LOUVEIRA: Santa Casa continua sem médicos e com demora no atendimento

A Santa Casa de LOUVEIRA é o hospital na região que recebe a maior verba de uma Prefeitura: cerca de R$ 2 milhões e 500 mil por mês. Mesmo assim, e depois de uma reforma milionária, ainda apresenta deficiências. Não realiza cirurgias e o funcionamento da UTI (que já deu o que falar) levanta suspeitas. Porém, as maiores reclamações dão conta da ausência de médicos diariamente, a falta de medicamentos, desorganização e o demorado atendimento. É só olhar nas redes sociais e ver o povo falando dos problemas da instituição. Na semana passada, por exemplo, um cidadão marcou um ortopedista, depois de meses tentando. Chegou o dia do atendimento, e para sua decepção, deram folga de dois dias para médicos e enfermeiros da área e além dele, outras dezenas de louveirenses tiveram que remarcar suas consultas. “Foi uma tremenda falta de respeito. Demora pra marcar, e quando chega lá não tem ninguém pra atender e nem avisar”, contou o cidadão que preferiu não se identificar, mas tirou fotos de todo local vazio. Sobre esses dias a Santa Casa se pronunciou dizendo que era feriado do trabalhador da saúde e que no demais eram folgas, e que a culpa não era do hospital e sim da Rede Municipal que não se atentou às datas. Apesar desse caso isolado, o ambulatório está com recorde de descontentamento: fila, desorganização nos horários de consulta e exames trocados. A cada dia se ouve um cidadão destratado.

“Eles marcam até dez pessoas no mesmo horário. Aí você espera até quatro horas pra ser atendido. A ouvidoria não faz nada. Aí você reclama e eles chamam a Guarda pra te levar. É falta de compromisso com o povo. Cadê o prefeito pra ver isso”, desabafou Rivanda Freitas sobre o ambulatório da Santa Casa. De outro lado, no atendimento diário, existem horários que apenas um médico tem que dar conta de 20 ou até 30 pacientes. “A sala de espera sempre lota, e agora com senha, eles não priorizam que está necessitando de atendimento mais urgente. É vergonhoso pelo tanto que gastaram nessa reforma e pelo que recebem por mês de verba”, desabafou Leonilda Oliveira. Pelo que se observa, a reforma deu um ‘banho de loja’ e maquiou os velhos problemas. Seria mais um ato de faz de conta? Assim como a falsa UTI? Há suspeitas também que muitos bons profissionais foram demitidos da Santa Casa, até o mês passado, para dar lugar aos possíveis acordos políticos eleitoreiros do prefeito Júnior Finamore. A verdade é que a Santa Casa de LOUVEIRA é uma verdadeira ‘caixa preta’, longe de ser aberta e acessível.

O OUTRO LADO
A reportagem da FOLHA NOTÍCIAS esteve conversando com a administradora da Santa Casa de LOUVEIRA, enfermeira Elaine Martins, que declarou ser impossível averiguar a veracidade das queixas de moradores quanto às falhas no atendimento do hospital pela falta do nome, do dia e da hora da entrada do mesmo. “Sem nome e sem data como posso investigar se o ocorrido citado é verdadeiro. As pessoas têm que parar de reclamar para jornais e redes sociais e denunciar aqui na diretoria do hospital. Preciso do nome e da data de entrada no hospital” reitera Elaine, sem pensar que as pessoas não têm acesso à diretoria do hospital facilmente.
Questionada quanto ao alto valor recebido pela Santa Casa , cerca de R$ 2 milhões e 500 mil reais por mês, o maior entre as Santas Casas da região, Elaine observa que são cerca de 12 mil atendimentos por mês pela porta do hospital incluindo o PA do Bairro Santo Antonio. “A cada quatro meses atendemos praticamente toda a população de LOUVEIRA, que tem perto de 48 mil habitantes. Em lugar nenhum do mundo isso acontece. Tudo bem que precisamos de mais médicos, mas isso implica em aumentar as despesas. As vezes a pessoa aguarda atendimento e quando chega uma emergência ela não compreende que esse caso é prioritário em relação ao dela que não corre perigo de vida. As pessoas acham que ficar horas sendo atendida com a realização de exames demorados é muito tempo, mas tem exames que demoram quatro horas para serem realizados. A tendência é um tanto egoísta de não querer ver o lado do outro que está mais grave, faz questão de ser logo atendido porque chegou primeiro. Claro que existem falhas, mas para corrigi-las preciso dos nomes e das datas. Sem isso não tenho como investigar e corrigir o problema”, reconhece a diretora e administradora do hospital.

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