LOUVEIRA: Prefeito Jr. quer cortar água e cobrar multa de até 100 mil, mas vereadores não deixam!
A 12ª sessão ordinária realizada ontem, terça-feira (15), foi palco de intensos debates entre a oposição e a situação que resultaram em três imprevistas derrotas ao prefeito Junior Finamore, o que mostra o quanto está enfraquecida a sua base política no Legislativo Municipal de LOUVEIRA, e o seu descrédito com a população louveirense.
PRIMEIRA DERROTA
A primeira derrota se deu com relação à rejeição pelos vereadores do Projeto de Lei nº 26/2017 que dispõe sobre a liberação de mais R$ 1.500 milhão para uma nova camada de asfalto e a construção de um alambrado para as 191 casas populares que vão ser entregues pela construtora em 30 de setembro, mas que a Prefeitura, segundo o superintendente da FUNMHAB, não sabe como será feito e nem quando ocorrerá o sorteio para escolher entre os 4 mil inscritos. É bom lembrar que depois de cinco anos de promessas e enrolações as poucas 191 casas próprias podem ser finalmente entregues.

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MAIS DUAS DERROTAS
Outro requerimento de urgência, o 59/2017, foi apresentado referente aos projetos 04/2017 e 05/2017 para que fossem colocados em votação. O primeiro sobre o Plano Municipal de Saneamento Básico, para tratamento de água, esgotamento sanitário e aumento nas tarifas de água, prevendo corte no abastecimento e multa entre R$ 200 e R$ 100 mil para quem atrasar o pagamento da conta de água. O segundo sobre o Plano Municipal de Mobilidade Urbana Sustentável, fixando diretrizes para o sistema viário e de transporte coletivo da cidade, criação de ciclovias e calçadas táteis.
SEM INFORMAÇÕES
Acontece que os vereadores oposicionistas tinham esperado que mais informações fossem dadas sobre o projeto referente aos recursos para o acabamento das casas populares pelo superintendente da FUNMHAB para que o voto fosse dado para cada matéria com algum embasamento. Como as informações mais importantes não foram fornecidas, como os critérios adotados para o sorteio das casas populares e muito menos a data de sua realização, os vereadores da oposição não se sentiram seguros para votar a favor do projeto. “Não tenho dúvidas sobre o projeto das casas populares, mas não tenho informações suficientes para embasar o meu voto. Por isso digo não ao projeto, pela falta de transparência do governo Junior Finamore”, entendeu o vereador Luiz Rosa (PMDB).

Veja como ficou a votação sobre o corte de água do povo e multa de até 100 mil. Vereadores da ‘oposição’ ganharam por 8 votos. Veja na matéria quem foi a favor do prefeito!
EM VOTAÇÃO
Já o vereador Laércio Néris (PTB), da base do prefeito, disse que o dinheiro está à disposição na FUNMHAB. “Se não atendermos ao que pede o projeto o dinheiro vai ficar lá parado na FUNMHAB”, justificou Néris. O vereador Rodrigão (PSD) pediu para que se resolvesse o problema votando favorável ao requerimento de urgência e logo a seguir que se votasse o projeto que pede a liberação do dinheiro para terminar as obras das casas populares. “Vamos votar isso logo porque já está há muito tempo tramitando na casa”, opina Rodrigão.
7 A 5
E realmente, o requerimento de urgência foi aprovado por unanimidade, colocando assim o projeto da grana para as casas para ser votado ainda na sessão. O outro requerimento de urgência referente aos projetos de Saneamento Básico e de Mobilidade Urbana com multa e corte de água aos contribuintes também foi aprovado fazendo com que esses projetos também fossem votados na 13ª sessão. O projeto da verba de R$ 1.500 milhão para as casas populares, ao ser votado, foi rejeitado por 7 votos contra e 5 a favor. Primeira derrota de Finamore na noite.
MULTA DE ATÉ R$ 100 MIL E CORTE DA ÁGUA
Antes de votar o projeto de Saneamento Básico, o vereador Nilson Cruz (PSD) lembrou que o projeto institui multa que pode chegar a 100 mil reais com corte da água do povo. “Isso é um absurdo. R$ 100 mil pra quem nem consegue pagar R$ 25 reais de uma conta de água por mês. O prefeito Junior ficou louco de vez“, satirizou. O vereador também se queixou da falta de um Terminal Rodoviário na cidade. “As pessoas se arriscam no ponto que fica em frente ao ‘Frango Assado’ com uma quantidade de carros clandestinos pegando os passageiros, e nos quais a população coloca suas vidas em risco sem que nenhum secretário tenha a coragem de ir lá multar esses motoristas. Mas tudo seria resolvido com a construção do Terminal Rodoviário”, reitera Nilson Cruz.
TERCEIRIZAÇÂO DA ÁGUA?
Colocados em votação, os dois projetos (sobre o corte de água e o de mobilidade urbana) foram rejeitados por 8 votos contra e 5 a favor. Mais duas derrotas políticas para o prefeito Júnior Finamore. Como se tratava de votação por dois terços dos votos, o presidente da Câmara, vereador Marquinhos do Leite (PTB) teve que votar. Por falar em Marquinhos do Leite, ele lançou uma suspeita bem viável sobre o projeto de Saneamento Básico que previa multa de R$ 200 a R$ 100 mil e corte de água para o contribuinte que atrasar o pagamento da conta de água. “Cortar a água, Como? Ninguém pode ficar sem água. Vamos voltar ao tempo dos carros-pipa pelas ruas e pegar água de balde nos rios? Mas penso que se trata de abrir o caminho para a terceirização, para a privatização da nossa água, como já ocorre em várias cidades brasileiras. Eu acho que o prefeito quer privatizar o nosso abastecimento de água”, profetizou Marquinhos do Leite. Por fim, o projeto foi rejeitado. Os vereadores que foram a favor do projeto do prefeito para cortar água do povo, com multa, foram: Laércio Néris (PTB), Priscilla Finamore (PRB), Caetano (PTB), Hélio Rocha (PTB) e Clodoaldo Martins (PPS).
MOÇÕES
Em comemoração ao Dia do Advogado, 11 de agosto, foi apresentada uma moção de congratulações e aplausos, de autoria do vereador Nilson Cruz, e que foi recebida pelo presidente da OAB – 166ª Subseção de VINHEDO, o advogado Gustavo Sauerbronn junto com seus pares de diretoria e que contou com a presença de vários advogados e advogadas que atuam na Câmara Municipal assim como nas cidades de LOUVEIRA e VINHEDO.
HORTA NAS ESCOLAS
Já o vereador Laércio Néris foi o autor da moção de apelo ao Ministério da Justiça e Ministério da defesa para que as guardas municipais sejam autorizadas a portar armas de fogo de calibre restrito, similares às utilizadas pelas polícias civil e militar. A moção foi recebida pelo comandante Waldemar da GM de LOUVEIRA. Outro homenageado com moção foi o senhor Marcos Araujo de Souza, pela aposentadoria e pelo trabalho realizado nas escolas municipais de LOUVEIRA como coordenador do projeto Horta nas Escolas.