LOUVEIRA: Sessão libera milhões enquanto debate a CEI e o Cartão Cidadão
Enquanto não houver oposição na Câmara Municipal de LOUVEIRA as sessões vão continuar cumprindo o mesmo ritual de sempre: homenagear entidades e pessoas, nomear ruas e prédios e aprovar grana para a Prefeitura. Foi o que aconteceu mais uma vez na terça-feira, 18, às 19h42, durante a 14ª Sessão Ordinária que homenageou através de moção a equipe de socorristas da concessionária de rodovias AutoBan, que desenvolve o trabalho de resgate às vítimas dos acidentes ocorridos nas estradas sob a responsabilidade da empresa. A homenagem serviu como agradecimento à realização de um curso básico de Primeiros Socorros ministrado recentemente pela equipe da concessionária aos servidores da Câmara. Uma outra moção parabenizou os advogados pela passagem do ‘Dia do Advogado’, comemorado em 11 de agosto. Ambas foram apresentadas pelo vereador e presidente Nilson Cruz (PROS).
MAIS GRANA
A pedido dos gerentes de banco do município foi revogada uma lei obsoleta que proibia uso de celular em agências bancárias e derrubaram um veto do prefeito ao projeto que dispõe sobre a obrigatoriedade da instalação de um caixa eletrônico acessível a cadeirantes e a pessoas de pequena estatura. Por outro lado, os parlamentares aprovaram dois projetos liberando mais dinheiro para o prefeito Junior. R$ 2 milhões para a compra de medicamentos, equipamentos e demais insumos para a saúde, e R$ 650 mil para a ‘Festa Nordestina’ e eventos culturais no município. Os vereadores que foram contra o projeto dos cadeirantes foram Caetano, Mauro Chiquito e João Leite.
PREFEITURÁVEIS
Como a temporada de caça a candidatos a prefeito e a vereadores ainda está aberta até o final do mês de setembro, dois vereadores encenaram uma comédia de erros em torno dos ‘acertos’ do prefeito Júnior Finamore. No caso foram debatidos por Reginaldo Lourençon (PSDB) e Estanislau Steck (PSD), com a participação especial de Alan Jacuí (SD), Clarice Almeida (PTB), e Marquinhos Deca (PROS), o Cartão Cidadão e o andamento dos trabalhos da Comissão Especial de Investigação (CEI). Reginaldo Lourençon lembrou que os responsáveis pelo estado em que se encontra o prédio do Anexo da Santa Casa de LOUVEIRA e pelo possível desvio de recursos que já passam de R$ 10 milhões podem estar entre os que fizeram parte da Administração passada, mas também na atual Administração, já que há três anos poucas providências foram tomadas até então para resolver o problema.
CARTÃO EXCLUDENTE
Mas as críticas à Administração tiveram como alvo o polêmico Cartão Cidadão, que vem causando inúmeros transtornos aos louveirenses apenas para que o prefeito Júnior Finamore impeça que pessoas vindas de outros municípios possam ser atendidas nas diversas instâncias da Administração Pública. Para Marquinhos Deca o cartão tem gerado preconceito. “Os milhares de nordestinos e de outros estados podem vir para LOUVEIRA trabalhar e gerar riqueza na cidade, mas causam prejuízo quando precisam trazer um parente para ser tratado pelo sistema municipal de saúde?”, questiona. Para Estanislau Steck o Cartão é segregacionista porque separa, afasta, isola, exclui as pessoas que estão em LOUVEIRA, mas não moram no município. Clarice Aparecida defendeu o Cartão usando a justificativa da Prefeitura de que está gastando muito com pessoas que vêm de outras cidades e até mesmo de estados, no que foi rebatida pelo vereador Reginaldo Lourençon ao citar o seu próprio caso quando teve que ser atendido em São Paulo sem precisar de nenhum ‘Cartão Cidadão’, mas utilizando apenas o cartão nacional do SUS. “Isso deveria ser feito em LOUVEIRA, e não exigir outro cartão de uso obrigatório até por crianças, idosos e pacientes de alto risco, não importa, quem não tiver Cartão Cidadão não vai poder fazer nada”, citou.
BIG BROTHER
Segundo um louveirense que estava na Câmara, “desse jeito mulher grávida só vai poder parir se tiver Cartão Cidadão”. Para outro cidadão, João Carlos Santiago, o Cartão Cidadão só atrapalhou a vida da população. “Agora a pessoa não vai poder ir ao teatro ou a um show musical, não vai ser possível usar o banheiro público e nem tirar água da bica se não tiver o Cartão Cidadão”, brincou. Como disse o vereador Deca no final da sessão: “Isso é o ‘big brother’ de LOUVEIRA tornando a cidade uma ilha fechada aos visitantes já que nenhum deles vai ter o Cartão Cidadão, portanto, não poderá fazer nada nem ser atendido e tratado em caso de acidente ou doença. Todos na área de saúde vão ficar olhando para o paciente, e não poderão fazer nada por ele”, completou. VINHEDO e Jundiaí já estão sentindo a migração da população louveirense para os seus sistemas de saúde. Os prefeitos de ambas as cidades temem que os serviços fiquem sobrecarregados.