LOUVEIRA: Marquinho do Leite: “Sou inocente. Não roubei, e vou provar”

A5_LOU_Prisão Marquinhos do Leite Cred. JCAT (49)

Um crime ocorrido em dezembro 2013 foi o responsável por levar a Polícia Civil de VINHEDO até o vereador louveirense José Marcos Rodrigues de Oliveira, o popular ‘Marquinho do Leite’. Com um mandado de busca, os policiais realizaram uma varredura em sua casa, na manhã de quarta-feira, 19, na tentativa de encontrar provas que o ligassem a um roubo a carga ocorrido no Distrito Industrial vinhedense quase dois anos atrás. Porém, nada foi encontrado nesse sentido. Mas foram achadas seis projéteis de revólver, que o filho do parlamentar disse serem dele. Com isso, depois de prestar esclarecimentos e negar envolvimento com o crime, Marquinho foi liberado e responderá ao processo em liberdade.
O roubo
Uma transportadora localizada no Distrito Industrial de VINHEDO teve uma carga de produtos de higiene, avaliada em R$ 2 milhões, roubada em dezembro de 2013. Com a investigação, a Polícia Civil chegou até um caminhão que foi usado na ação e descobriu que pertencia a Marquinho. Na época, o vereador disse que tinha arrendado o veículo para outra pessoa, e não tinha como saber para o que estava sendo usado.
Porém, meses atrás, ainda investigando o caso, uma das testemunhas reconheceu a foto de Marcos como sendo um dos envolvidos que invadiram a empresa e realizaram o assalto. Diante disso, foi pedido à Justiça um mandado de busca para a residência do suspeito. O mandado que foi executado na manhã da última quarta-feira, 19.
Além disso, os investigadores também suspeitam que ele seria o receptador de objetos roubados em casas vinhedenses nos últimos meses, numa onda de furtos que chegou a atingir inclusive residências em condomínios, uma delas de um conhecido juíz.
A busca
Na casa de Marquinho nada que pudesse ligá-lo a qualquer dos crimes, tanto os furtos quanto o roubo a transportadora, foi encontrado. “Aparentemente, Marquinho tinha acabado de se mudar para aquela casa, que pertencia à uma família tradicional de LOUVEIRA. Estava quase tudo dentro de caixas”, relatou a investigadora Carla Biasioli. Mesmo assim, em um dos quartos foram encontradas seis balas de revólver calibres 38 e 32. Porém, o filho do vereador, um adolescente de 16 anos, disse que as munições lhe pertenciam. O jovem afirmou que ganhou os objetos de um amigo e os guardava como souvenir.
Ainda na residência, um furgão avaliado em R$ 70 mil, com busca em apreensão, foi levado pela Polícia. Sobre o veículo, o vereador disse estar apenas guardando o mesmo para um amigo, mas não revelou nomes.
Na Delegacia
Em depoimento o parlamentar negou todas as acusações. Seu filho foi ouvido e, com relação às munições, acabou sendo registrado um boletim de ocorrência por ato infracional, sendo o jovem liberado.
Ao sair do local, Marquinho falou rapidamente com a imprensa. “Eu venho sendo pressionado de muitas coisas. O roubo de carga já foi esclarecido lá atrás. Isso é perseguição política. Tem ‘nego’ que vem tentando me atingir de todas as formas. Essa vida que vivemos não é fácil. Se você se destaca, o cara tenta te derrubar”, declarou. Em nota, a Câmara de LOUVEIRA informou que não foi notificada oficialmente, e que não há registros que justifique uma ação interna de cassação contra Marquinho.
Entrevista exclusiva
Na manhã de quinta-feira, 20, Marquinho do Leite falou com exclusividade à FOLHA NOTÍCIAS. Muito abalado emocionalmente, ele disse não estar preocupado com sua imagem, no momento, mas sim com sua família e como provar sua inocência. “Minha imagem, nesse momento, não é o que mais me preocupa. Estou muito preocupado com a integridade da minha família e vou provar minha inocência. Essas são minhas prioridades”, declarou.
Ele também falou sobre sua vida política daqui pra frente. “Não há nenhum impedimento para que eu continue minha vida no Legislativo. Mas se for necessário, para conseguir me concentrar melhor em provar minha inocência, posso me afastar por alguns dias de minhas atividades parlamentares. Isso afeta a vida da gente e mexe com o psicológico. Você fica sem chão, sem cabeça para nada. Só pensa na família e em sair desse pesadelo”, disse com lágrimas nos olhos. Sobre a acusação de envolvimento no roubo ele continuou negando tudo. “Eu não tenho envolvimento nisso. Eu emprestei esse caminhão, que já era emprestado para mim na época que esse crime aconteceu e não sei o que fizeram com ele. Quanto ao reconhecimento pela foto, tenho certeza que não sou eu”, finalizou.
O vereador também considerou a perseguição política. “Tudo que está acontecendo é perseguição política. É alguém que está vendo que venho me destacando aqui”, acredita.
Na despedida ele reafirmou sua prioridade na família. “Tudo o que eu quero agora é provar que sou inocente e conseguir preservar minha família dessa perseguição que estão fazendo contra mim”, concluiu.

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