LOUVEIRA: Suposto erro médico pode ter causado morte de bebê
Um suposto caso de erro médico pode ter causado a morte de um bebê na Santa Casa de LOUVEIRA nesta semana. Segundo depoimento exclusivo ao jornal FOLHA NOTÍCIAS, de Carlos André, pai da criança, a sua esposa, adolescente, que estava no oitavo mês de gestação, tendo feito o pré-natal com uma médica do Pronto Atendimento (PA) do Bairro Santo Antonio, começou a sentir fortes contrações no sábado (22) e como as dores aumentaram o esposo a levou até a Santa Casa onde foi examinada, segundo Carlos André, pelo médico Carlos Roman, que passou um medicamento para aliviar os sintomas e a mandou de volta para casa.
CORAÇÃO FRACO
Como as dores persistiram, Carlos André levou a esposa de volta à Santa Casa onde chegaram por volta das 14h30. O médico a examinou novamente e disse que o coração do bebê estava muito fraco, mal se ouvia os batimentos. A sua esposa, Viviani da Silva, ficou então esperando até a noite quando foi pedido um exame de ultrassom em VALINHOS, pois segundo eles, o ‘moderno ultrassom’ da Santa Casa de LOUVEIRA não está funcionando. “Eu acompanhei tudo, foi feito o ultrassom e, segundo o médico, o bebê, uma menina, já estava morto, supostamente enforcado pelo cordão umbilical que ficou enrolado no pescoço. Só que estranhamente ninguém viu isso antes”, relata Carlos André.
PROCESSAR O MÉDICO
Ainda bastante abalada com a perda da filha, a mãe, Viviane Maria da Silva, falou à reportagem da FOLHA NOTÍCIAS que após o ultrassom feito em VALINHOS ela voltou à Santa Casa e logo depois o bebê nasceu morto de parto natural. “Eu fiz o pré-natal no posto do Bairro, e nos dias anteriores ao ocorrido, quarta, quinta e sexta-feira, eu fui examinada no PA e estava tudo bem. No sábado, as fortes dores começaram, fui até a Santa Casa, o médico examinou e confirmou que o coração do bebê estava muito fraco, me receitou um remédio contra dor e me mandou para casa. Por que ele não fez o ultrassom naquela hora? Se o coração ainda batia, fraco, mas batia. O médico me mandou para casa e as dores continuaram. Na parte da tarde voltei para a Santa Casa e o médico não fez nada de novo, me deixou esperando até a noite quando então pediu o ultrassom, que confirmou a morte da minha filha. O médico disse que foi por causa do cordão umbilical em volta do pescoço. Mas ela nasceu normal, não me deixaram ver a minha filha morta, nem o ultrassom tirado em VALINHOS. Por que? Nós vamos processar esse médico para que ele não faça o mesmo com outras pessoas”, garante Viviane.
AUTÓPSIA
Açoitados pela dor inesperada, quando estavam preparados para festejar o nascimento da filha, os pais, Carlos André e Viviani da Silva disseram que vão registrar o Boletim de Ocorrência e exigir que se faça a autópsia do natimorto para confirmar a causa da morte e então processar ou não o médico Carlos Roman. A família toda questiona o porquê do médico não ter pedido o ultrassom logo que verificou estar o coração do bebê muito fraco. E por que mandou a grávida de volta para casa se a mesma continuava com fortes dores, limitando-se a passar um provável analgésico.
O OUTRO LADO
O jornal FOLHA NOTÍCIAS esteve na Santa Casa de LOUVEIRA conversando com a administradora Elaine Martins e a mesma confirmou a morte do bebê informando também que, por lei, o óbito de bebês, antes ou depois do parto, deve ser investigado por uma comissão interna da Santa Casa de LOUVEIRA e uma outra externa, quando serão avaliadas todas as possibilidades, desde a existência de um problema congênito de mal formação do organismo da criança ou mesmo por imperícia, negligência ou erro médico. “Só depois das investigações é que as medidas cabíveis serão tomadas“, afirmou a administradora do hospital.
Quanto à família, que ameaça processar o médico que atendeu a grávida, Elaine comentou que as decisões dos familiares são de inteira decisão e responsabilidade dos mesmos. “A Santa Casa de LOUVEIRA não tem nenhuma participação nessas decisões“, disse Elaine. O médico não foi encontrado pela reportagem da FOLHA para dar sua versão sobre o fato, mesmo assim, reserva espaço para o profissional se pronunciar sobre este triste episódio dentro da Santa Casa de LOUVEIRA.