LOUVEIRA: Secretário de Segurança mostra a importância do sistema de monitoramento e do registro do Boletim de Ocorrência (BO)
A equipe reportagem da FOLHA NOTÍCIAS esteve nesta semana, conversando com exclusividade com o atual secretário Municipal da Segurança de LOUVEIRA, Dr. Sidney Alonso, sobre o recente ‘pico de criminalidade’ ocorrido do município nos últimos dias, como o aumento de furtos, o assalto na agência dos Correios, e um sequestro-relâmpago na região central. Nascido em Osvaldo Cruz, SP, Dr. Sidney formou-se em direito pela Faculdades Integradas de Guarulhos – FIG no ano de 1988. Ingressou na Polícia Civil como Escrivão em 1986, exercendo suas funções no Departamento de Investigações Gerais –DEIC, na cidade de São Paulo, até o ano de 1990, quando seguiu na carreira de Delegado de Polícia. Como Delegado de Polícia, Dr. Sidney trabalhou ainda durante o estágio probatório como plantonista na região leste de São Paulo, sendo transferido a pedido para a região de Jundiaí, no ano de 1992, para ser o Delegado Titular da Delegacia de LOUVEIRA, onde permaneceu até o ano de 1999. Nesse período, além de titular da Delegacia de Polícia, responsável pela apuração das ocorrências criminais, acumulou a função de diretor da Ciretran, responsável pelos processos de registros de veículos, expedição de carteiras de habilitação e fiscalização da legislação de trânsito. Nestes quase oito anos como delegado em LOUVEIRA, foi agraciado com o “Diploma do Mérito Policial” e com o título de “Cidadão Louveirense”, concedidos pela Câmara Municipal de LOUVEIRA. Após alguns anos longe do município, Dr. Sidney foi chamado pela atual Administração para atual como secretário de Segurança, já que conhece o município e suas características. Na entrevista abaixo, o secretário conta como funciona o sistema de monitoramento por câmeras no município, e sua importância para desvendar crimes e evitar que eles possam acontecer. Ele também insiste que os cidadãos vítimas de roubos, ou até de pequenos furtos, façam o B.O. (Boletim de Ocorrência) par que a Polícia e a Guarda Municipal possam montar estratégias de segurança, mapeando o tipo de crime, frequência e em qual local ocorrem. “Sem o Boletim de Ocorrência não tem como a Polícia saber que aconteceu o crime. Tem gente que coloca nas redes sociais, mas é impossível de ver tudo desta forma. O BO ainda é a forma mais útil e eficiente de se descobrir um crime ou até de recuperar o que se foi subtraído. Peço que as pessoas façam o boletim, até de um pequeno delito. É importante para que possamos desempenhar um trabalho que dê resultados para a população que servimos”, reforça Dr. Sidney. Acompanhe a entrevista:
FOLHA NOTÍCIAS: Dr. Sidney, tem fundamento as queixas contra as Polícias de LOUVEIRA por supostas ‘falhas’ no policiamento da cidade?
Dr. Sidney Alonso: Veja bem, hoje o nosso policiamento deixou de ser aleatório e passou a ser programado de acordo com os índices criminais da cidade. Comparando com o ano de 2012, quando ainda não tinha o patrulhamento programado, os índices atuais são bem menores, mesmo com o aumento da população e do número de veículos circulando pelo município. Acontece que é impossível zerar o índice de criminalidade, mas já foi bastante reduzido em comparação a cada ano, e de um modo geral temos poucas ocorrências graves na cidade, geralmente cometidas por criminosos que vem de outros municípios. Mas a nossa maior dificuldade é com os ‘picos’, situação na qual vários crimes ocorrem quase ao mesmo tempo. Mas são situações ocasionais que não fazem parte do dia-a-dia.
FOLHA NOTÍCIAS: Várias ocorrências tiveram lugar nesse mês, o caso dos Correios, a violenta agressão à uma senhora idosa, os roubos no Monterrey, como estão sendo tratados?
Dr. Sidney Alonso: O nosso sistema de monitoramento tem ajudado bastante na elucidação de crimes, no caso dos Correios, se os bandidos estiverem soltos o crime será elucidado. O monitoramento ajuda muito a esclarecer os crimes no processo investigativo. Os bandidos levaram R$ 120 porque erraram a mão no caso do cofre dos Correios. No Monterrey, sabemos que são duas pessoas numa moto, elas entram, roubam e vão embora, devem ser da periferia de Jundiaí, mas, infelizmente, mais uma vez não registraram o Boletim de Ocorrência (BO). O caso da senhora que foi barbarizada, acreditamos que os criminosos vieram pela Anhanguera, espancaram a vítima, mas não levaram nada. Tem que registrar o BO. Convido inda, para que todos participem das reuniões do Conseg (Conselho de Segurança de LOUVEIRA) para que possamos debater juntos, soluções para a criminalidade em cada bairro. As reuniões acontecem toda terceira quinta-feira de cada mês.
