LOUVEIRA: Vereadores defendem prefeito e criticam ambientalistas

Os vereadores que usaram a tribuna durante a última sessão da Câmara de LOUVEIRA na terça-feira, 2, foram unânimes em defender as supostas ilegalidades cometidas por Júnior Finamore na tentativa de construir uma represa ao lado do córrego Fetá.
Outro ponto importante foi a liberação de mais R$ 6.850 milhões para compra de materiais para a área da Educação e material de escritório para uso geral.

FALTA D’ÁGUA

Já de início, o vereador ‘Nilson da Santo Antônio’ (PROS) se disse muito chateado com as denúncias feitas pelo ex-vereador, o ambientalista André Queiroz. “Eu acho que é injusta a denúncia. André Queiroz, venha aqui para somar, não venha para destruir”, lamentou o futuro presidente da Câmara.
Ele ainda pediu para que o povo de LOUVEIRA tenha paciência, pois as medidas estão sendo tomadas para que a falta d’água não seja mais um mal a assolar os louveirenses.
O próximo a fazer uso da palavra foi João Leite (PR). A exemplo de Nilson, ele também falou de André Queiroz, embora não tenha citado seu nome. O edil afirmou que quem fez a denúncia não deve estar sofrendo com a falta d’água. Mais que isso, João Leite pediu que os vereadores impedissem que o denunciante usasse a estrutura da Câmara para fazer denúncias contra os próprios vereadores e o prefeito. “Ele não é um cara do bem. Ele é um cara do mal”, finalizou.
O presidente Estanislau Steck (PSD), por sua vez, disse foi convidado para participar da denúncia, mas se negou a fazer. “Isso para mim é impensável. Porque a cidade precisa dessas mudanças, desse represamento da água”, completou.
Na tentativa de defender as atitudes tomadas pelo prefeito Júnior Finamore, Steck deu a entender que a Licença Ambiental exigida deveria prezar pela finalidade da obra. “Pra tudo é preciso de Licença Ambiental, mas nós temos que ver a finalidade. Não sou a favor de crimes ambientais, mas também sou contra a falta d’água”, declarou o vereador. Completando sua fala, Estanislau ainda afirmou que é contra a construção do Parque do Capivari, proposta pelo chefe do Executivo. Disse que devem ser feitos muitos estudos antes de demolir empresas e casas.
Marquinhos Deca (PROS) falou ao microfone sobre o mesmo assunto. O ataque também foi dirigido contra a mesma pessoa. “Eu tenho certeza que quem fez a denúncia para a EPTV nunca ficou sem uma gota d’água na torneira”, disparou Deca.
Na opinião do vereador, o problema é que obras com intuito de levar água para os louveirenses não são revertidas em mais votos. “Só que a falta d’água é capaz de retirar votos a determinado candidato”, afirmou.
Por último, foi Mauro Chiquito (PT) quem defendeu o prefeito Junior. “Não sei porque André Queiroz e estes ambientalistas querem matar o povo de sede. O prefeito está fazendo das tripas coração para suprir a falta d’água”, ressaltou Chiquito.
Agora, amigo leitor, sejamos sinceros, alguém realmente acredita que Júnior Finamore estaria realizando essa obra se a crise hídrica não tivesse sido tão grave? Para se ter certeza basta consultar os compromissos de campanha. A construção de uma represa naquela área nunca foi cogitada.
Com relação aos problemas da falta d’água, em conversa com especialistas e ambientalistas fica claro que a medida mais direta para manter o abastecimento de água é conservar o leito dos rios com suas matas, o que mantêm o fluxo de água.
Em contrapartida, os ambientalistas e denunciantes responderam as ofensas. “Dizer que quem entrou com a ação no Ministério Público é contra o abastecimento de água na cidade é, no mínimo, falta de informação por parte dos senhores vereadores. A ação não pede que as obras não sejam feitas, pede apenas que sejam realizados os estudos pertinentes para a construção da tal represa. Afinal, se levarmos em consideração o local onde está sendo construída é fácil perceber que uma obra sem acompanhamento de especialistas pode virar um sério problema para o município. Isso porque caso um dia a represa chegue a estourar, por exemplo, todo o Centro da cidade seria afetado. E esse tipo de acidente se evita fazendo os estudos necessários, com os órgãos competentes. Sem contar que os resultados dessa obra só serão sentidos daqui alguns meses, o que não soluciona o problema nesse momento tão difícil”, afirmaram.

MAIS DINHEIRO

Além das ofensas ao ambientalista os vereadores também votaram uma nova liberação de verbas para a Administração. Desta vez foram R$ 6,850 milhões para a área da Educação. Segundo a justificativa do projeto, o dinheiro será para compra de material didático, pedagógico e escolar para atender a rede municipal; aquisição de uniformes para os alunos da Rede Municipal; aquisição de materiais escolares, escritório, peças para manutenção de equipamentos eletrônicos, informática e veículos; serviços especializados para manutenção de veículos; serviços de limpeza dos prédios da Educação; serviços de assessoria e outros para atender as unidades escolares de ensino infantil e fundamental.
O que todos esperam é que os vereadores ‘consigam’ fiscalizar o uso devido e correto de todo esse dinheiro.

 

N4_LOU_Camara LOU_Cred. Colaboração Roberto Palaro (50)

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