LOUVEIRA: Prefeito dificulta cópia de processo para investigações
Em diligência da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga as desapropriações feitas pelo prefeito Junior Finamore (PTB) entre 2013/2016, os vereadores Nilson Cruz (PSD), Nildo do Redenção (PPS) e Helinho (PTB) foram recebidos na Secretaria de Desenvolvimento Urbano pelo responsável da Pasta, secretário José Lorival Verardo. Mesmo depois de dois ofícios solicitando cópia do processo completo de aprovação do loteamento Jardim Emília, a saída foi a CEI ir até a Prefeitura para ter acesso ao documento público. A Prefeitura chegou a entrar na Justiça para tentar impedir que a CEI tivesse acesso aos documentos. Os vereadores Luiz Rosa (PMDB) e Tico da Colina (PRB) não participaram da diligência.
Durante a reunião, os vereadores acompanhados de servidores técnicos da Câmara folhearam o processo administrativo de aprovação do loteamento. O procurador da Câmara, Dr. Eliel Cecon, solicitou ao secretário cópias do processo, que foi negado. Segundo o secretário, ele forneceria cópia se fosse a solicitação por escrito e recolhesse a taxa referente à quantidade de cópias, pois estas foram as ordens dadas pelo prefeito Junior Finamore. O procurador informou, então, que a Câmara fez a solicitação por escrito e o pedido foi negado. Pediu, então, que pudesse levar o processo até a Câmara, sob responsabilidade da CEI, para as fotocópias, o que também foi negado pelo secretário. Diante da negativa, foi solicitado, então, que se permitisse que algumas folhas fossem fotografadas para instrução da CEI.
Em relação ao loteamento em questão, antes de 2013 existia um decreto de desapropriação da área, que foi revogado no início da atual administração. Depois, a área foi utilizada para a construção de um loteamento particular, tendo como sócios do empreendimento Gilberto Pagotto, o atual secretário municipal de Governo, Helio Aparecido Braz de Souza, e o ex-vereador Maurinho Chiquitto. Os documentos relativos ao decreto e sua suspensão, que mostram suposto esquema de favorecimento, não constavam no processo do loteamento.
Após a diligência, a CEI se reuniu e deliberou pelo envio de ofício à Secretaria solicitando explicações sobre o zoneamento referente à área do loteamento, antes e depois da aprovação do Plano Diretor do município.