LOUVEIRA: Pesquisas ‘fajutas’ de última hora aparecem para tentar confundir o eleitor?
Cinco pesquisas impugnadas pela Justiça Eleitoral, dois jornais da região apreendidos, uma ‘enquete’ retirada do Facebook… Esses são apenas alguns dos exemplos do quanto a Justiça Eleitoral está precisando trabalhar nesta reta final de campanha visando as eleições para assegurar que pesquisas ‘encomendadas’, supostamente com o único objetivo de confundir o eleitor, tenham sua divulgação impedida e os responsáveis sejam punidos. Em LOUVEIRA, duas coligações (‘LOUVEIRA cada vez melhor’, encabeçada por Nicolau Finamore Júnior; e ‘LOUVEIRA pode muito mais’, de Estanislau Steck) já tiveram problemas por suposto envolvimento com pesquisas ou enquetes impugnadas pela Justiça Eleitoral. O motivo das impugnações é que havia irregularidades flagrantes em cada um dos casos. Na quarta-feira, 28, atendendo denúncia feita pela Coligação ‘Muda LOUVEIRA’, de Julliano Gasparini (PV) a juíza eleitoral da 345ª Zona Eleitoral, dra. Ana Paula Schleiffer Livreri, barrou a divulgação de uma pesquisa eleitoral suspeita (cuja divulgação dos resultados poderia beneficiar a Coligação ‘LOUVEIRA cada vez melhor’) e expediu liminar contra as empresas F.L.S. Pesquisa, Assessoria e Marketing; Empresa de Comunicação PRM; e Rede Campinas de Notícias. De acordo com a decisão, “existia conflito de informação”: a data para a divulgação da pesquisa era anterior à datada realização. Para entender: a pesquisa seria realizada na quinta-feira, 29, mas a divulgação seria na quarta-feira, 28 – ou seja, é de se supor que os resultados já existissem antes mesmo do levantamento ser realizado. Na mesma decisão, a juíza determinou que caso houvesse descumprimento da determinação, as empresas seriam multadas em R$ 10 mil por dia. Um dia antes, a juíza já havia acolhido representação da mesma Coligação contra as empresas CW7 Instituto de Pesquisas Ltda. EPP e Evodia Comunicação Ltda. – ME. Neste caso, a pesquisa (que chegou a ser registrada com o número de 605/2016) apresentava as seguintes irregularidades: apesar de que o objetivo seria averiguar as intenções de votos para a eleição majoritária de LOUVEIRA, no formulário apresentado questionava também a intenção de votos para vereador. Além disso, faltavam informações dos bairros onde seria feita a coletados dados. A juíza eleitoral considerou que havia “descompasso com o disposto no artigo 2º, da Resolução TSE nº 23.453/2015” e deferiu liminar, impedindo a divulgação dos dados. Antes, também representantes da Coligação ‘LOUVEIRA pode muito mais’ já haviam ingressado com eleitoral, para apuração de abuso de poder econômico e abuso de poder político e pedido de declaração de inelegibilidade contra o prefeito Nicolau Finamore Júnior, a vice-prefeita Neusa Orestes, os jornais ‘Todo Dia’ (de Americana) e ‘Tudo É Notícia’ (LOUVEIRA). Os dois jornais aparecem no processo porque estão sendo utilizados para divulgar as tais ‘pesquisas’ – apesar de um deles circular em Americana (a 70 quilômetros de LOUVEIRA). Outro jornal também de fora do município (o ‘Bom Dia Jundiaí’) já foi utilizado da mesma forma, ou seja, teve publicações de pesquisas (todas beneficiavam o mesmo candidato) e chegou a ser distribuído entre os louveirenses. A tática foi utilizada em 2012, quando o então candidato Nicolau Finamore Júnior travou batalha acirrada para chegar ao poder. Naquela ocasião, uma empresa foi supostamente utilizada para se responsabilizar pelo levantamento de dados e em seguida publicar os números, que beneficiavam Jr. Finamore, no jornal ‘Bom Dia Jundiaí’.
Naquela oportunidade, aliás, o assunto virou caso de polícia justamente em 1º de outubro de 2012 (no dia das eleições). No momento em que milhares de exemplares do ‘Bom Dia Jundiaí’ começariam a ser distribuídos, irregularmente, nas portas de escolas e em zonas eleitorais do Santo Antônio e também na região central, policiais militares iniciaram o cumprimento de um mandado de busca e apreensão – porque, já naquela época, a ‘pesquisa’ feita tinha irregularidades e foi impugnada por decisão judicial. O dado curioso é que os pacotes com os jornais estavam, todos, em frente da Auto Escola, cuja proprietária é ninguém menos que vice-prefeita (e então candidata) Neusa Orestes.
Dessa forma, as pesquisas duvidosas não são uma novidade no panorama eleitoral de LOUVEIRA, VALINHOS e VINHEDO. Essa ‘guerrilha de informações’ – cujo único objetivo, em tese, é espalhar notícias duvidosas para beneficiar um ou outro candidato – já havia tido outro capítulo em 17 de setembro, quando a juíza eleitoral dra. Ana Paula havia determinado que se retirasse do Facebook uma ‘enquete’ eleitoral – realizada entre os frequentadores de página conhecida dos louveirenses como ‘feira do rolo’ – que tem, como uma das administradoras, parente de um candidato a vice-prefeito em uma das Coligações inscritas para o pleito de 2 de outubro. As enquetes estão proibidas pela Lei Eleitoral. Outras pesquisas irregulares fizeram com que a Justiça tomasse atitudes semelhantes nas cidades vizinhas, recolhendo exemplares dos jornais ‘Tribuna de VINHEDO’ e ‘Folha de VALINHOS’. A baixaria é tanta que até mesmo uma emissora afiliada da Rede Globo teve imagens pirateadas e a tela ‘falsificada’ num de seus programas jornalísticos, tentando induzir o eleitor ao erro. Nas imagens (que circularam pela internet a partir de 2 de setembro), percebe-se com clareza o golpe. A tentativa é de mostrar uma falsa pesquisa eleitoral que teria sido divulgada pela EPTV, com as porcentagens de intenção de voto para cada candidato ao Executivo de LOUVEIRA, e que tenta beneficiar um dos concorrentes que hoje é vereador. Além dessa montagem, também estão sendo registrados perfis falsos nas redes sociais, usados para atacar opositores, e denúncias mentirosas que estão circulando via WhatsApp. O eleitor deve ficar atento e informar o TSE sobre qualquer crime eleitoral que presencie. Estas divulgações de pesquisas ‘fajutas’ seriam mais uma tentativa, por parte dos candidatos que já fazem parte da política louveirense, de enganar a população e influenciar os votos que serão dados amanhã nas urnas? Se esse é o caso, o melhor é confiar que a lucidez o povo seja mais forte que a tentativa de enganá-lo.