FOLHA NOTÍCIAS: Têm ocorrido muitas agressões contra policiais pela internet. Por quê?
Dr. Sidney Alonso: Os moradores têm que registrar o BO. Melhor do que ficar agredindo os policiais nas redes sociais. No caso do Monterrey, eles se isolam e reclamam de falta de assistência por parte das polícias, o que não é verdade. Nós estamos dialogando com eles o tempo todo, participamos de várias reuniões no bairro, fizemos ronda o mês inteiro colocando os ‘extras’ para policiar, querem blitz, mas não tem ninguém nas ruas do bairro, preferem ficar em suas casas, o que é legítimo, mas não podem nos agredir injustamente.
FOLHA NOTÍCIAS: Quer dizer que o registro do BO é imprescindível, quase obrigatório?
Dr. Sidney Alonso: Sim, quase obrigatório porque sem BO não há crime, não tem como investigar, essa é a parcela mínima de ajuda do cidadão para com as polícias, registrar o BO. Mas na realidade a população não tem colaborado quanto a isso, não assume a sua parte de responsabilidade com relação à Segurança Pública, da pessoa e de todos. Muitos conhecem o projeto Vizinhança Solidária, mas não praticam, em vez de solidariedade brigam entre si porque querem politizar a segurança. Eles se dividem em vez de se unir. Tem o grupo ligado à ex-vereadora Clarice, e o grupo do morador ‘Cabelo’, eles racharam, não se entendem entre eles mesmos, só fazem xingar nas redes sociais, misturam segurança com política, não sou político, sou profissional de segurança há 32 anos, e xingar o guarda, agredir verbalmente o policial, não vai adiantar nada, vai baixar a estima do policial que pode nem querer ir mais no local onde está sendo agredido, portanto, temos que trabalhar como parceiros, não como inimigos.
FOLHA NOTÍCIAS: Para o senhor, por que pouca gente vai às reuniões do Conseg?
Dr. Sidney Alonso: É muito valente teclar agressões contra os policiais. Nós ficamos tristes com essas agressões porque estamos todos empenhados em realizar o nosso trabalho da melhor maneira possível. A segurança é uma questão de todos, por isso as reuniões do Conseg deveriam estar cheias com as pessoas participando, informando, criticando, participando, assumindo a responsabilidade por sua parte de contribuição, e o mínimo que podem fazer é registrar o BO, em vez disso preferem chegar na internet e falar um monte de barbaridades contra as policias. Não registram o BO e xingam a gente?
FOLHA NOTÍCIAS: As pessoas se queixam da falta de rondas nos bairros, pode melhorar?
Dr. Sidney Alonso: Nós temos quatro viaturas no sistema de plantão, a Polícia Militar tem duas, são seis rodando direto. Não tem como zerar a criminalidade, mas de vez em quando surgem esses picos, que não é a situação normal. E mais: estamos abertos para receber as informações da população, na Secretaria, na Guarda Municipal, na Polícia Civil e na Polícia Militar, o delegado Dr. Fernando, o comandante Valdemar e o Jaílson, as policias estão abertas para ouvir o cidadão, não adianta querer usar a segurança como política, a população tem um caminho fácil para chegar até nós, mas quando tem um ‘pico’, começam a xingar em vez de registrar o BO e ajudar o corpo policial da cidade. Tem gente que sabe quem são os criminosos e onde acontecem os crimes, mas não informam a Polícia. Temo um canal direto que a pessoa pode denunciar, e com sigilo total da fonte, mas poucos fazer isso. Segurança também é dever de todos. Na verdade, o nosso maior aliado é o nosso sistema de monitoramento, um dos mais modernos da região. As imagens hoje são consideradas como ‘provas’. E esse sistema de monitoramento funciona muito porque é integrado com as polícias de outras cidades da região que compõem uma rede enorme, como o Grupo Green, que integra todos os policiais das cidades que possuem sistema de monitoramento por câmeras inteligentes.

















