LOUVEIRA: ‘Piscinão’ milionário de Júnior é aprovado, mas oposição vota contra
É, LOUVEIRA também tem ‘piscinão’. Trata-se do projeto da Prefeitura que pede um adicional de R$ 3 milhões para fazer a cobertura de duas piscinas existentes no CEIL do bairro Santo Antônio, o qual, antes de ser aprovado por 9 votos a favor e 2 contra, gerou um acirrado debate entre a oposição, com os vereadores, Reginaldo Lourençon (PSDB) e Estanislau Steck (PSD), contrários ao projeto, e os situacionistas Caetano Aparecido e Clarice Aparecida, ambos do PTB, e a favor do ‘piscinão do Junior’, ocorrido durante a 15ª Sessão Ordinária realizada terça-feira, dia 1º,na Câmara. Um dos vereadores chegou a citar que o mesmo orçamento teria custado R$ 400 mil na cidade de Nova Odessa. “R$ 3 milhões para cobrir duas pisicnas é muito dinheiro. Tem algo errado aí nessa conta. Já vi orçamentos seis vezes mais baixos que isso. Uma vergonha”, disse Reginaldo Lorençon
HOMENAGENS
Mas antes do debate, pausa para a tradicional pose para as fotos dos homenageados da noite com Moções de Congratulações e Aplausos. Uma do vereador Ailton Domingues (PROS), com apoio de Luis Carlos Rosa (SD) e Mauro Chiquito (PT), homenageando os corretores da cidade pela passagem do Dia do Corretor, em 27 de agosto; uma outra de autoria do vereador João Leite (PR) em homenagem à fundação da Academia Louveirense de Letras e Artes (ALLA) e posse de seus ‘imortais’ membros, e a moção comemorando o Dia do Psicólogo, também em 27 de agosto, de autoria do vereador presidente, Nilson Souza Cruz.
MERENDA
Os parlamentares também aprovaram, desta vez por unanimidade, mais R$ 1,2 milhão para a Prefeitura de LOUVEIRA comprar alimentos utilizados na merenda escolar e kit lanche para os alunos que participam de atividades cívicas e esportivas. Dessa forma, são mais de R$ 4,2 milhões de crédito adicional à Prefeitura aprovados pelos vereadores. A insistência do Executivo em pedir verbas à Câmara, quando deveria usar os 15% do orçamento que pode utilizar sem pedir licença à Câmara, é o que está gerando um clima de revolta por parte dos opositores e mesmo de alguns vereadores situacionistas.
CRECHE BARRACÃO
Tanto que os edis Alan Jacuí (SD) e professora Clarice Aparecida levantaram mais uma vez o problema do barracão de logística que foi improvisado para o funcionamento de uma escola, enquanto acontece a reforma do Centro de Educação e Convivência Infantil (CECI) ‘Paraíso do Saber’, do bairro Sagrado Coração. Segundo Alan Jacuí, a visita à creche, em companhia de seus colegas Clarice Aparecida e Estanislau Steck, aconteceu em função de inúmeras reclamações de pais, mães e responsáveis, alegando que o barracão está despreparado para receber as crianças. “Verificamos a situação do banheiro coletivo improvisado em um contêiner, a inexistência de extintores de incêndio, o perigo de cães rotweiller junto ao alambrado onde brincam os alunos… Dizem que estão fazendo as melhorias, mas elas já deveriam ter sido feitas há muito tempo, antes de o local ser entregue para as crianças frequentarem. Os pais vieram reclamar em nossos gabinetes e é nossa responsabilidade atender ao público”, comenta Jacuí.
O vereador Estanislau Steck lembrou que tem mais de um ano que esse barracão está alugado. “É muito improviso o que vimos, o local é para logística e não para creche. Foi muito infeliz quem teve essa ideia”, opina. Já Clarice Aparecida defendeu, dizendo que “a Prefeitura está tomando providências. Um novo banheiro está sendo construído, o tapume foi colocado para proteger dos cachorros. O aluguel de quase um ano foi para segurar o imóvel por ser mais próximo da creche original que está em reformas”, justifica.
CÂMARA NÃO É BANCO
Mas o clima esquentou mesmo quando o vereador Estanislau Steck reclamou do fato de que em toda sessão chega um pedido liberação de verbas para o Executivo. “Por que não usa os 15% do orçamento que pode ser remanejado pelo prefeito sem precisar de prestação de contas à Câmara? Nós temos várias obras paradas na cidade e que não encontram alguma solução por parte da Prefeitura. São obras estimadas em R$ 60 milhões e esse dinheiro está sendo jogado fora porque o prefeito não quer concluir e prefere investir em obras caras, de utilização duvidosa, ao custo de milhões e milhões. Enquanto a Fábrica de Uva, que custou R$ 5 milhões, está sem função, a cobertura do CEIL, as obras do teatro, o prédio Anexo da Santa Casa, o Centro de Reabilitação, o Parque do Capivari, onde se gasta milhões para tirar terra, botar terra, tirar terra de novo e bota terra outra vez, são exemplos de desperdício de milhões. Agora o prefeito pede R$ 3 milhões para fazer a cobertura de duas piscinas. No máximo custaria, a preço do mercado, cerca de R$ 200 mil cada. E no CEIL do bairro, as crianças brincam ao sol porque não tem cobertura. Que cobertura milionária é essa? E a Câmara não é banco para ficar pedindo dinheiro toda semana”, opina Estanislau.
