LOUVEIRA: Possível acordo político pode prejudicar investigações contra o prefeito Junior

Um suposto acordo político, pode prejudicar as investigações da CEI (Comissão Especial de Inquérito) das Desapropriações na Câmara de LOUVEIRA. O presidente da chamada CPI, o vereador Nilson Cruz (PSD), e o vereador ‘Tico da Colina’ (PRB), inciaram um processo chamado ‘operação tartaruga’, para hipoteticamente, desacelerar as investigações contra o prefeito Junior Finamore (PTB). Para se ter uma ideia, a décima reunião da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga estas desapropriações de imóveis realizadas pela Prefeitura entre 2013 e 2016, feita na última terça-feira (19), durou exatos 16 minutos. Uma reunião deste porte pode passar das três horas de duração. Estavam presentes os vereadores Nilson Cruz (PSD), Nildo do Redenção (PPS), Luiz Rosa (PMDB) e Helinho (PTB), com ausência do vereador Tico da Colina (PRB).
Durante a reunião, Nilson colocou obstáculos para, em tese, travar a CEI, pontuando sobre a necessidade de contratação de profissionais para análise técnica das desapropriações e assim determinou que se oficiasse à Diretoria Geral da Câmara para os devidos esclarecimentos, a fim de saber se a CEI irá continuar os trabalhos com ou sem a contratação sugerida. Nilson e Tico questionaram ainda a ausência de representante do setor de Comunicação na reunião. O diretor da área oficiou ao presidente da CEI apresentando as razões de sua falta, e que isso não era motivo de não se realizar a reunião.
O presidente do PSD de LOUVEIRA, Estanislau Steck, disse à reportagem da FOLHA NOTÍCIAS que há rumores de que NIlson, e Tico da Colina, debandaram para o lado do prefeito. “O Nilson mudou de comportamento, e não mais responde aos chamados do partido. Não sabemos se houve uma negociação. Mas se ele não tocar a CEI para frente, que há indícios para cassação do prefeito, e se voltar atrás, e cair fora do cargo de vereador, vamos estudar um processo de expulsão, em nossa Comissão de Ética Partidária. Agora, estamos observando a conduta de Nilson. É cedo para tomar conclusões drásticas“, afirmou Steck. A FOLHA tentou contato com Nilson Cruz para saber sua posição dentro da CEI, e se há ou não envolvimento de contrato com a Prefeitura de LOUVEIRA, na qual, supostamente obteria vantagens, porém, ele não foi encontrado. Mesmo assim, o espaço está aberto para que Nilson possa explicar o que está acontecendo, e para que rumo vai a CEI das Desapropriações.

DESESPERADO, PREFEITO TENTOU BARRAR CEI
Temendo ser cassado pela CEI, no dia 25 de julho, o prefeito louveirense protocolou no Fórum da cidade um pedido com Mandado de Segurança solicitando o encerramento dos trabalhos da CEI das Desapropriações, a única que supostamente pode tirá-lo do poder. Por meio da Secretaria de Negócios Jurídicos, Finamore pediu que a Justiça determinasse a extinção da comissão por entender que há “ausências de pressupostos legais”. A CEI das Desapropriações é formada pelos vereadores: Nilson Cruz (PSD – presidente), Nildo do Redenção (PPS – vice-presidente), Luiz Rosa (PMDB – relator), Tico da Colina (PRB – membro) e Helinho (PTB – membro).
A notícia do pedido do prefeito Finamore foi tema de debate em várias Sessões realizadas na Câmara. O presidente da CEI das Desapropriações, vereador Nilson Cruz, disse na ocasião, que ao saber do pedido de liminar ficou muito preocupado. “Os vereadores vão fazer seu trabalho e esperamos chegar ao resultado de maior benefício para a cidade“, afirmou Nilson, que de repente, mudou de postura. No dia 18 de agosto, a juíza doutora Camila Corbucci Monti negou o pedido de liminar do prefeito, para que a CEI continue as investigações. No final de agosto, a FOLHA apurou que houve uma reunião informal entre o prefeito Junior Finamore e Nilson Cruz. Depois disso, Nilson pediu afastamento de suas funções na Câmara, alegando tratamento de saúde. Os relatos sobre sua mudança de opinião quanto às investigações foram crescendo nas redes sociais, mas Nilson chegou a contar para a equipe de reportagem da FOLHA, que tudo não passava de boato. Na sexta-feira (15), a AVA Transportes, que é administrada por sua família, ganhou um contrato de R$ 1 milhão e 200 mil na Prefeitura de LOUVEIRA, que poderá ser renovado até o fim do mandato de Finamore, totalizando R$ 4 milhões de reais. O contrato deve ser assinado na próxima semana.
A CEI das Desapropriações apura a necessidade da compra de 51 áreas pela Administração Junior Finamore, em pouco menos de três anos, investiga também valores pagos e outras denúncias que chegaram ao Legislativo, como o possível esquema que beneficiaria o prefeito, alguns secretários, e empresários de LOUVEIRA.

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