LOUVEIRA: Lutador criado na cidade ensina jiu-jítsu nos Estados Unidos
O lutador e professor de jiu-jítsu Cleidson Ramos, de 27 anos, criado em LOUVEIRA, mantém-se em atividade nos Estados Unidos, onde mora há quatro anos, apesar da Pandemia do Coronavírus. Ele segue participando de torneios e ensinando o esporte a 145 alunos na academia que montou há dois anos em Vacaville, no norte da Califórnia.
“A pandemia afetou todo o mundo do jiu-jítsu. Fiquei quase um ano sem ter competições, mas sou tão abençoado por Deus que mesmo tendo ficado vários meses fechado tive apenas 13 cancelamentos de matrícula. Tinha 150 alunos antes da Pandemia e a perda não significou nada. Sigo dando aulas tomando os cuidados necessários”, contou o faixa preta Cleidson, que nasceu em Brasília.
No dia 30 de janeiro, o atleta participou do A.S.E., evento fechado apenas para atletas convidados, e foi muito bem. “Fiz uma super luta com o norte-americano Eduardo Crema, decidida nos pontos em meu favor por 5 a 0. O evento foi realizado em Roseville, também na Califórnia”.
Cleidson tem 10 títulos paulistas da modalidade, além de um brasileiro, um sul-americano, um pan-americano e três títulos internacionais por equipes. Também foi vice-campeão sul-americano pela IBJJF e segundo lugar no Mundial da CBJJE. O antigo morador de LOUVEIRA ainda sagrou-se campeão do Argentina Open e do Desafio Black Belt, somando também mais de 100 medalhas em competições nacionais e regionais.
Ele, que pratica jiu-jítsu desde os 14 anos, se mudou para os Estados Unidos decidido a morar e trabalhar com o esporte na “Terra do Tio Sam”. “Ensino jiu-jítsu para crianças a partir dos três anos. Tenho três turmas infantis, além dos adultos. Meu aluno mais velho tem 73 anos e eu o graduei faixa azul. Ele é veterano da Guerra do Vietnã”, lembrou.
Cleidson tinha uma academia no Bairro Santo Antônio, a Master, mas ela foi vendida. Apesar disso, a equipe de jiu-jítsu do lutador e professor que hoje vive nos Estados Unidos continua no comando da academia. “Quem ensina na Master atualmente é um dos sete faixas pretas que graduei e deixei em LOUVEIRA”.
PADRINHO FAMOSO
A trajetória de Cleidson na América do Norte começou no Texas, onde o lutador tem amigos. “No Texas, passei cinco meses aprendendo inglês e já nos primeiros três meses comecei a dar aulas. Senti dificuldade com a língua, mas hoje falo inglês, espanhol e português fluentes. Me adaptei rápido, sem sofrer qualquer tipo de preconceito por ser brasileiro, porque as portas se abriram rapidamente pra mim. Quando cheguei em São Francisco, fui recebido pelo mestre Ralph Gracie (da famosa família Gracie, de lutadores), que me abriu as portas e me deu oportunidades”, disse Cleidson, cheio de gratidão com o “padrinho”.
O lutador criado em LOUVEIRA é pai de Mirella, de quatro anos, faixa cinza de jiu-jítsu nascida no Brasil. Cleidson e a esposa se preparam para a chegada da segunda filha do casal, prevista para 25 de maio de 2021. “A Mirella chegou nos Estados Unidos com apenas sete meses. Esse ano ela completa cinco anos e treina desde os três. Fala inglês e português tudo misturado, mas vai crescer nos Estados Unidos. Pretendo que ela se torne uma atleta no futuro. Já minha segunda filha já vai nascer com dupla nacionalidade”, completou o “pai coruja”.
(Texto: Paulo Behr – Redação FOLHANOTICIAS/Imagens:ArquivoPessoal)