GOVERNO NA CEI
Já o vereador Reginaldo Lourençon abordou mais uma vez a necessidade de os atuais administradores serem chamados para prestar esclarecimentos sobre a Santa Casa à Comissão Especial de Investigação (CEI). “Se meteram o pau no governo passado durante as eleições é porque sabiam o que estava acontecendo, mas até agora não tomaram providência alguma”, lembra. O presidente da CEI, vereador Marquinhos Deca, rebateu Lourençon afirmando que “até agora o vereador Lourençon não enviou um requerimento à CEI para a vinda das autoridades da gestão atual”, mas Reginaldo explicou que não precisa de requerimento para que o presidente das CEI convoque qualquer secretário ou mesmo o atual prefeito. Ainda mais porque a Prefeitura, no início do governo, informou na televisão que em poucos meses o prédio Anexo da Santa Casa estaria funcionando.
CRECHE É UMA VERGONHA
Sobre o problema do barracão que está sendo utilizado com creche, Reginaldo mostrou as fotos de extintores que eram da creche em reforma jogados atrás de uma porta. “No local mesmo não tem extintores. Vejam a que ponto chegamos aqui em LOUVEIRA, uma Administração de R$ 500 milhões por ano e as crianças sendo jogadas em um barracão improvisado, com um banheiro fedido, sem condições para ser usado. Quase um ano para adaptar o local. Isso é uma vergonha!”, dispara.
“Muitos vereadores criticavam a Administração passada dizendo que estava tudo errado, mas tudo errado está agora. Estamos falando de educação e segurança para crianças. É uma vergonha. Se tiver um incêndio lá, mata todo mundo. Mas as obras que a Administração passada deixou para ser terminadas e usadas em proveito da população estão aí paradas, sendo desperdiçado o dinheiro público por capricho do prefeito. A Administração da mudança não mudou coisa alguma, a não ser fazer locação e desapropriações. Porém, na área da saúde e na educação até agora não fez nada, e o que quer fazer vai deixar para o próximo prefeito terminar”, observa Reginaldo Lourençon.
DESAPROPRIAÇÕES
Estanislau Steck saiu em favor do colega: “Realmente, quando estavam em campanha sabiam que as obras estavam iniciadas, isso é dinheiro público que passou pela Câmara e foi autorizado pelos vereadores. Agora, por que se joga no lixo projetos importantes para a população e se começa a desapropriar? Estamos com 20% do território de LOUVEIRA sendo desapropriado. É só ver no Diário Oficial do Município, é uma ação judicial em cima da outra para desapropriação. Onde vamos parar? Não seria melhor terminar esses R$ 60 milhões já iniciados e colocar as obras para a população usar e só depois fazer outras obras?”, questiona Estanislau. “No entanto, o prefeito prefere gastar R$ 29 milhões em uma escola que vai ser construída, mais R$ 22 milhões em outra escola. Só aí são R$ 51 milhões, mais R$ 4 milhões para o Cartão Cidadão, mais R$ 4 milhões para a reforma da Estação Ferroviária, são quase R$ 60 milhões. E agora quer mais R$ 3 milhões para a cobertura de duas piscinas? Chega de liberar verbas para obras que não saem do papel”, garante.
DIZER A VERDADE
Nesse ponto, o vereador Caetano interferiu dizendo que o projeto da cobertura das piscinas é bem complexo, contemplando cobertura térmica, vestiários, arquibancada, e já tem 45 dias que está na Casa para ser avaliado pelos vereadores. “O vereador Estanislau precisa lembrar que essas obras passaram por sua gestão na presidência, por que não fiscalizou? A Fábrica de Suco foi embargada pela Cetesb, a Santa Casa foi construída em terreno que não é da Prefeitura, todas essas obras têm problemas na Justiça e o senhor não viu Estanislau. O vereador pode fiscalizar, mas tem que dizer a verdade, não é só ficar mostrando fotos. O senhor estava com o outro Governo e deixou tudo isso passar?”, disparou Caetano.
Mas o vereador Estanislau rebateu, dizendo que o vereador apresentasse o projeto completo, “O Tribunal de Contas vai saber de tudo o que está acontecendo aqui em LOUVEIRA. Chega de ficar jogando dinheiro fora”, garante.
NILSON QUER UTI
O vereador presidente, Nilson Cruz, apresentou uma indicação reforçando a proposta de construção da Unidade de Tratamento Intensivo(UTI) na Santa Casa de LOUVEIRA, que foi apresentada pela adminsitradora da instituição, Elaine Martins, aprovada pelo Conselho Municipal de Saúde, e que deverá ser encaminhada à Câmara nos próximos dias. Nilson quer que a comunidade louveirense, através de suas organizações civis, apoie a proposta, já que a UTI é algo urgente e imprescindível para a cidade.
“Eu mesmo tenho a bênção de ter meu irmão vivo porque ficou 23 dias na UTI de um hospital em Jundiaí, uma vez que falta na cidade. Muitas pessoas não tiveram a condição do meu irmão que está salvo. Vamos chamar as associações e os vereadores para ouvir a administradora da Santa Casa e apoiar o seu projeto de construção da UTI na Santa Casa o mais rápido possível”, conclamou Nilson Cruz (o Nilson da Santo Antônio).