LOUVEIRA: Inaugurada a 100 dias das eleições, Estação não tem previsão para funcionar

A5_LOU_Inauguração Eta_Crédito Gegeu Maia (24)

Júnior Finamore continua querendo fazer barulho às custas dos prefeitos anteriores. Depois de ‘entregar’ (mas sem colocar em operação plena) uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que fora iniciada na gestão anterior, o prefeito de LOUVEIRA voltou a atacar com a mesma tática – e a cerimônia de inauguração da Estação de Tratamento de Água (ETA II), que comandou na tarde de sexta-feira, 10, também deve entrar na história de LOUVEIRA como mais uma ‘inauguração de ocasião’.

O cunho foi meramente eleitoreiro – já que a estação, apesar de ‘inaugurada’ oficialmente, não está em funcionamento. A ETA II passou por dois prefeitos, até Finamore ter o prazer de descerrar a placa de inauguração e posar para as lentes dos fotógrafos. A história começou com Eleutério Malerba, que preparou o edital de licitação e iniciou as obras de construção. Com a morte de Eleutério, prosseguiu com Valmir Magalhães, que assumiu o comando. E, agora, Nicolau Finamore Júnior, a um custo total que beirou os R$ 32 milhões, preparou a cerimônia de inauguração com os holofotes voltados exclusivamente para si, bem próximo do período eleitoral.

A Estação de Tratamento de Água e Secagem de Lodo foi construída pela Jofege Pavimentação e Construção Ltda. Segundo a Prefeitura, a ETA II tem capacidade para tratar 200 litros de água por segundo. A tecnologia é o grande trunfo desta ETA, dizem os técnicos. Mas aí é que está o ‘xis’ da questão.

O secretário de Água e Esgoto de LOUVEIRA, Sinésio Scarabello Filho, ao mesmo tempo em que se disse ‘privilegiado’ por presenciar a inauguração, também apelou para a necessidade de uma ‘absoluta transparência das ações’. E foi em nome dessa transparência que Sinésio revelou que, embora inaugurada, a nova estação ainda não está em operação. “A estação velha de tratamento de água continuará funcionando ainda por algum tempo, até que a nova ETA entre em operação. Isso é normal”, destacou.

Prosseguiu Sinésio: “É complicado trocar o pneu com o carro em movimento. É um momento de desafios, que exige manobras inteligentes, porque a Prefeitura precisa melhorar as condições de saneamento, sobretudo de água e esgoto”.

A grande novidade da ETA II é um sistema de controle informatizado – que, segundo afirma a Prefeitura, “praticamente anula a chance de erro humano”. Diz a Prefeitura: “Os parâmetros de flúor, cloro, PH e turbidez são analisados automaticamente e se ajustam conforme a quantidade de água bruta. A nova ETA conta também com tanque de contato com produtos químicos que também contribui com a melhora na qualidade final da água.”

O problema é que ninguém diz por quanto tempo – apesar de a Prefeitura ter gasto mais de R$ 30 milhões com a obra – o município continuará contando com uma Estação de Tratamento de Água obsoleta.

Para o prefeito Júnior Finamore, “a cidade avança”, como ele destacou em seu discurso, embora tenha pairado no ar para onde vai o tal avanço. “Nós investimos muito. Hoje só se vê a ponta do iceberg, mas esta é uma obra que muitas vezes não aparece, não dá muita visibilidade”, disse, sem explicar absolutamente nada.

Finamore finalizou o discurso com uma frase que deixou interrogações no ar: “Peço a Deus que essa disposição continue […] O dinheiro sendo usado de forma correta e para que possamos deixar uma cidade melhor”.

Conhecido por seu temperamento tranquilo, até mesmo o ex-prefeito Valmir Magalhães reagiu à ‘falsa inauguração’ feita por Júnior Finamore. “O projeto desta nova ETA vem lá de trás, do ex-prefeito Eleutério Malerba. E o início das obras da estação foi já no meu governo”, afirmou Valmir à FOLHA NOTÍCIAS. “O prazo inicial, para a construção era de dois anos, mas houve muitos problemas. O Eleutério morreu, assumi e dei continuidade ao trabalho, mas a estação acabou ficando para a próxima Administração entregar. E aí quase 5 anos se passaram para que essa obra ficasse pronta. É muito tempo!”.Valmir, por fim, mesmo sem se estender nas críticas a Finamore, deixou claro que a ETA II poderia ter sido concluída logo no início desta gestão. “A obra demorou muito. Já deveria estar construída, pronta e atendendo a população de LOUVEIRA”, criticou Valmir.

Segundo a Prefeitura, a ETA II “garantirá a normalidade do tratamento e da distribuição de água do município nos próximos 15 anos”. O texto oficial só esqueceu de mencionar quando a ETA estará em atividade.

 

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