LOUVEIRA: Prefeitura corta as férias das crianças por causa da greve geral

Enquanto aguardam a decisão da Justiça sobre a greve geral dos funcionários públicos de LOUVEIRA que paralisaram suas atividades em protesto contra o humilhante ‘aumento’ de 1% em seus salários, a Prefeitura de LOUVEIRA, através da Secretaria Municipal de Educação de LOUVEIRA, fez circular um aviso entre pais, professores e alunos de que por causa da greve, as aulas que não foram dadas, serão repostas durante o período de férias (recesso escolar) que compreende do dia 10 ao dia 21 do mesmo em curso (julho).

Para organizar a Unidade Escolar em termos de alimentação e estrutura funcional os pais, diz o aviso numa espécie de ameaça velada, devem responder se a criança matriculada participará ou não da reposição que será feita agora em julho. No aviso ‘imposto pelo prefeito Junior Finamore’, consta também que no dia 24 de julho não haverá aula porque será realizado o Conselho de Classe. As aulas, segundo o aviso, retornam normalmente a partir do dia 25 de julho, terça-feira, ou seja, na sequência da reposição, não permitindo férias às crianças da Rede Municipal de Ensino.

AUTORITARISMO?
A medida foi considerada vingativa pelos funcionários públicos, e tem provocado controvérsias entre o corpo docente porque foi tomada sem ouvir os maiores interessados, os pais e os professores, inclusive os alunos, já que se trata da vida deles. Essa forma impositiva, que, em tese, visa punir os que aderiram à greve, sem se importar com os munícipes, característica do atual governante de LOUVEIRA, foi a maior responsável pela primeira greve geral existente na história de LOUVEIRA. A maioria dos professores promete cumprir com suas obrigações, mesmo discordando da forma autoritária com que o prefeito trata os funcionários públicos e os moradores da cidade. Um dos professores manifestou sua indignação nas redes sociais. “Enquanto a justiça não se manifesta, começarei a cumprir com muitos outros colegas de trabalho – a reposição dos dias letivos… Decorrentes da paralisação realizada pelos servidores públicos da cidade no início desse ano… Embora conteste a forma ou o modo que essa reposição esteja ocorrendo, ministrarei minhas aulas com dignidade e profissionalismo, da mesma forma que iniciei no serviço público desse município há 12 anos. Com a consciência tranquila… Por ter lutado pelos meus direitos e pelo direito de muitos outros, pelos servidores comodistas ou simplesmente por aqueles que não tiveram a mesma coragem. No movimento paredista compartilhei experiências inesquecíveis: angústias, anseios e conquistas. Tive a oportunidade de colocar em prática valores que meus pais me ensinaram durante toda minha vida, e que passarei certamente para minha filha durante sua vida. Não estou triste tampouco arrependido, estou sim, certo que continuarei lutando pelo que realmente acredito: por uma educação pública de qualidade e pelo respeito que os educadores desse país realmente merecem”, afirmou categoricamente Rodrigo Chagas. Já a mãe louveirense Keila Silva, lamentou a ordem do prefeito. “Nossas crianças não tem culpa do que aconteceu, e elas merecem o descanso e tem o direito de passear e bricar. Como elas vão ficar agora? E se faltarem das aulas, o que acontecerá? Estamos revoltadas com isso”, desbafou Keila. “Tudo tem limites senhor prefeito. E o senhor já passou do seu limite de maldades. Você usa nossos filhos para se vingar, tirando lhes o direito de férias, para realizar mais uma de suas maldades contra o povo. Acorde! Faça mais gestão e menos pirraça”, criticou Patrícia Regina Godoy, outra mãe louveirense revoltada.
Procurado pela equipe de reportagem da FOLHA, o Gabinete do Prefeito Junior Finamore se limitou a responder “que as crianças não podem perder as aulas”, e que “todos tem que sofrer com as consequências da greve”.

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