursos para pagar seus produtos junto ao fornecedor sem recorrer ao dinheiro da Ecopag . “Outro dia eu tinha R$ 1122 para receber. Descontadas todas as taxas que eles cobram, sobrou R$ 980 para mim. Mas, não pude resgatar meu dinheiro, porque eles só liberam valores acima de R$ 1000. Ou seja, pra quem tem dinheiro pra segurar as contas, tranqüilo, mas comércio pequeno, não dá. Eu mesmo já tive que emprestar dinheiro pra colocar aqui na loja porque eles não liberavam o que eu tinha pra receber”, desabafa.
Procurada, a Assessoria da Prefeitura relatou que na última semana recebeu apenas duas ligações telefônicas de comerciantes descontentes com o serviço. “A par de tais informações, o secretário de Administração buscou explicações junto à empresa contratada (Ecopag) e foi informado que a maioria dos problemas noticiados eram meramente cadastrais e que, ainda conforme informações da empresa, já estavam sendo sanadas.” Ela ainda informou que não recebeu qualquer reclamação por parte dos funcionários, que é óbvio, não o fazem por temer as perseguições.