LOUVEIRA: Confusão na lista das Casas Populares gera fila e revolta
Ontem, segunda-feira,16, e hoje, terça (17), grande parte dos louveirenses inscritos para o sorteio das 191 casas populares que será realizado no dia 11 de novembro, esteve presente na Fundação Municipal de Habitação (Fumhab) de LOUVEIRA para tentar saber quais os critérios utilizados pelo órgão para definir os inscritos que irão participar do sorteio, haja vista que uma das queixas principais dos munícipes é sobre a inscrição de supostos parentes e cabos eleitorais do prefeito Júnior Finamore, e de pessoas que já possuem residências e propriedades. Enquanto moradores com mais de 40 anos na cidade sofrendo com aluguel foram excluídos sem qualquer explicação.
IDOSA EXCLUÍDA

Filas enormes e muita revolta com a ‘lista do prefeito’
A reportagem do FOLHA NOTÍCIAS esteve pela manhã na Fumhab para acompanhar o caso e conversou com algumas pessoas indignadas por ter tido o nome constado na primeira lista publicada na mídia impressa e retirado da listagem que aparece no site da Prefeitura de LOUVEIRA. A senhora Cleusa Quintiliane, que vai fazer 70 anos em janeiro próximo, mostrou-se preocupada porque seu nome desapareceu da lista dos habilitados para o sorteio. “Meu nome não saiu na segunda lista. Tenho mais de 30 anos morando de aluguel, já é a quinta vez me inscrevo, e retiram o meu nome sem me dizer qual o motivo. Eles vão ter que me explicar, isso é uma injustiça muito grande que estão fazendo comigo. Meu nome estava na lista do jornal e agora não está mais. Por quê esse prefeito está fazendo isso com a gente?”, questiona a idosa que luta para sair do aluguel e ter a sua casa própria o que vai garantir um maior conforto na ‘melhor idade’.
QUEREM EXPLICAÇÕES
Outro ávido para saber quais os critérios adotados pela Prefeitura de LOUVEIRA ao retirar os nomes da lista, é o louveirense Wagner Teófilo. “Também quero saber o que inventaram de critérios para a inscrição e a retirada do meu nome. Por isso estou aqui, eles vão ter que explicar e não vou sai até provarem porque não tenho direito. Isso aqui está sendo um sofrimento”, torce. Já Ediane Lima não está com o nome na lista porque não era casada e agora, depois do casamento, precisa fazer a atualização dos dados para poder participar dos inscritos. “Eles disseram que eu preciso preencher esse requerimento para fazer a minha atualização. Vou fazer, mas meu nome precisa voltar para a lista dos inscritos”. Já Maria José Rocha ficou revoltada porque simplesmente retiraram o nome dela sem nenhuma explicação. “Na primeira lista constava, agora na internet não encontrei mais o meu nome. Sumiu. Quero saber o que está acontecendo, pois tem muita gente e fora lá. Eles vão ter que me explicar”.
O mesmo aconteceu com Jeane Rodrigues, que viu seu nome na primeira lista e agora está fora. “Sou do pessoal daquele episódio da enchente, e que destruiu nossa casa, perdemos tudo, e quase morremos, meu marido tirou nós pela laje. Temos quatro crianças pequenas, agora me disseram que a nossa renda não bateu com o cálculo da Prefeitura, deram esse papel para a gente preencher e trazer de volta. Disseram que saiu um decreto do prefeito Junior exigindo a atualização do cadastro, mas eu nunca soube de decreto nenhum, não vi faixa, nem publicado em jornal, na FOLHA, nada, estão mentindo para o povo porque ninguém sabe desse decreto para atualizar dados. Mas soube que tem gente com o nome duplicado, gente que morreu e está na lista, gente que mora em Jundiaí, agora vem com essa de decreto, não sei de decreto, quero minha casa para colocar nossos filhos”, emociona-se Jeane.
MAU EXEMPLO
Por outro lado, o mau exemplo é dado pelo próprio prefeito Júnior Finamore que permitiu, supostamente, a cunhada de um sobrinho de um importante secretário municipal fazer parte da lista porque é solteira, sem filhos, em flagrante desrespeito à Lei Federal, que prioriza famílias formadas para ter acesso aos programas de habitação. Por causa dessas distorções os inscritos que se sentem prejudicados estão articulando um abaixo assinado para levar ao Ministério Público (MP), à Polícia, e à Câmara Municipal pedindo a suspensão do sorteio e que seja investigada a Administração Municipal, assim como a Fumhab para saber dos critérios utilizados nas exclusões e nas inscrições ao Sorteio.