LOUVEIRA: Prefeitura amontoa crianças em barracão e revolta os pais

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Mais um problema do governo Júnior Finamore. Desta vez o caso envolve crianças na área de Educação, como na reforma do Centro de Educação de Convivência Infantil (CECI) Paraíso do Saber, no bairro Sagrado Coração. A Prefeitura de uma das mais ricas cidades de São Paulo, o estado mais rico do Brasil, não economiza em festas e em intermináveis obras de utilidade duvidosa, mas quando se trata de educação, ou parte para obras gigantescas em busca de visibilidade fácil ou para o improviso, a exemplo do barracão que reformou de modo imprório para abrigar as crianças da CECI que está em reformas porque se encontrava em condições precárias oferecendo sérios riscos aos alunos.
MEIA SOLA
A ‘meia sola’ mambembe que a Prefeitura fez em barracão de logística para abrigar as crianças da creche continua perigosa tanto para as crianças e funcionários, como para os pais, pois não existe estacionamento e os carros param nos dois sentidos para deixar e recolher os alunos. Pais e crianças atravessando a rua, carros manobrando junto com vans e funcionários causando um grande transtorno e confusão nesses momentos para o tráfego da via .
O grande problema denunciado por algumas mães à redação da FOLHA NOTÍCIAS é o estado precário do barracão improvisado para abrigar as crianças e funcionários da Prefeitura. A reportagem da FOLHA esteve no local acompanhando a chegada das crianças das 6 às 7h30 da manhã e pode observar que é grande a insatisfação de pais e mães que foram entrevistados. A maioria mostrou-se revoltada, mas alguns não quiseram opinar porque ainda não conhecem o local. Outros acham que está tudo bem e que não há nada a reclamar.
FALAM MÃES E PAIS
Segundo Tainá Toneli, “o barracão não está adequado para receber crianças”. Já Ariana Tozzo garante que o barracão não foi feito para abrigar uma escola. “O local não é adequado porque o parquinho deixa as crianças no sol e os alunos deveriam ter sido divididos em duas escolas até a reforma da creche acabar”, avalia. Mas Claudirene Vieira foi mais incisiva. Ela garantiu com muita ênfase que “falando como mãe, esse galpão está uma ‘m****’. Porque falta tudo. Comparando o local com as outras escolas que visitei, que estão bem equipadas com tudo o que as crianças precisam, nossas crianças merecem o mesmo tratamento. Eu vou reclamar na Secretaria de Educação que esta escola não está correta, não é para as nossas crianças. Todas as mães estão indignadas, este galpão não é para nossos filhos”, dispara.
Conversando com as mães Kelly Santos e Viviane Rodrigues, ambas declararam que o local não é adequado para crianças porque se trata de galpão de logística, que não foi preparado para ser uma escola. “Tem uma escada caracol que as crianças estão subindo, são poucas as monitoras e muitos alunos, portanto, não tem como olhar todos. A creche não tem extintor de incêndio, o banheiro não é adequado, é um contêiner e na hora de usar é todo mundo junto. É ideologia de gênero?”, questionam as mães. E cobram uma providência rápida por parte da Prefeitura.
VERGONHA
Eliana de Jesus diz que o galpão não está apropriado para colocar crianças. “Está tudo muito desorganizado, precisa melhorar e urgente”, enquanto Daniel Carvalho e Viviane Cristina disseram que o banheiro não está bom e o parquinho no sol é ruim para esse tempo. “A gente fica com vergonha de falar dessa situação, afinal trata-se de uma cidade tão rica”, ponderam.
Mas Adriana Santos garante que “o galpão não está preparado porque está tudo de qualquer jeito, as meninas e os meninos usando o mesmo banheiro, e o parquinho deixa as crianças no sol de 11h30”.
Adriano Aparecido reclama de não ter um guarda de trânsito na entrada e na saída. “Na hora do almoço, todo mundo fica no sol para pegar as crianças. Porém, não vi o banheiro ainda”.
Gerson Ortiz diz que está faltando melhorar a estrutura com mais salas para os alunos. “O espaço é muito pequeno”, reconhece. Enquanto Guilherme Rios diz que “está tudo muito bem, a Prefeitura desta vez acertou”, acredita. Atenta, Beatriz Marques lembra que “é pouco espaço para muitas crianças de várias idades todas juntas, daí surgem muitas brigas. Se for para uma temporada rápida, tudo bem, mas se demorar, sei não…”, reflete.
POEIRA
Prevenida, Patrícia Godoy disse que foi visitar com seu marido antes da mudança. “O que não gostei liguei para a Secretaria. Falei com a secretária Juliana dessa rampa que eu acho perigosa, falei do banheiro e ela disse que vai rever e melhorar. Vou aguardar 10 dias, se não melhorar vou ligar novamente”, assegura.
Laiane Ribeiro comentou dos cachorros rottweilers junto à cerca onde ficam as crianças. “Também não gostei do banheiro, um contêiner, e todo mundo usa junto. Será por causa da ideologia de gênero?”, questiona.
O filho de Cristina de Oliveira chegou em casa todo sujo por causa da poeira que acumula no galpão. “Ele tem sinusite, rinite e alergias graves e tossiu bastante durante à noite. Na minha concepção o galpão não é adequado para receber as crianças”, avalia.
ABAFADO
Camila Santos também se mostra insatisfeita. Ela diz que “de forma alguma esse barracão, que é para logística, está adequado para receber crianças. Não tem ventilação, é muito abafado . O banheiro também não está correto. Acho sinceramente que nossas crianças merecem um lugar bem melhor”, opina.
Claudinéia Dark também avalia que o galpão é muito quente e o banheiro de uso comum, menino junto com menina. “Tudo bem que lá em cima, no local da creche, não estava também adequado. Vamos esperar que a reforma acabe logo para ver se essa condição em que as crianças estão realmente melhore”, aposta.
Outro a expressar sua insatisfação com o local foi Anael dos Santos. Para ele o barracão não é lugar adequado para funcionar uma escola. “A Prefeitura devia ter mais respeito com as nossas crianças, tem mato lá atrás, não se sabe que tipo de bicho tem por lá, escorpião, cobra, aranha etc., o governo devia pensar melhor na hora de colocar as crianças em um local como esse. As crianças devem ser bem tratadas, com muito amor e carinho, afinal são o futuro de nossa Nação”, pondera.
MÃES NA EDUCAÇÃO
Na realidade, a grande maioria de pais e mães reconhecem que o barracão devia ser melhor estruturado e como está ficou uma coisa um tanto confusa, e já que é provisório as crianças precisam receber o melhor tratamento, e não o pior, como é a condição atual do barracão que, além de tudo, não tem estacionamento e nem um guarda de trânsito para dar proteção tanto aos pais quanto às crianças, que muitas vezes são obrigadas a atravessar a via. As mães entrevistadas pela reportagem da FOLHA NOTÍCIAS garantem que vão reclamar junto à Secretaria de Educação e exigir que providências imediatas sejam tomadas, porque é a vida de crianças que está em jogo.
OUTRO LADO
A Prefeitura de Louveira informou que não há registro de reclamações em seus canais oficiais de atendimento ao público, tanto na Secretaria Municipal de Educação como na Ouvidoria Municipal.
A Prefeitura afirmou ainda que o galpão alugado foi uma alternativa encontrada para poder dar continuidade ao ensino das crianças da CECI “Paraíso do Saber”, devido à necessidade de reforma da escola, e que está construindo e reformando diversas unidades escolares, como: construção da escola infantil no Bairro Santo Antônio com 500 vagas, uma creche no Altos da Colina para 100 crianças, abertura da Chapeuzinho Vermelho II – Jardim Ana Maria. Por fim, a Assessoria de Imprensa da Prefeitura de LOUVEIRA frisou que a quantidade de funcionários será ampliada com a realização do Concurso Público, e que a Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino é referência regional e conta, atualmente, com 82% dos alunos frequentando o período integral.

Vereadores visitam local

A utilização do galpão de logística para abrigar os alunos da CECI Paraíso do Saber (Centro Educacional de Convívio Infantil), do bairro Sagrado Coração de Jesus, de Louveira, motivou uma vistoria pelos vereadores Estanislau Steck (PSD), Alan Jacuí (SD) e professora Clarice (PTB), ao local. Segundo a direção da unidade de ensino, devido às reformas que estão sendo realizadas pela Prefeitura no prédio da escola, os alunos foram transferidos para o galpão. A ‘escola improvisada’ atende crianças entre 2 e 4 anos e está localizada na rua Luiz Gonzaga, Jardim 21 de março.
Os vereadores puderam constatar que parte da adequação ao prédio ainda estava em andamento. “Fomos informados que a locação do galpão de logística tem mais de um ano, por isso as obras de adaptação poderiam ter sido realizadas há mais tempo, e não quando as crianças já retornaram às aulas. Faltou planejamento, por isso o local não oferece total segurança aos alunos”, disse o vereador Estanislau Steck, que é presidente da Comissão Permanente de Saúde e Educação da Câmara. De acordo com os parlamentares, os alunos estavam no local há menos de uma semana e começaram a ter aulas no galpão ao fim das férias do meio do ano.
Um dos pontos que oferece risco aos alunos, constatado pelos vereadores e apresentado pelas crianças, é o fato de no imóvel vizinho abrigar dois cães adultos da raça Rottweiler. A divisão do terreno do galpão, que recebe a escola, com o terreno ao lado é feita por um alambrado. Para evitar contato das crianças com os animais foram colocados tapumes em parte do alambrado, mas em outro ponto não havia sido instalado, ainda. “Falamos com a direção da escola para solicitar com urgência a colocação de mais placas de madeira, o local oferece enorme risco aos alunos”, explicou o vereador Alan Jacuí.
A direção da escola não soube precisar aos parlamentares quanto tempo demandarão as obras de reforma do prédio do bairro Sagrado Coração. No local improvisado foram adaptadas as salas de aula, o dormitório, a cozinha, almoxarifado e sala da direção. Já os sanitários foram instalados em um contêiner e uma funcionária fica na porta controlando as entradas dos alunos. “Percebemos que estão ajustando o local ao atendimento das crianças e necessidade dos servidores. Vamos solicitar a Prefeitura que efetue as obras de reforma o mais breve possível para garantir mais conforto a todos”, apontou a vereadora professora Clarice.
Alguns pais que estiveram no local, para buscar os filhos no final do período da manhã, pediram aos vereadores que acompanhassem as obras de reforma da CECI do Sagrado e que eles também ficassem atentos às adaptações feitas no galpão. Os vereadores se comprometeram a questionar a Prefeitura sobre a quanto tempo o galpão estava locado, qual o prazo das obras e, ainda, qual o valor gasto para a adequação do galpão, pois a placa estava ‘danificada’ e não indicava o valor investido.

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